sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014



FaceBook ou FalsoBook?
J. Norinaldo.


Sabe esses textos  que aparecem aqui no Facebook, aparece uma parte e em seguida, leia mais ou continue lendo? Pois é, o que tenho me deliciado e ao mesmo tempo me decepcionado com certas pessoas não está no Gibi*. Outro dia, comecei a ler um texto de uma pessoa conhecida e a fazer trejeitos com a boca e gestos de afirmação, apesar de não ter cabedal para ser crítico de nada, principalmente de letras, mas aprovando literalmente tudo, nossa! Quanto conteúdo, e tudo preciso e conciso; não que não esperasse algo assim daquela pessoa, a verdade é que conversando com ela, coisa que faço com muita freqüência, não se nota tal ecletismo, mas que pode ser algo atávico por mim e por outros desconhecido. E ai, vem a tal decepção, quando no final de qualquer belo texto, você põe a mão no queixo, escolhe uma direção em direção a linha do horizonte e por alguns segundos que parecem uma eternidade, reflete sobre tudo que leu e o que conseguiu entende. Muito bem, ali, no rodapé, está um nome  as vezes também conhecido de algum livro, ou algum jornal ou mesmo do cinema. O balançar de cabeça negando, não quer dizer que a pessoa que escolheu tal artigo, crônica, conto ou seja lá que for, está errada, mas sim, por mais uma vez ter acreditado que as pessoas falando são uma coisa, escrevendo outras e muitas vezes totalmente diferentes.
Outro dia, aqui mesmo, comecei mais uma vez a ler algo de um conhecido, e ali pelo meio do texto pensei em me atirar numa vala suja e de lá só sair meia noite e quinze minutos, porque dias antes discutira com essa pessoa sobre o uso de uma palavra que ele dissera e não sei por que cargas d’ água, eu sabia que não estava correto. Que alívio quando cheguei arfante e pálido de vergonha ao final da tarefa, lá estava o nome completo de uma jornalista gaúcha. Credo! Ufa!  Dessa escapei.
·         Gibi. Revista em quadrinhos do meu tempo de menino, importantíssimas, pois começávamos lendo os Gibis, íamos para a porta do Cinema na Matinê* trocar Gibis, tínhamos leitura para toda semana, a noite, depois dos deveres de casa prontos, quando crescíamos, trocávamos os Gibis pelos livros e aprendíamos a escrever, ou pelo menos gostávamos de escrever e principalmente de ler; o Gibi era uma espécie de vírus da leitura inoculado no sangue de quem amava principalmente um Almanaque*.
·         Matinê. Seção de Cinema à tarde, já que crianças e adolescentes não podiam freqüentar o Cinema à noite, principalmente aos sábados. Que saudade, exceto das espinhas na cara.

·         Almanaque. Publicação que, além de um calendário completo, contém matéria científica, literária, informativa e, às vezes, recreativa e humorística, copiei do Aurélio, pois na verdade almanaque para mim era uma revista bem mais grossa, com uma história bem mais longa; Outro dia, conheci alguém que coleciona Gibis, com um Almanaque do Fantasma, o Espírito que anda... Quase chorei de saudade, não especificamente do Fantasma, mas da minha juventude, menos as espinhas.


O País dos Paradoxos.
J. Norinaldo.


