terça-feira, 19 de março de 2013






Até Parece que Não Sei.
J. Norinaldo.


Sinceramente gente, vamos falar sério, vivemos num país onde boa parte da população sustenta entidades milionárias pela promessa de um lugar no céu, onde 40 por cento é analfabeta e outra parte significativa semi e vivemos pregando que a população precisa saber votar. Imagine o que é um ser humano viver por 90 anos neste planeta sem saber ler ou escrever, acreditando que o mundo termina depois da linha do horizonte, sem saber sequer o que diabo é horizonte, e ai aos 85 anos alguém o convence que se aceitar Jesus terá um lugar privilegiado no céu, e este perde amigos que teve durante mais de 70 anos por que as novas idéias não os aceitam mais e faz novos com novas idéias; sem sequer se dar conta que se aceita Jesus agora, viveu por oitenta anos sem aceita-lo, e também não tem idéia de por que não o aceitava. É difícil de aceitar, entrar no Google e descobrir não sei se de fonte fidedigna que setenta e cinco por cento da nossa população é composta de analfabetos funcionais, alguns com níveis superiores. Ai eu pergunto: como convencer a essas pessoas que aqueles que elegem para cargos públicos são os mesmos que criam as leis que regem a nossa nação, ou seja, leis que temos que cumprir regiamente, como pedir a essa mesma população que exija dos seus candidatos melhorias no ensino para que as próximas gerações não passem pelo que estão passando, não tendo condições nem sequer de eleger o seu representante legal.
Enquanto não pararmos para refletir sobre países como alguns asiáticos totalmente destruídos por catástrofes naturais ou mesmo as causadas pelo homem como as guerras, e que depois disto investiram pesadamente em educação, tronando-se em curto prazo verdadeiros paraísos econômicos e culturais, enquanto não pararmos com tanta hipocrisia e não colocarmos o peito n ‘água em busca da verdadeira solução, vamos estar à mercê de mercenários e vigaristas, que nada mais estão fazendo que cumprir o seu papel, aproveitar a onda de otários criados por uma sociedade fajuta. Uma sociedade que patrocina o BBB com telefonemas dizendo que transa melhor ou pior, quem deve sair e que deve ficar, e depois vai para o Facebook fazer campanha para que o tal programa saia do ar, verdadeiras Maria vai com as outras; uma sociedade que patrocina tudo para seus filhos, tudo menos o afeto e a amizade que são trocados por dinheiro, dinheiro esse que também patrocina as drogas e depois ficam chorando falando em câncer do século, sabendo que foi ela mesmo quem o criou. Sociedade que tem ou não conhecimento que a mídia é a maior aliada das drogas quando  dispensa enorme espaço para divulgar nomes de estrelas e super estrelas internadas em clínicas de alto luxo para se livrarem do vício da cocaína; não vêem o que isto significa, que se fosse algo ruim quem usava era somente habitantes periféricos.
E você, já aceitou Jesus ou nunca deixou de aceitá-lo? Às vezes fico pensando que o mundo não começou há 2013 anos, mas naquele tempo muitos já levavam muita vantagem em nome de Osíris, desde quando será que surgiu essa necessidade desse ser superior, tão superior, que saber muito ou algo a respeito dele pode levar alguém a riqueza e ao luxo, além da fama?
Não precisamos aprender a votar, precisamos sim saber que não há mais como voltar, o abismo se aproxima e o tombo é inevitável, sendo super star ou um simples miserável, só nos resta esperar.

