segunda-feira, 20 de maio de 2013






A Violência nos Fascina.
J. Norinaldo.


Eu nasci e vivi até os 13 anos numa vila no agreste pernambucano, Cachoeirinha, quanta saudade, naquela época eu nunca ouvira falar de drogas, assaltos, roubos sim, galinha, melancia, pitombas, mangas, laranjas e outras frutas; a primeira vez que fui ao cinema do seu Eriberto, por ter carregado as cadeiras da senhora que atendia o correio, pude pagar meu ingresso, ficando sentado no chão é claro. Assisti pela primeira vez na vida o primeiro assalto, a diligencia. Sai dali pensando em um dia me tornar importante para poder conhecer uma diligencia, nem sequer sabia que aquele tipo de veículo estava obsoleto há muito, não me tornei importante, mas conheci uma diligencia num museu fora do Brasil e muitos assaltos aqui mesmo. E ai, me paro pensando: somos ou não somos fascinados pela violência? Coisa que não é de hoje. Vi muitos filmes durante a caminhada até aqui, e continuo vendo, dificilmente um filme inocente, é inocente até o fim, meu melhor exemplo é um dos meus favoritos, talvez aquele que mais vezes assisti até hoje. “A Noviça Rebelde” dizem que o filme tinha tudo para ser um fracasso, mas que o diretor Robert Wise transformou cascalho em diamante criando uma obra prima, mas tem uma guerra, a maior delas no final do filme, quem sabe para mostrar nossa fascinação pela violência; principalmente quando acontece com os outros. A verdade não sei se é, quem sou eu para ser dono dela, mas acredito que somos violentos por natureza, quando não praticamos pagamos caro para ver e aplaudir aqueles que a praticam, muito viram seriados: Sexta Feira 13, Duro de Matar 345, Jack o Estripador sabia que ficaria para a posteridade, vejam não foi identificado e o nome foi tirado de uma carta que alguém escreveu a Agencia Central de Noticias de Londres se dizendo o criminoso, vejam bem em 1888 o crime também tinha fãs.
Sinceramente não sei por que escrevi isto, até por que é uma coisa tão óbvia que talvez ninguém leia. Sei lá não sei. Ah! Já sei, cansado de assistir o que me empurravam, assinei uma TV a não sei o que, e ai minha esposa assiste o seriado CSI e as vezes tento mas não consigo ir muito longe, e ela me pergunta por que? Respondo que não gosto de filmes de violência e ela me disse: mas existem vários canais de desenho e ai eu fui ver o Pica Pau. Credo!

sábado, 11 de maio de 2013




Salvem as Tradições do Planeta.
J. Norinaldo.


