sábado, 30 de novembro de 2013



Não existe Abraço Virtual.
J. Norinaldo.


Ontem eu falei por telefone com alguém que não via a mais de 30 anos, isto mesmo, mais de 30 anos, muita tempo não é mesmo? Seu filho que foi quem lhe deu meu telefone, a última vez que o vi tinha dez anos, hoje está de cabelos brancos. Uma vez alguém me disse que o próprio homem desde os primórdios vinha procurando uma maneira de se autodestruir, não entendi muito na época, que já vai muito longe, mas também não esqueci, não tive oportunidade de pergunta ou de pedir para quem disse definir sua oração, já que a conversa era dos mais velhos e eu por acaso escutara. Durante todo esse tempo venho observando o quanto aquele senhor que usava suspensórios, coisa de menino no meu tempo e na minha cabeça, que com ares de sábio dissera aquelas palavras. Guerras, venenos, vírus, tanta coisa que o homem não sei se desnecessariamente vem se envenenado e envenenando seu semelhante e por isto mesmo não deixo nunca de pensar no profeta de suspensórios.
Ontem, após conversar com essa pessoa supracitada, que se não fomos grandes amigos, fizemos parte de uma verdadeira família que se aceitava, convivemos juntos por muitos anos, usando a mesma roupa ou a mesma farda, militando na mesma profissão; num reencontro mesmo que por telefone depois de mais de 30 ou 40 anos, nem sempre  as noticias são as esperadas, e ai, a alegria do início vai se esgarçado como nuvem de fumaça, a conversa vai perdendo toda graça, e as vezes termina em lágrimas. Será que isto realmente faz bem? A alma pode ser, mas ao corpo físico, ao organismo? Será que a Internet, esta coisa que aproxima quem está longe e afasta quem está perto não é um desses instrumentos que o homem inventou para antecipar seu próprio fim?
Sei não, mas agora são 04h36, já contei mais carneiros que conheço, já fiz de tudo que aprendi para ter sono e nada, revi centenas de amigos daquela época, muitos que já não estão mais entre nós, avisei a outros que encontrei este alguém e de um desses avisados li a seguinte pergunta: Quem? Escrevi novamente o nome completo do amigo encontrado e para minha surpresa li: Lembro nada, sei quem é não... E eram grandes amigos, como segurar então as lágrimas. Uma vez, estava num hospital com um parente internado, quando encontrei alguém conhecido, e após aquelas perguntas de praxe, quem teu está por aqui, no linguajar de Marinha, no “Estaleiro” Fiquei sabendo que era um Capitão de Mar e Guerra que aqui servira como Tenente e que voltara para visitar a cidade e algum amigo da época, e sofrera um enfarto na entrada da cidade.

Será que esses encontros fazem bem? Sei lá, não diria com certeza que faz não. É complicado eu sei, poxa é tão bom reencontrar um amigo, principalmente quando está bem, principalmente de saúde, mas, sei lá de novo, acredito que o melhor mesmo é aturar a figura sem essa de saudade. Interessante esta palavra é só nossa, aqui do lado na Argentina, às vezes fico tempos sem ir ao Cassino, quando resolvo aparecer algumas argentinas que ali trabalham dizem que estranharam, e sempre pensei que tinham estranhado a minha ausência, depois descobri que estranhar é sentir falta, sentir saudade. Pode?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013



Assim Tipo...
J. Norinaldo.


Se você prestar bem atenção a esta imagem verá que todas as crianças são pobres ou estão vestidas de pobres, roupas simples e até sujas, chinelos de dedos e velhos tênis, que apenas uma menina que se encontra curva sobre um sofá com um menino atrás tem um semblante que revela certa alegria, os outros ou medo ou má vontade; portanto devem ter sido obrigados a participar desta foto. E ai vem a pergunta crucial, obrigadas por quem, muitas vezes pelos pais, por dinheiro para financiar algum vício, na foto não aparece nenhum adulto, é claro, mas será que a foto foi tirada por uma criança? Quem me garante que depois das fotos todos sacudiram a poeira e voltaram para casa ou para a escola, ou a casa e a escola é exatamente ai?
Sabe aqui na rede já sei quem vai pagar o pato, e de certa forma tem culpa mesmo, quem dá dinheiro a quem faz filhos sem nenhuma responsabilidade sobre eles e ainda recebe por isto, é apenas irresponsável, criminoso é quem paga, como se desejasse carne apenas no futuro. Não se iluda isto ai é verdadeiro, e algo terrível que era típico da região nordeste, que se usava como justificativa a sede e a fome, hoje proliferam por todo país para financiar a droga. Prostituição infantil. Andei por este país e vi de tudo; denunciei muitas vezes, depois cheguei a brilhante conclusão que estava prestando um grande desserviço, pois ao denunciar, dizia onde estava acontecendo e era somente os que os pedófilos desejavam, o endereço; eram os únicos que acudiam ao local.
Enquanto a sociedade brasileira não despir a máscara da hipocrisia e coragem para enfrentar de frente este grave problema, acreditando que isto acontece apenas com os moreninhos de roupinha suja e chinelo de dedos, com seus loirinhos e rosados jamais, vamos conviver e convivendo nos acostumando, e nos acostumando nos tornando cegos e surdos enquanto os tarados saciam em nossas crianças suas mais podres demências, por enquanto embaixo de palcos em bailes Funks, mas também já nas praças; quem sabe num futuro bem próximo, ao fim de cada ato saiam com o chapéu recolhendo o pagamento pelo Show.
Será que já temos jovens que chegam aos 18 anos, idade que num passado remoto e triste para muitos era quando estes podiam pleitear uma relação sexual, com alguma prostituta, pois ai da moça que a tivesse antes do casamento, não freqüentava a sociedade e nem a igreja, era uma perdida, hoje pelo contrário é achada, ou rachada, pois muitas que chegam a essa idade virgem, dizem que dão mais que chuchu na serra para não serem isoladas, verdadeira troca de valores; Pois bem, esses jovens chegando a essa idade deprimidos e pensando em suicídio por que não tem mais o que fazer ou inventar? A não ser, é claro, Fumar, Picar e Cheirar.
Existe uma poetisa gaucha a saudosa Lila Ripoll, que dizem ficava corada quando declamava alguma de suas lindas poesias que falava em amor; pois bem, outro dia li uma crônica em Zero Hora de um famoso escritor, que contava que foi buscar sua neta em algum lugar e esta lhe pediu para dar  carona a uma amiguinha, ambas creio que com 10 ou 11 anos; de repente uma pergunta a outra: Como foi a festinha ontem? Resposta: Assim tipo “Foda”! E o escritor relata que foi calado assim tipo Foda até em casa, é isto, nos assustamos, mas apenas pensamos: é o tempo deles...