segunda-feira, 18 de março de 2013




Resposta ao meu Sonho.
J. Norinaldo

Fiz uma viagem ao Paraguay com retorno no mesmo dia, de carro, muito cansativa, durante a viagem falamos muito em política e conseqüentemente em corrupção, o trema ai por conta do World, bem, chegando de volta em casa após um banho e uma frugal refeição fui para a cama e dormi o sonho dos justos, sem sequer verificar se estou na lista com direito a fazê-lo. Tive um sonho  que me pareceu filosófico e não muito elucidativo, mas que me remeteu a reflexão assim que acordei com as baterias recarregadas. O sonho foi o seguinte: Estávamos eu e mais duas pessoas, sendo um amigo conhecido que fez a tal viagem comigo e uma mulher muito bonita que não conheço, quer dizer agora conheço de sonho; estávamos  numa sala aguardando do deputado Federal José Genoino  do PT para uma palestra, de repente, ele adentra o ambiente trazendo nas mãos uma pasta grande, e nem sequer lhe dei tempo para os cumprimentos, fui logo o arguindo: José Genoíno, desculpem a intimidade, mas o conheci pessoalmente num jantar em Corumbá MS, Aliás, depois também almoçamos juntos com mais alguns políticos e ficamos um bom tempo proseando. Muito bem, levantei-me e pergunte: José Genoino, eu tenho te defendido com unhas e dentes desta história de corrupção, tenho dito que pode até ter havido a mesma no PT, mas que você, jamais a usaria para se locupletar, o que você tem a me dizer aqui e agora olhando nos meus olhos?
O deputado me olhava realmente nos olhos e sem pensar muito perguntou: Posso te fazer duas perguntas? Sem que eu desse tal permissão parecendo muito feliz com a pergunta e com a resposta que daria,  disparou: “ Pode se benzer a porta do Templo”? Eu lembro bem de ter dito: Você me daria 100 anos para responder a sua resposta?
Existem duas maneiras de entendermos esta pergunta, se você ou alguém pode benzer a porta do Templo, ou se eu ou quem quer que seja possamos nos benzer a porta do Templo; a primeira seria para que? E a segunda: por quê?
Há um ditado que diz que não é muito educado se responder uma pergunta com outra; nesse caso específico, e como não existem regras para os sonhos, sinceramente não usaria tal aforismo, e você?
Alguém que venha ler minha crônica, se crônica é, poderá pensar: Este cara jantou e depois almoçou com José Genoíno e com mais políticos, todos com certeza do PT, o que leva a crer que deve ser Petista doente, filiado e militante; ledo engano, caso venha a acontecer, não tenho partido, não sou fanático por nada e geralmente voto no homem que escolho pelo comportamento que conheço.
Gostei muito desse sonho e aproveito já que a frase foi do Deputado, mas no sonho  e colocarei aqui como minha:
“ Pode- se benzer a Porta do Templo “? Ou  “Pode se benzer à Porta do Templo? Porque ou para que? Qual a sua opinião?

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terça-feira, 12 de março de 2013




Ninguém sabe tanto que não precise aprender com o Travesseiro.
J. Norinaldo.


Eu por certo período morei no quartel que servia no Rio de Janeiro, bem ali por trás do Edifício RB1, Praça Mauá, quartel de Fuzileiros Navais. Para aproveitar o ar condicionado e evitar companheiros que roncavam, odeio, eu dormia na minha seção, arranjei um pedaço de espuma, fiz um colchão, com outro pedaço menor enrolava num grande dicionário que tínhamos ali e este era o meu travesseiro. Dormia mais dois colegas no local, que estavam de serviço, porém só havia duas camas, a minha como já disse improvisada e no chão.  Tínhamos um colega desses que acham que sabem tudo, realmente estava fazendo faculdade, era o único do grupo. Uma noite ele estava de serviço e cheguei com meu acampamento, procurei meu travesseiro e não o encontrei onde sempre estava; comecei uma busca quando o professor, como era chamado perguntou-me: O que procuras? Respondi: o dicionário. Qual a palavra que queres saber, perguntou ele? Travesseiro, respondi. Espera um pouco, você precisa de um dicionário para saber o que significa travesseiro, deu uma gostosa gargalhada e chamou seu companheiro de serviço que datilografava algo, para quem não sabe o que é isto, datilografar, seria o mesmo que digitar hoje, só que em máquinas de escrever, Tec, Tec Tec, rarrrrrr.Vem cá fulano, escuta só essa, um sargento da Marinha do Brasil, precisa consultar um dicionário para saber o que significa “Travesseiro”. O outro colega olhou-me de maneira estranha e perguntou: Verdade Norinaldo que não sabes o que é um travesseiro? Não! Respondi. Você viu o dicionário? Ele deu meia volta, retornando com o mesmo nas mãos; pronto aqui está.
Para mostrar aos senhores que eu sei o que significa a palavra: “Travesseiro” a partir de agora não usarei mais palavras. Dito isto embrulhei o grande livro na espuma, coloquei-o na extremidade da minha cama e me deitei, dando boa noite aos dois. Custei a dormir, rindo as gargalhadas sem fazer barulho, há muito não me divertia tanto.
No outro dia, o professor era motivo de risos velados, seu companheiro de serviço poupou-me o trabalho da novidade no café da manhã. O oficial que era nosso chefe passou por mim quando ia para a educação física e me perguntou: Sargento Norinaldo você sabe o que significa a palavra travesseiro? Prontamente respondi: Dicionário Tenente.
Quartel pequeno, esta história  caiu na boca do povo, quartel pequeno, guarnição reduzida, no outro dia, ou na outra noite, sai para ver um filme e quando voltei ao quartel e me apresentei com meu pequeno acampamento na minha seção, fui surpreendido com a aviso de que não precisaria mais usar o meu tradicional travesseiro, tinha sido adicionado mais uma cama a seção com tudo que tinha direito, as autoridades tomaram conhecimento que eu dormia no chão e não sei o que ocorre hoje, este quartel já não é no mesmo lugar e faz muito que fui para a reserva, minha mulher veio de Mato Grosso do Sul, comprei um apartamento em São Gonçalo, mas a cama do Dicionário enquanto servi ali, ela permaneceu lá.

