sexta-feira, 14 de setembro de 2012



Meu Ponto.
J. Norinaldo.


Quando eu era menino, lá na vila onde nasci no agreste pernambucano, tínhamos apenas uma escola no lugar, escola pública, havia outras para quem podia pagar, o que não era o meu caso, mas, na verdade quase todas as crianças da vila estudavam na mesma escolinha que foi a minha primeira escola. Essa escola era uma construção retangular, tendo de um lado a sala de aulas e dou outro a casa do zelador sendo uma distante cinco ou seis metros, nesse espaço também coberto brincávamos no recreio quando esporadicamente chovia. Havia também um alpendre em torno de todo prédio, e foi num local desse alpendre, que desde os primeiros dias que ali pisei, não sei por que  adorava ficar sozinho para num determinado ponto daquela calçada lisa; todos os dias antes ou depois ou antes e depois da aula, corria para o meu lugarzinho e ali ficava parado por um tempo, e isto me trazia algo diferente, que talvez fosse felicidade. O tempo passou, sai da minha vila, e só lá voltei 40 anos depois, confesso que nunca esqueci aquele lugar, que depois lendo alguns livros onde alguns místicos chamam de: “”Ponto” nunca me aprofundei muito no assunto, mas sempre pensei que se um dia voltasse aquele lugar, faria o possível para estar novamente no meu lugarzinho naquela escola.
Pois bem, voltei como disse 40 anos depois, não encontrei mais minha escolhinha, mas até parece um capricho do destino, encontrei intacto o seu piso e o meu lugarzinho lá estava. Uma noite sai sozinho e após um minucioso exame, me postei de pé no lugar que tinha certeza ser o mesmo que ficava quando criança, fechei os olhos e esperei, esperei, nada, nada senti. Bah! Que decepção, esperei tanto tempo e nada. Enquanto estive na cidade, agora já não mais uma vila, voltei ali várias vezes e o resultado foi o mesmo, não senti nada e para não ser considerado louco ou ridículo não fui mais.
Pensei muito sobre o assunto e cheguei a brilhante conclusão: A felicidade existe sim, mas que também cresce e envelhece, e que a felicidade também tem momentos de tristeza e de infelicidade, que o que faz um menino feliz, um adulto pode considerar ridículo, talvez exatamente por que uma criança não sabe o que isto quer dizer, ou diz. Ridículos só os adultos.
Ahan! Seu Google! Te peguei, cadê a minha Escolinha?