Estive em Buenos Ayres e como um dos endereços turísticos daquela bela capital para quem curte o mínimo de cultura é o Cemitério da Recoleta, não poderia deixar de passar um bom tempo por ali, porém antes fui informado que não adiantava buscar o túmulo de Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo, por que este se encontrava bem longe dali, no Cemitério de Plainpalais em Genebra Suíça. Interessante, pensei, este nome de Cemitério não me estranho, por quê? Ah! Agora me lembro um embaixador brasileiro morto num atentado no Iraque, que teve o corpo transladado para o Brasil, sua família chorou e quando foi considerado suficiente, novamente um avião da Força Aérea, é claro que não podia ser terrestre, decolou novamente e o mesmo foi enterrado neste mesmo cemitério. Nos dez anos de morte do Embaixador, houve uma cerimônia no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, é claro sem a presença do homenageado que se encontra até hoje com Borges e outros tantos, não uns tantos qualquer, é claro. Sabe, que não vi nenhum brasileiro reclamar, ou perguntar quem estava pagando tudo isto, sim por que tem brasileiro que pagou  e nunca sequer entrou ou entrará num avião, lotado e que viajará de pé, agora imagine ter um avião só para carregar seu cadáver... Outro dia, vi um jornalista criticar o Governador do Ceará por numa viagem a serviço aos Estados Unidos, ter incluído no avião que ia para lá é claro, tinha vaga e sua sogra queria conhecer ou visitar o país do Tio Sam; eu não vi nada demais nisso, nem sequer conheço Cid Gomes e sua sogra, e nem sei a que partido pertence. Mas lembro que o Governador lembrou que Obama quando veio ao Brasil trouxe a comadre da sogra, sem se comparar é claro, palavras dele.
Sei, meu artigo tem um ar antipático por falar de um  morto, pode ser, mas prova mais uma vez que este é realmente o país dos paradoxos, ou de dois pesos e duas medidas; mas pode servir de alguma referencia, se for a Buenos Ayres, não procure Borges na livraria do Retiro, Rodoviária, encontrará Cortazár e nem no Cemitério da Recoleta, assim como o embaixador Vieira de Melo, que também não estará por aqui.
Porque me lembrei disto? A Prisão dos Mensaleiros do PT Causou uma euforia incomensurável por aqui, agora a história de que poderão sair para trabalhar e voltar para dormir no xilindró, também está causando horrores; vi a anunciada prisão do deputado Roberto Jéferson não sei de que partido, e o advogado anunciando o seguinte: O meu cliente vai se apresentar para ser preso, mas aviso, na sua dieta consta entre outras bobagens, Salmão defumado e Geleia Real, não ouvi um pio sobre isto por aqui, e para dizer a verdade, estou vendo agora. Afinal quem foi rei, nunca perde a majestade.

Em tempo: Fui a Buenos Ayres de Ônibus e paguei a passagem, por isto mesmo mencionei o Retiro, Rodoviária para eles.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014



Acredite, a Família Existiu.
J. Norinaldo.


Não acredito na Internet como fator predominante na destruição da família, sabe aquela história do: “Estou com uma vontade louca de comer algo, mas não sei o que é”. Pois é, de repente você vê na TV ou noutro lugar qualquer um pudim de pão, ou tapioca e grita: É isto! A família já estava agonizante quando a Internet surgiu, para dizer a verdade nem a Internet e nem nada destrói uma entidade sólida, com alicerces profundos, ou seja com base, pode sim associar-se a esta para torná-la mais sólida. Vi uma mulher contado que observava seus três filhos, dois meninos e uma menina todos com idade a partir dos 10 anos, sentados na sala lado a lado, cada um com seu Notebook, cabisbaixos e em silencio, ficou ali durante um bom tempo e só ouvia com muito cuidado as respirações, quando de repente um dos filhos se virou e meteu a mão na cara do outro; a mulher não pode fazer nada para evitar, e sem entender patavina argüiu o filho mais novo que agredira o mais velho e este apenas lhe apontou a tela do Note e gritou, leia o que ele tc ai! Mesmo o menino relutando, ela viu que se tratava de uma ofensa a uma menina, talvez a namoradinha do outro. O que fazer? Pegar um Note e entrar no chat se for aceita for? Tomar o Noteoobk de todo mundo e fazê-los se abraçarem? Isto trará a família de volta? Não acreditar nessas histórias, aliás é melhor nem Lê-las para não criar a tal de pulga atrás da orelha, ou não vê que as pulgas já tomaram conta do corpo todo ou da família que um dia até existiu.
Pena que quando estamos preparados para a vida, aprendemos alguma coisa quem deveria não quer mais nos ouvir. Outro dia estava numa reunião com jovens, e surgiu um assunto sério, comecei a discorrer sobre o mesmo, até me empolgando, pois pareciam bastante interessados; quando de chofre o mais velho, disse aproveitando uma pausa: olhou para o amigo do lado e perguntou até mal educadamente, já que eu não terminara meu assunto: mas e a arena do Grêmio?
Quando eu era jovem alguém me roubou uma namorada, fiz uma viagem, quando voltei ela estava namorando outro, terminaram se casando, confesso sofri muito com isto; hoje, muitos anos depois, a vontade que tenho é de todas as vez que encontro com esse cara é de pagar-lhe quantas cervejas ou a bebida preferida até ele mandar parar, devo-lhe um dos maiores favores da minha vida. Talvez a Internet tenha sido apenas aquele algo que estávamos louco para comer, mas não sabíamos o que;  e que atualmente leva a culpa pela destruição de algo que já estava destruído, mas precisava de um vilão e ai veio a Net e se encaixou como uma luva para tal.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014




Rs 2000.00 para Garotas de Programa.
J. Norinaldo.


