sábado, 25 de janeiro de 2014


http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=5553

A Direita Miami. A Esquerda Paraguay.
J. Norinaldo.


Existem segredos que guardamos a vida inteira, mesmo sabendo que outros o conhecem por que viveram a mesma situação, mas como nós, faz o mesmo e assim temos certeza que nosso segredo continuará conhecido e escondido quiçá para toda a vida. A primeira vez que viajei ao exterior, passei por uma situação que considerei totalmente atípica e prometi que somente por muita necessidade passaria novamente; ao chegar no aeroporto  estrangeiro, levaram a uma cabine e mandaram tirar as calças, vacilei um instante  pelo susto, e o agente gritou em sua língua para que me apressasse. Sai dali caidaço, não pelo fato de ter que passar por uma situação tão vexatória, mas por pensar que tinha sido somente eu, por ser feio, ter cara de suspeito, ou até pelo passaporte verde, até que vi o Roberto Carlos o rei da Rede  globo numa entrevista ao poderoso Jo Soares e os dois confessarem que passaram pela mesma situação que passei; Roberto confessou que só passou a escapar de tal vexame, após comprar seu jatinho. Portanto gente, toda essa gente hoje chamada pelo Juremir Machado de Lacerdinhas ou direita Miami, passou e passa pelo mesmo vexame, mas omitem, mesmo para seus pares, ou seja para outros Lacerdinhas, talvez pela desculpa de para que falar o que todos já sabem e querem esquecer, não é mesmo? Nada disso, poderia se falar e discutir os motivos que levam os países a tomarem tais decisões tão antipáticas, como por exemplo: outro dia li numa reportagem que uma agente americana revistou uma velhinha com fraldas geriátricas, que inclusive se encontram no momento sujas. Se o motivo de toda essa celeuma, que todos sabem qual é, é provocada pela direita ou pela esquerda, se não existe distinção ou então uma coluna do meio.
Outro dia também li uma reportagem atribuindo a certa colunista brasileira que dizia da perda de valor ou da banalização da cidade de Miami, pois antigamente se encontrava por lá, amigos do mesmo bairro, do mesmo prédio e do mesmo Clube, hoje em dia se topa em qualquer rua, em qualquer Shopping, com o porteiro do prédio onde moram ou com o zelador do clube que freqüentam, ou suas proles, para onde foi o glamour? Com certeza são Lacerdinhas já preocupados com a esquerda, que na maioria das vezes não deixa esquecer a fábula da Raposa e as Uvas, odeia o Capitalismo, mas passa o tempo todo na Internet procurando promoções de passagens para o Covil dos Lacerdinhas?
Aliás, acho interessante essa história de direita e esquerda, a não ser placas de indicação, e naturalmente nossas mãos, isto ainda existe como ideologia? Me parece algo tão longe como o tempo em que Miami era reduto dos ditos ricos brasileiros, estou certo, ou muito longe da verdade?

Como poderíamos entender o Artigo do Juremir? A Direita Miami e a Esquerda Paraguay a escolher e seguir?

domingo, 19 de janeiro de 2014




O Que é Felicidade?
J. Norinaldo.


Será que realmente a felicidade está onde se acredita que esteja? Será que devo me sentir feliz quando pela manhã abro minha janela e vejo um lindo dia, os raios de sol entrando pela minha janela, mesmo que essa caia todas as vezes que a abro? Oh! Senhor! Te agradeço por mais um dia, mesmo não sabendo se terei o que comer no meio dele, e se por acaso tiver no final é sempre uma incógnita. Não, Senhor, eu não quero riqueza porque muito cedo aprendi que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino do céu; claro que num futuro bem próximo para citar tal frase, vamos ter que explicar o que é agulha, ou o que era e para que servia. Não, Senhor, eu não quero riqueza por que o pastor me ensinou que sendo ele quem é nada me faltará, muito tem me faltado, mas claro que a culpa é toda minha, não devo ter entendido direito a mensagem.
Existem ai embaixo ou acima, uma mostrando beleza e fartura e a outra mostrando também beleza e fartura, dependendo dos olhos de quem as vê; uma a beleza daqueles que acreditam que o Reino dos céus será daqueles que aqui sofreram, choraram e não tiveram sequer o pão que o diabo amassou, este se recusou a fazê-lo para pessoas tão miseráveis; a outra o local onde vivem aqueles que estão aquilo e andando para a história do camelo e da agulha, inclusive lá nas terras dos camelos de onde deveria vir o exemplo, já que muitos da outra foto nunca viram ou sabem o que é um camelo.
Estereótipos a parte e usando-se ambos os arquétipos, se as pessoas da imagem 1 a favela sem cor acreditam que a felicidade está ali e o mesmo acontece com o pessoal da imagem 2 colorida, o que precisa ser citado para diferenciá-las, também acredita que é lá que ela está, então não é apenas uma felicidade que existe, seria difícil para qualquer das partes acreditarem que seria a mesma nos dois lugares. Mas tem uma coisa que ainda não entendi, vale a pena salientar que não faço parte da imagem azul, o que não estou entendo mesmo, é esse fenômeno em que acabei de colocar isto que escrevi, chegar nos dois lugares; e para minha surpresa, ou tristeza, já vi muita gente do sem cor, migrando para o azul somente em fotografia, com uma tal de montagem que realiza fantasia, utopia ou que sei eu.