sábado, 9 de março de 2013




Aparência ou Conteúdo?
J. Norinaldo


Há poucos dias, me encontrava na companhia de uma mulher muito bonita não vou colocar seu nome aqui é claro, mas estávamos em um lugar público, quando chegaram outras duas mulheres e sentaram-se bem próximo a nossa mesa, nos olharam e passaram a trocar olhares e cochichos enquanto olhavam sem nenhuma reserva para mim e davam risadas; eram bem explicitas e deselegantes, riam de mim, não para mim e sei bem por que, reconheço que não são bem na foto, ou como diz o carioca: não bato bem de feições. Não fosse talvez à condição de casal que aparentavam serem, essas criaturas também chamariam a atenção de outras pessoas, por exemplo, da minha companhia, exatamente por aquilo que tenho de sobra. Falei para o meu par, que na verdade era uma amiga: Não te preocupa por que estão rindo de mim, quem sabe pensando: o que quer essa mulher tão linda com um cara desses. O episódio prosseguiu até que me irritou, apesar de acostumado com essas situações, achei que estavam abusando; de repente uma delas levantou-se para ir ao banheiro ou toalete sei lá, e aproveitei a deixa que passou ao nosso lado, aproveitando que não havia ninguém perto, falei de maneira muito mal educada retocada de ironia e gaiatice para minha companheira: Por que você não deixa de ser egoísta e empresta um pouco de bunda para essa ai, nossa! Ela parece uma barata. Recebi um olhar de censura, mas logo a seguir um belo sorriso, a tal mulher voltou do banheiro, pegou a outra pelo braço e sumiram. Rimos um pouco, não sei se feliz com minha atitude, pois de uma coisa tenho certeza, em nada melhorou minha aparência; crime pelo qual venho pagando há muito tempo, na certeza de ser inocente.
Nesse dia, lembrei-me  um outro episódio parecido, encontrava-me com um amigo também escritor e poeta, jornalista e compositor, menos, mas também faz parte do meu bloco; conversávamos alegremente na mesa de um bar, quando chegaram dois casais, esses sim, bonitos elegantes, o que nada tem a ver com cultura e educação, não tinha mesmo. Logo a seguir, começamos a notar a troca de olhares a extensão dos mesmos até nossa mesa, e os sorrisos dessa vez mais disfarçados, e como não podia pedir para meu amigo emprestar nada para elas, até por que tinham e como, e meu amigo muito pouco, ficamos na nossa simplesmente.
De repente adentra o local, uma senhora muito elegante, com cerca de 60 anos, dessas quem lembram a rainha Vitória, cabelos brancos quase azulados, acompanhada por uma jovem lindíssima, que trazia numa das mãos um livro. Parou diante da nossa e a jovem nos cumprimentou e disse com um belíssimo sorriso: Poderiam me dedicar este livro, por favor, não sou daqui e, portanto não estive no lançamento. Era uma Antologia Poética da qual fazíamos parte com alguns trabalhos. Claro com muito prazer, aquele papo de sempre, fizemos pose depois para uma foto ao lado das duas, depois da uma e ficamos novamente sozinhos, por que os casais não quiseram saber de autógrafos nenhum, escafederam-se. Dias depois, fui ao mesmo local e o garçom me procurou me confidenciando: Sabe aqueles casais que estavam rindo de vocês aquele dia?  Isto me deixou de certo modo mais constrangido, então até o garçom notara. Sim lembro que houve com eles? Um dos, veio aqui esta semana e me perguntou quem eram vocês se eu os conhecia. Tá, e daí? Eu falei que vocês são verdadeiras lendas da poesia e da literatura brasileira. Demos boas risadas, e pensei: lenda só se for pelo motivo que riam, depois perguntei: e a reação qual foi? Olha, não poderia ter sido pior, o cara de pau olhou para a mulher e disse: Eu tinha quase certeza que sabia quem eram...

quinta-feira, 7 de março de 2013



Num Mar de decepções, um Farol de Ilusões que indica um Cais de velhas Perdições.
J. Norinaldo.