Essa história de bolsa de RS 2.000,00 para garotas de programa está me parecendo uma piada que sei há muito tempo: conta-se que uma mulher certo dia encontrou um japonês que se aproximou dela e de chofre lhe pergunta: Você tem órgão sexual? Claro que usou outras palavras que não cabem aqui. A mulher apavorada vai embora sem responder, mas aquela cena vai se repetindo, até que não agüentando mais reporta toda a história ao seu marido. Este fica uma fera e lhe diz: Amanhã eu vou te seguir, ficar escondido e quando este tarado te fizer tal pergunta, responde que tem sim; que vou dar a maior surra para que aprenda a respeitar a mulher alheia. Assim foi feito, o marido seguiu a esposa disfarçando o máximo que podia, no local de sempre, surge o japa e lasca: Você tem B....? Tenho sim, responde bem alto a mulher. E então o japonês grita: Então vê se dá pala seu Malido, pla vê se ele deixa a da minha japinha em paz!
E ai o resto é bem fácil de adivinhar. Quem sabe o pessoal não está criando algo para proteger suas filhas, na falta de ter o que criar, já que o nosso país não precisa realmente de nada, aqui tem tudo, e como as meninas estão dando de graça mesmo, não custa nada dar uma mãozinha, apesar que mão ninguém quer mais nem de graça.
O Salário mínimo é de quanto mesmo? Gente, será que não foi uma boa idéia, afinal tem gente por ai que não consegue já faz muito tempo, com essa ajuda vai ficar igual a faculdade onde existe mais vagas que candidatos, entra todo mundo.

É bom não confundir: O programa não é de TV e sim de Fazer...

domingo, 9 de fevereiro de 2014



Drogas e Preconceito.
J. Norinaldo.


Enquanto continuarmos a comemorar a semana da consciência negra, arrumando cotas para essa ou aquela cor, jamais extinguiremos ou esqueceremos o preconceito, o que significa a semana da consciência negra? O pontinho negro na cartolina branca, aquele é a consciência negra, o restante, a imensidão significa a consciência branca? Nada mais preconceituoso, é ou não é?

 Assim é com as drogas, enquanto falarmos o tempo todo no fabricante e no traficante e esquecermos o usuário, jamais chegaremos a bom termo no combate, enquanto não encararmos sem hipocrisia que o problema maior é o usuário e que sem ele os outros desaparecem automaticamente ou não existiriam, continuaremos a andar sem sair do lugar, não avançaremos nunca.

 Se pararmos para refletir sobre tal assunto, e partindo da premissa de que todo mal deve ser extirpado pela raiz, o traficante é o terceiro na escala principal; primeiro vem quem descobriu, provou e aprovou a droga, portanto o usuário, depois quem a fabrica, e em terceiro lugar quem distribui, ou seja, o traficante. Temos que atirar longe a mascara da hipocrisia e admitirmos que se por acaso e só por acaso venha-se a se livrar de todos os atuais traficantes e fabricantes, no mesmo dia serão substituídos pelos usuários que não vivem ou sobrevivem mais sem a droga

. Não estou aqui defendendo quem quer que seja, apenas sendo prático e coerente, quando falo em acabar com o usuário, não falo em violência contra eles, mas sim através do amor, do dialogo, da amizade e do afeto, do convencimento através da retórica sem estereótipos ou arquétipos falidos e carcomidos pelo uso excessivo sem critério.


Tive um conhecido que tinha em casa um traficante, não sei se tentou de algum modo demove-lo de tal mister, acredito que não por que era notório a melhoria de vida depois disso de toda a família, até que a violência e morte veio e levou todos. Deve ser muito triste ter em casa ou na família um ou mais dependentes de drogas; como também deve ser para quem tem um traficante, e ainda por cima, por medo ou comodismo tira disto alguma vantagem, ficar o tempo todo na torcida pela sorte que não merece, mas com também para ela não há discriminação; às vezes dá certo... Às vezes.

Para que servirá o Joio? Não sei ao certo, mas na minha cascuda ignorância penso serve pelo menos para mostrar  o valor do trigo. Quem sabe as Drogas, sirvam para mostrar o valor da vida, para quem não usa é claro...