Agora, me diz a verdade, se você sabe mesmo de verdade, me diz, por favor: em qual situação você gostaria de estar e que é realmente essa tal Felicidade?

sábado, 18 de janeiro de 2014



Escravos da TV Jó-gavam a vida Fora, Tira. Bota, Deixa o Novelê Passar...
J. Norinaldo.


Acordei muito cedo e de repente me senti apavorado, costumo acordar ou levantar por volta do meio dia geralmente, pois bem, acordei cedo, aos uma noite de sono longo e reparador, além de bons sonhos e de repente um pavor: levantar para fazer o que?  Sabe aquela sensação de total impotência, de estar no alto mar, num barco pequeno, sem remo, velas ou qualquer tipo de mecanismo viável para sair dali, e caso os tivesse não saber para onde ir? Parei, pensei, ou só pensei por que parado já estava, levantei meio perdido pela falta de prática e pensei em escrever, mas e depois, depois do almoço e a sesta o que farei? Escrever novamente? Será que alguém vai ler o que escrevi, essa certeza sim, me traria um pouco de paz? Não, sei. Passei o restante do dia apavorado pensando na possibilidade de mais da metade do meu mundo está bem a minha frente, meu quarto. Tomei uma decisão: Tinha que ser urgente, troquei de roupa, já passava das 17h00, tirei o carro velho da garagem e liguei para um amigo, mais velho que eu, mas que falamos a mesma língua, fazia tempos que não via e resolvi colocar o papo em dia. Ele me atendeu, disse-me que estaria em casa e lá fui eu. Muito bem recebido, sentamos numa varanda e começamos a conversar, até pensei de repente que meu pavor não fazia tanto sentido; conversa boa, filosofia, poesia, literatura e vida, sabe com é, quando estamos gostando da prosa o tempo não gosta de bom papo e passa rápido, não para mim, que tenho tempo de sobra, pensei que para meu velho amigo também, mas a vida também não é como pensamos ou como a rotulamos, tem seus caprichos, afinal é mulher. Vejo meu amigo parecer a começar ficar aflito, olhava para o relógio, ainda usa relógio acredita? E educadamente, mas um pouco triste, pois estava gostando muito de ter descoberto que ainda sabia fazer algo que há muito não fazia, conversar com a boca, vez por outra olhava para os dedos e pensava: Calados! Sorria em silencio. Olha Fulano! Se tiveres algum compromisso, não te melindre em me correr, afinal, agora já perdeu realmente o medo e vez por outra venho te encher aqui. E ai veio a bomba que realmente acabou por me matar de vez, não só as esperanças de voltar a viver, de procurar outras pessoas que como eu, viveram muito, andaram muito, mas que agora seu mundo e sua estrada estão resumidos ao corredor do dormitório; o meu velho amigo me disse: Sabe, a melhor hora para conversarmos é realmente as 10h00, por que daqui a pouco começa as novelas e sou viciado, não perco uma; por que não fazes o mesmo, eu já não tenho esse tipo de problemas do qual me falastes tanto, e depois durmo como uma pedra, nem lembro do que sonhei. Sai dali, perdi o caminho de casa, escutei várias buzinadas e xingamentos nos sinais, abriam e eu não via, coisa difícil de acontecer, pensei num pensamento que aqui coloquei outro dia, pensamento meu: “Ninguém saberá que sou um velho sem me ver”;  até parece pensei naquele momento. Contei para outro amigo sem dizer o nome de quem, e ele vaticinou: Se ele é feliz vendo novelas, quem sabe o destino não te mandou lá para fazer o mesmo? Sabe, não vejo  todas, mas desde aquela do João gibão...Pensou e veio, Pavão Misterioso, nunca mais parei com elas, sabe, as novelas, portanto, não me viste só por visitar a partir das 18h00, e depois delas, sabe as novelas, ai sim, o quarto é o meu mundo.
Considero-me um homem morto, porém muito teimoso, cismei que só vou cair quando alguém me convencer de vez que o sofá e a telinha cheia de mentiras e hipocrisias são melhores e mais convincentes que meus sonhos e até meus pesadelos, sem nenhum preconceito, vou dar meu jeito, de não ter que encher o saco dos meus amigos as 10h00 da manhã, isto até que não se inventem novelas nesse horário. Voltei para casa e autorizei a mulher a usar meu velho banco do oitão como lenha do fogão a lenha, ora falando do meu amigo que ainda usa relógio, ela não fará isto por que sabe bem que ainda ali sento e converso muito, sozinho é claro, ou como se diz: com meus botões, enquanto estes ainda não fazem  questão de ficarem na sala, num cabide, vendo Televisão...