Outro dia estive num planeta que faz questão de dizer a plenos pulmões que ama suas tradições e que é diferente, coisas do passado, quando não havia os meios que existem hoje, e que todos têm acesso a tudo que acontece em qualquer planeta da galáxia. Muito, bem, estive numa cerimônia que tratava justamente de tradição, da tradição desse planeta tão cultuada, e como sou muito observador, vi que alguns cantores tradicionais, ou seja, aqueles que cantam a tradição , se apresentaram, foram os primeiros,  depois vieram palestras, mostras, e outras atividades mais, todas é claro falando da tradição e do amor desses habitantes por ela. Finda a apresentação, observei que os cantores se retiraram do recinto e pensei: devem ir tomar uma água ou uma cerveja e voltam. Que nada, fiquei todo o tempo cuidando, sentaram-se bem longe dali, durante o tempo que ali permaneceram e não voltaram mais; continuei pensando: Palestras? Para que? Essas pessoas sabem tudo de tradição. Será?
Claro que a tradição do planeta existe, mas é triste você saber que muitas das atividades são políticas ou politiqueiras, sem o menor apego ao que prega; é triste você ter que oferecer vantagens para que lotem seu auditório para assistir algo referente a sua cultura, seria o mesmo que fazer um filme, e além de exibi-lo com entrada franca, ainda fornecer a pipoca e o transporte, e depois sair mostrando fotos e vídeos da fila na entrada da sala.
Outro dia houve uma reunião do Centro Cultural de são Borja, e de certa forma causou-me certo espanto e ao mesmo tempo alegria, ao ver na foto que de certa forma mudou a mesmice, dois jovens participando ativamente dos debates para tentarmos tirar o coma profundo em que se encontra essa entidade; depois olhando a foto pensei: Olha só o sobrenome dos dois Rillo, o Matheus Rillo e o Marcos Antonio Luguerse  Rillo, nem sei se é assim que se escreve.
É preciso acordar gente, é preciso retirar a mascar e encarar uma crua e fria realidade, as tradições estão indo para a vala, e não é só nesse planeta, acontece em todos, a música, até a comida, o jeito de vestir e o jeito de pensar; estive a algum tempo lá no meu planeta e por lá a coisa não é diferente, alguns velhos conservadores tentando segurar um passado que teima em escorregar de suas mãos já trêmulas, e os jovens de lá não são diferentes do de cá, somente as aves que lá gorjeiam não gorjeiam como cá.
Hoje os pais pagam tudo o que os filhos pensam que gostam até mesmo as drogas, aqueles que podem pagar, sem generalizar é claro, muitos pagam com vergonha de assumir que os filhos são drogados; e culpam as más companhias, claro que as más companhias são sempre os filhos dos outros, nem sequer pensam que só para eles, eles não são os outros; já que estes filhos não tem poder aquisitivo a não ser gordas mesadas, quando tiverem esse poder, e quiserem fazer o que realmente gostam e quem tem algum valor, alem de chocar outra geração, não podem por que tem que continuar o ritual, manter os filhos na moda e na roda, Mem que seja na roda do fumo ou do pico.
A Tradição que vejo nesse momento em alguns planetas, está mais para extradição justamente dessa tradição apregoada e que muitos bem que gostariam, mas não conseguem meter goela abaixo dos seus rebentos, e assim se arrebentam os laços com os ancestrais e com um passado dito glorioso, em detrimento por algo barulhento e pegajoso e de uma gíria que se torna cada vez mais universal. Universo esse que marcha para o mesmo lugar, o abismo, o abismo há muito profetizado, é tão comum hoje ver pessoas que a vidas inteira foram libertinos ou liberais, profanos ou imorais quando sentem que o abismo está próximo e não tem volta, começam a pagar a intermediários para que intercedam junto a Deus já que o arrependimento é citado como uma das maneiras de entrar no céu. Até por conveniência é lógico, senão quem pagaria um advogado, sabendo antecipadamente da condenação?

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sexta-feira, 10 de maio de 2013




O Sábio e a Fonte.
J. Norinaldo.


Há alguns anos atrás fui convidado para escrever para uma Revista, aceitei o convite e escrevi alguns artigos, nesse ínterim também fui convidado por um amigo para entrar no Orkut e prestigiar uma comunidade criada por ele, fiz inscrição, entrei, não entendi quase nada, esqueci a senha e sumi. Até que novamente acossado pelo mesmo amigo, que desta vez fez questão de me colocar a par de tudo, por ali fiquei, convidado participei de outras comunidades, fiz amigos, briguei, fui expulso, expulsei e coisa e tal até o fim do dito cujo, que nem sei se terminou mesmo. Bem, mas o que quero dizer aqui é o seguinte: conheci o Orkut, mas ainda ignorava o Google, vejam só, como disse antes, participei de várias comunidades, chegaram até a criar uma para mim, porém me via em palpos de aranha com tanta sabedoria nas comunas em que entrei. Às vezes lia um livro e colocava perguntas tiradas dele e acreditava que faria o maior sucesso por mostrar que estava lendo algo importante sobre: filosofia, psicologia e etc. e as respostas quase que instantâneas me deixavam de queixo caído. De  uma dessas pessoas fiquei tão fã que indiquei ao redator da revista para qual escrevia com a intenção de que ocupasse ali um espaço, elogiei tanto essa figura, que o mesmo pediu para que mandasse um artigo, não prometendo se publicaria ou não. Quando ela me enviou o tal artigo, pensei: se esse cara não publicar isto deve ser louco por publicar as bobagens que escrevo, e fui ao seu encontro todo faceiro por conhecer alguém tão inteligente. Minha primeira decepção na Internet, porém o início de um grande aprendizado; dois dias depois encontrei com meu amigo, que me convidou a tomar um café, e lá no bar iniciou o seguinte papo: Olha! Muito bom o artigo da tua amiga, ela é realmente muito boa em pesquisar no lugar certo. Encontrei quase que na íntegra o artigo por ela enviado no Google, escrito por um grande jornalista de São Paulo há alguns anos atrás, passa lá na minha sala que te mostro. Para não demonstrar minha total ignorância, não cai naquela de: Google? Que diabo é isto? Não, ai foi minha vez de descobrir, descobri e nossa! Ali estava o motivo de eu ter abandonado tanta comunidade do Orkut, por achar que não tinha alcance para tal. Também...
Resultado, Tempos depois, lia mais um livro e me deparei com algo novo para mim, “Trepanação”, fiz a pergunta para minha amiga, que em menos de 2 minutos me deu uma explanação total sobre o assunto; Não me agüentei e perguntei como sabia de tantas coisas, de assuntos tão variados; ai diminuiu um pouco a minha decepção, ela me respondeu: Tenho o Google como fonte de consulta; você não faz isto? E mandou o link dizendo: clica ai e vai lá. Eu deveria ter feito essa pergunta há muito, criei um ídolo que não existia, passei a ver essa pessoa como normal, não me tornei anormal, por que sempre que posto algo tirado do Google cito a fonte.
Como será que se sente alguém que, por exemplo: conquista outro alguém demonstrando uma cultura retirada desse rico Portal, quando um dia tiver que ficar frente a frente com sua conquista? Eu tenho aprendido muito, semana passada, estive com uma pessoa que conhecia pela Internet, mais precisamente pelo Facebook, acompanho suas postagens sempre com muito conteúdo, nos encontramos no corredor do Fórum e sinceramente... Sabe aquele papo? Você que é o fulano? Somos amigos no Face, lembra de mim? Claro que lembro, e nossa audiências marcadas para as 18h00 sairam lá pelas 19h30, e durante esse período sofri bastante. Nossa! E aquelas ricas postagens?