Quando Meu filho Chegar.
J. Norinaldo.



Conheço um casal que tem um casal de filhos, como nunca entendi a diferença entre os filhos, resolvi por curiosidade me aproximar dos dois, fazer-me de amigo e tentar descobrir tão grande diferença entre dois irmãos com tão pouca diferença de idade. O rapaz é uma das melhores pessoas que conheço nesta vida, educado, trabalhador, respeitador totalmente quadrado para o mundo atual, não fuma, não bebe e quando não está trabalhando, está sempre estudando ou ajudando o pai que é pescador e lenhador. A moça, bonita, não estuda, usa drogas, se prostitui, portanto é motivo dos maiores desgosto dos pais. Um dia em uma conversa com o jovem perguntei-lhe por que nunca bebera, fumara ou usara drogas, e a resposta realmente me emocionou e veio confirmar algo que já há muito penso: Não! Eu nunca fiz essas coisas e nem as farei, por que sei que faria meu pai e a minha mãe sofrerem muito, lembro do sofrimento que tiveram para me sustentar e fazer com que eu pudesse estudar coisa que nenhum dos dois pode fazer; Lembro-me dos dias gelados quando meu velho saia para recorrer os espinhéis e voltava muitas vezes sem nada, tremendo de frio, quantas vezes eu o vi chorando escondido. Não meu amigo, pode ser até que seja considerado por muitos uma anta, mas é assim que sou e assim que procurarei ser. Um belo dia, tive oportunidade de conversar num lugar tranqüilo com a moça, e meu Deus, que divergência horrível. Perguntei-lhe por que agia daquela maneira e ela me respondeu: Você por acaso sabe o que é ir para a escola levando como merenda alguns lambaris fritos? Ter que se esconder para comer sua merenda? Você por acaso sabe querer ir numa festinha de crianças e não poder ir por que não tem uma roupa decente? Ou ter alguma coisa que valha, mas a dona que a usou até não servir mais estar lá na tal festinha? Não você não sabe de nada disto, você nunca passou meses sem comer um pedaço de carne, comendo apenas o peixe que ninguém quer comprar. Vamos, me diga, você sabe o que é isto? Fiquei quieto, vi que não teria argumentos suficientes para mudar o imutável, que adiantaria dizer que sabia muito bem, que já fora para a escola com fome e nem sequer alguns lambaris fritos tinha para comer, e caso os tivesse ao invés de me esconder de vergonha para comê-los, poderia talvez por egoísmo me esconder para não ter que dividi-los com muitos colegas na minha situação ou pior, quando nunca ganhara um presente de Papai Noel, mas me conformara, por que nunca tivera um sapato para deixar na janela na noite de Natal; e nem por isto fizera nada para destruir a minha vida ou a de quem quer que seja.

Seria muito bom jovens casais que sonham com muitos filhos tomarem conhecimento de fatos assim, principalmente se não tem posses ou grandes perspectivas, muitas  vezes tenta-se desenhar um beija flor, e termina-se criando um enorme morcego.

sábado, 8 de fevereiro de 2014



Museu é Cultura.
J. Norinaldo.


Para que acredita que prostituição não é cultura está ai o primeiro Museu da Prostituição do mundo, no famoso Bairro Vermelho em Amsterdã, Holanda. O que se vai encontrar em tal entidade não sei afirmar até por se tratar do primeiro do gênero no mundo, se a entrada será censurada, por exemplo até 18 anos também não sei, a única coisa que sei, ou penso que sei, é que caso seja livre, não vai haver nenhum escândalo por parte dos pequenos com tal museu; não sei nem se haverá algum interesse, exatamente pela falta de novidade.
 Alguma cidade que conheço, você também conhece, e quem já está fora do prazo de validade sabe muito bem ou soube que há tempos atrás existiam os famosos prostíbulos, casas de mulher, de prostitutas, de putas ou simplesmente zona; hoje isto realmente é coisa para museus e por um motivo muitos simples, meninas sem marca de vacina andam dando de graça e em qualquer lugar, inclusive em público, praças e logradouros; isto é ruim? Não sei, acredito que não. Quem diria, que a profissão mais antiga da terra um dia seria artigo de museu...
Outro dia vi um filme muito antigo, em que havia uma cena de Strip -Tease e fiquei imaginando que as primeiras pessoas que viram aquelas cenas, como reagiram e que por certo nenhuma mais estará entre nós; pois faz pouco tempo, vi uma menina de 16 anos dando uma entrevista na TV e dizendo que havia se emancipado para participar de uma Peça Teatral onde aparecia fazendo sexo, ou fingindo o que dá no mesmo.
Museu da prostituição, como será no começo, as pessoas chegarão e vão entrando, ou vai ser como no inicio da Camisinha? Conta-se que um senhor nessa época, ou seja quando começaram a surgir as famosas Camisinhas de Venus, pois bem, um senhor entrou na farmácia e como só havia moças atendendo, ele ficou por ali disfarçando, até que uma se aproximou e perguntou se poderia ajudar, como no momento ele se encontrava no setor de perfumes, ela foi lhe mostrando alguns até que ele escolheu o que não queria, pois seu caso era bem outro; pagou e a moça lhe perguntou: O senhor não quer levar o troco de camisinhas, pois estou sem moedas no memento?