A foto acima eu digitei: Escravos das Novelas e não Nas Novelas. Vejam o que achei...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



Honra e Preconceito.
J. Norinaldo.


·         Assisti há muito tempo a um filme americano, a história de um marinheiro negro que queria ser mestre de mergulho da marinha America, o encarregado da escola era Robert de Niro, fumava um cachimbo o tempo todo. Muito bem, esse marinho se inscreveu e viajou para a Base Naval onde se realizava o tal curso, logo de chegada, foi mandando descer do Jipe em que vinha e ficou em pé no sol quente por muitas horas, esperando não se sabe o que; depois que se juntou a turma de brancos, passou pelos mais terríveis sofrimentos por ser negro; o Almirante dizia abertamente que jamais um negro seria mestre de mergulho naquela base enquanto ele a comandasse e pudesse impedir. Há uma cena em todos os candidatos, mergulham e lhes é jogada uma bolsa cheia de ferramentas para que montem algo embaixo d’água, para o negro as ferramentas são jogadas sem bolsa e enquanto os brancos cumprem a tarefa em no máximo 40 minutos, ele leva mais de duas horas e meia na tal missão. No final o marinheiro cujo papel é desempenhado pelo ator Cuba Gooding Jr torna-se Mestre de Mergulho por decisão da Justiça Americana, depois de perder uma perna num acidente onde foi um verdadeiro herói, teve que mostrar que mesmo com uma perna mecânica, seria capaz de se movimentar com um escafandro antigo e muito pesado.
Fico pensando no sofrimento daquele almirante preconceituoso que teve que engolir a coragem e a decisão daquele ser humano, do qual ele tentou tirar o direito de ser aquilo que queria ser apenas pela cor da sua pele; sem em momento algum procurar saber do seu valor, do seu caráter, pois Robert de Niro lhe comunicou várias vezes que aquele aluno era forte nesses itens tão valiosos na vida de um ser humano.
Aquilo foi um filme, atores agem exatamente como está escrito, cumprem com talento seus  papéis, acontece que isto não é hipotético naquele pais, o preconceito existe e é fortíssimo, diferente daqui, onde existe mas, camuflado, imagine-se o sofrimento de um americano branco e preconceituoso como este do filme ao ver Barack Obama, negro, Presidente do Estados Unidos da America.
Por aqui não é diferente, e já deveria ser esperada a reação preconceituosa de ter um trabalhador como Presidente do Brasil, claro que não dá para comparar, Lula foi somente o mais poderoso da America Latina, o outro é o mais poderoso do mundo.

Não sei dizer o que sofre o preconceituoso num caso assim, pois não sou, mas também não queria ser por que deve ser terrível já que todo preconceituoso é também um invejoso em potencial, e como o invejoso sofre mais com o sucesso dos outros que com seu próprio fracasso, deve ser muito triste.