Durante a minha vida até hoje tenho certeza que sou um dos maiores colecionadores de  decepções, não é um título do qual ninguém de são consciência venha a se vangloriar é claro. Também tenho a certeza que a primeira e maior delas foi “Dolores Sierra”. Estranho? Não! Eu explico.
Nasci num vilarejo no agreste pernambucano por nome de Cachoeirinha, olha, era o lugar mais lindo do mundo, o único que eu conhecia não poderia ser diferente. Não havia luz elétrica tradicional, mas um motor Caterpillar fornecia luz até as 22h00 todos os dias.  Era cuidado pelo lendário Bel, quando algo acontecia e a luz ia embora, argüido sobre o incidente, Bel respondia sempre: “O motor coisou”.Uma noite, havia uma farmácia das duas da vila, cujo dono se chamava José Aguiar, ou simplesmente Zé Aguiar, que certa feita adquiriu uma grande radiola ( O Word grifou Radiola)e as noites ele colocava para rodar discos com canções muito bonitas, não sei na moda, mas para mim e meus amiguinhos de infância, um verdadeiro deleite. Uma noite, ouvi encantado, inebriado, sem saber que assim estava é claro, Nelson Gonçalves cantar “Dolores Sierra”.
“Dolores sierra, vive em Barcelona na beira do cais, não tem castanhola, e faz ompanhia a quem lhe der mais”. Nossa! Um verdadeiro delírio, aprendi rapidamente a letra, e como sempre fui uma espécie de líder da minha turma, procurei minha professora, e outra pessoa considerada muito culta do lugar, para saber o que fosse possível sobre Barcelona, mais uma vez fiquei maravilhado, uma verdadeira cidade encantada, um conto de fadas e bem maior e mais bela que a minha Cachoeirinha, senti-me traindo alguém. E com o Cais então...
Muito bem, passei a cantar, muito mal por sinal coisa que faço até hoje, Dolores Sierra para meus amiguinhos, além de sentir-me o tal ao descrever Barcelona pelo que tinha aprendido e mais um pouco que inventava, sempre tive um excelente imaginário. O tempo passa, as canções são de certa forma esquecidas ou preteridas por outras, a fila anda e a moda muda; sai de Cachoeirinha em 1959 para morar em Colatina ES, conheci novas pessoas, fiz novas amizades e não era mais líder de nada. E foi aí que um dia, um amigo que cantava muito bem e tocava violão quase sendo um virtuose, cantou ao meu pedido “Dolores Sierra”. E foi exatamente nesse dia, quando ele exclamou: “E faz companhia a quem lhe der mais”. Meu Deus! Caiu a ficha, eu já conhecia o sistema, estava na época com 15 anos. Não! Mil vezes não, não a minha Dolores Sierra! Não era possível que aquela mulher que povoara meus sonhos por tanto tempo me traía de maneira vergonhosa. Não aquela mulher que fazia com que meus cavaleiros da caixa de papel que havia sobre um velho armário no meu quartinho, corriam desesperados só para ouvi-la cantar, ou simplesmente para vê-la, nem sei se Dolores Sierra cantava.
Então era isto, a mulher linda que eu criara que povoara os meus sonhos por séculos, por que nos sonhos o tempo é infinito, você tem o controle, era na verdade uma prostituta. Não podia ser, por que a professora ou o homem culto não me disseram, poupariam tamanha decepção agora. Eu não perguntara, sabia tudo sobre ela, a beleza da canção, a melodia dizia tudo, e quem de são consciência, iria falar em prostituição naquela época com um mínimo curioso ma s com apenas 10 anos?
Passei 31 anos na Marinha do Brasil como Fuzileiro Naval, algo de que muito me orgulho, sonhei durante todo esse tempo, ir à Espanha, especificamente a Barcelona. Imagine meu Navio aportando o cais, o mesmo cais em que viveu a musa dos meus sonhos de menino, seria demais,  demais, mas... Não aconteceu.
Nesta minha coleção muito grande de decepções, conheci muitas Dolores Sierras, com nomes diferentes, mas profissões iguais, e em muitos casos as frustrações, não sei se tão grande, mas doeram bastante. Tomara que ainda tenha muitas e muitas pela frente. Tomara.
A última que tive e coloquei de acordo com a importância no rol das decepções, contarei outro dia, olha só o nome que lhe dei: “Agenda Banguela” Curioso o nome não? Se fores curioso aguarda que vou te contar tudinho, quer dizer, claro que terei que omitir alguns detalhes, ou terei que te contar pessoalmente.