Quem já conhece o Bairro Vermelho de Amsterdã, sabe que ali já havia um Shopping Do Sexo, agora, a partir de Quinta Feira haverá também o Museu da Prostituição, quem sabe um dia também tenhamos o Museu do romantismo e do amor? E este com certeza não precisará de nenhum local, de nenhuma Nação específica; até para dizer a verdade acredito que deveria ter surgido antes deste supracitado.

sábado, 1 de fevereiro de 2014



Um Rolezinho aqui, Uma Carreirinha ali e Assim vai.
J. Norinaldo.


Eu sou pobre, feio e moro longe, tem coisa pior? Não sei, mas detesto discriminação e preconceito, por isto mesmo passo longe onde possam estar essas figuras. Agora vejo nos noticiários esta história de rolezinho, o pessoal do morro e da periferia marcando encontros nos grandes Shoppings freqüentados pelas classes altas. Eu não vou, já disse que fujo da discriminação como o diabo foge da cruz, por que eu nunca consegui realmente entender, se usaram a cruz como equipamento de tortura, portanto o diabo deveria gostar dela; bem mas o assunto não é esse, é o que mesmo? Ah! Sim, o rolezinho. Pois é, quem sabe seguindo aquela premissa de que a melhor maneira de se livrar do medo é enfrentando-o, será premissa isto? Bem seja lá o que for, você vai entender, a rapaziada quer ir lá e dar a acara a tapa; sei lá, se isto é uma boa. Se pelo menos aprendessem algo de bom com os ricos, até que valeria a pena, mas pelo que temos visto, aprendem apenas o gosto por roupas e calçados de marca, como se mudando a pele mudasse também a vida. Uma vez, me confundiram com um rico, não sei por que, pois não tenho nenhum cacoete disto e sinceramente não sei como me senti; agora posso dizer pra vocês que um rico pode até se passar por pobre, já vimos isto em histórias contadas pelo cinema, o contrário é quase impossível. O pobre vai ao Paraguai e compra um Som, e ai amigos adeus sossego dos vizinhos, eu que o diga: Bum, Bum Bum e a vibração nas janelas parece até que o mundo vai acabar. Ah! E um Pendrive  com 654.000 musicas, todas elas quase iguais, e justamente as que os vizinhos não curtem, se curtiam antes passam a odiar pelo volume e pela repetição, mas o que vale é mostrar o som, vamos escrever maiúsculo SOM. Não contente apenas com o barulho, coloquemos o SOM na rua, todos precisam vê-lo, admira-lo, invejá-lo... Na verdade odiá-lo.

Uma vez fui ao Rio de Janeiro e fui convidado por um amigo que morava numa favela barra pesada para passar  uns dias com ele, morrendo de medo, mas com sua garantia que o diabo não era tão feio como se dizia fui, a noite da janela da sua casa que ficava bem no alto, vi vários carrões entrando e saindo da favela, seus donos nem desciam, surgia alguém de algum beco, falavam algo rapidamente e em seguida saiam por onde vieram, comente com meu amigo e fiquei sabendo. Eram os ricos fazendo um Rolezinho no morro, comprando algo que os deixava tão pobres, mas leva os pobres do morro também a usarem tentando sonhar em serem ricos, morarem em mansões  na  zona Sul, para depois virem de carrões aos morros buscar sonhos, como se os sonhos do alto, representassem um pequeno monte de terra que os cobrirá por fim, quando praticamente forem caminhando a passos trôpegos para o sono derradeiro. O último role da vida depois da última carreirinha.