quarta-feira, 8 de maio de 2013




Sensatez e Caldo de Galinha...
J. Norinaldo

Há poucos dias minha mulher saiu do hospital local e o seu médico receitou um remédio, passei na farmácia para comprá-lo e a moça perguntou talvez já temendo minha reação, pela aparência é claro, se eu aceitava levar o Genérico, já que não havia nenhuma restrição do médico quanto a isto aceitei; ela então me trouxe e vi quando digitou o preço, RS 73,00, perguntei então quanto custaria o original e ela prontamente me disse: Rs 184,76. Um senhor que estava ao meu lado também comprando um medicamento, quase caiu de costas quando a moça lhe apresentou o preço do medicamento que buscava, na mês faixa do meu, um pouco mais caro e sem Genérico, ouvi quando ele suspirou e disse: nós pobres temos mesmo é que morrer, seria morrermos mas fica assim mesmo.
Cheguei em casa e comentei com minha mulher sobre o assunto, ela calmamente disse: não te preocupa, amanhã vou ao Posto de Saúde e vejo se eles não o tem lá; no outro dia chegou dizendo, que tinham lhe dito que no Posto não tinham, mas que ela levasse a receita até a Farmácia Popular que com certeza conseguiria. Como o tratamento com o tal remédio é de longa duração, fui a Farmácia supracitada e consegui o medicamento por um preço irrisório. Dias depois, encontrei com aquele homem, o mesmo do remédio que para ele tinha o mesmo valor que ouro, e fui lhe dar a boa notícia; como ele se encontrava num bar, e ali havia outras pessoas, logo alguém se interessou pela conversa e sem muitas delongas ou convite começou a  participar. Já sei que o Sr. Votou no Lula e na Dilma, por que isto que está fazendo nada mais é que propaganda dos dois, o Sr. Acredita que estão fazendo isto com o próprio dinheiro ou por que são bonzinhos? Eles não estão fazendo mais que sua obrigação, já que esses medicamentos são comprados com nosso dinheiro, e ainda por cima superfaturados enricando essa corja.
Quanto meu voto ele acertou em cheio, quanto ao que lhe respondi, nada, acreditei não valer a pena. É claro que esses medicamentos são comprados com nosso dinheiro, dinheiro dos nossos impostos, mas por que somente agora, nos governos citados por este sábio resolveram tomar tal atitude?
Está provado que nenhum governo agradará Gregos e Troianos, o governo criou essa história de : “Minha casa minha Vida”, é pouco, queremos: “Meu Iate Minha Vida, Minha BMW Meu Sonho”.
Sei que nenhum político é santo, mas não sou rico e sou humilde o suficiente para recorrer aos postos de saúde ou a Farmácia Popular em casos de medicamentos muitos caros que ali estejam dando ou vendendo por um preço simbólico, e acredito que o atual governo tem ajudado muita gente. Eu tomo remédio permanentes, antes pagava por mês Rs 125,10 por eles, hoje os recebo gratuitamente, outro dia os postos não tinham alguns, fui a Farmácia Popular e os comprei para dois meses, pagando Rs 12, 50.
Não tenho partido, portanto sai o que está e entra outro, mesmo comprando com meu dinheiro e facilitando minha vida, podem esperar que vou aplaudir, seja a bandeira que for, quando houver corrupção, vou protestar e vaiar, seja quem for.