sábado, 19 de abril de 2014



A Pedra Filosofal.
J. Norinaldo.


Estava numa fila quando alguém me tocou as costas e disse amigavelmente: Se o Sr. Quiser pode ir lá na frente, já que não tem uma fila especial para os idosos. Agradeci não me senti muito bem, mas continuei ali e de repente me veios a cabeça uma outra fila. Encontrava-me na fila para comprar ingresso apara assistir a matinê no Cine Idelmar de Colatina ES, lembro-me do filme exibido “Meu Melhor Companheiro” a história de um menino e um cachorro, passara dias pensando no mesmo, toda vez que passava em frente ao belo prédio do cinema, construído para ser o que era, ficava alguns minutos olhando o cartaz. Muito bem, fila grande, a meninada trocando Gibis e muita conversa, sobre o filme ou outras amenidades; eu quieto, tenso, pois de repente a fila emperrava, alguém dava uma nota de maior valor e parecia uma eternidade o próximo passo. Em fim cheguei a bendita janelinha tão minha conhecida, coloquei ali a minha nota, a única de cinco Cruzeiros e esperei um de troco acompanhado de um chiclete Adams; nada, levantei a cabeça e vi o senhor que não era o de sempre com a mão estendida na minha direção; o que foi? Perguntei. Você já paga inteira. Mas sempre paguei meia, tenho apenas 14 anos, não era tinha 15 quase 16, ainda antes de ontem vim ao cinema e paguei meia entrada. Não adiantou, o homem me devolveu meu dinheiro, grande dinheiro, ainda suportei o risinho sarcástico de algumas meninas atrás de mim, e quase um empurrão do rapaz que esta com uma moça linda que disse: Vamos, a fila tem que andar, ou paga ou cai fora. Sai dali arrasado, não só pelo fato de perder o sonhado filme,ou ter que assisti-lo depois e meus colegas me contarem tudo, era sempre assim, pelo fato de não ter dinheiro, depender de outros até para ir ao cinema; quantos garotos da minha idade tinham namoradas, e é claro eles é que pagavam os ingressos, a pipoca, o sorvete, porta, com quase 15 e sem condições de ir sozinho ao cinema. Fiz uma promessa a mim mesmo ali naquele momento: Quando tivesse condições de eu mesmo pagar minhas despesas, assistiria todos os filmes que existissem no mundo. Promessa não cumprida, hoje, que já tenho direito a uma fila especial, pago as minhas despesas, tenho um cinema dentro de casa e mais uma locadora onde posso escolher o filme que quero; para-lo para discutir com o jovem com a namorada bonita que me mandou cair fora da fila; dizer para o careca que me estendeu a mão pedindo mais dinheiro para enfiar o cinema dele onde bem quiser; pois é, dificilmente assisto a um filme e estou sempre me flagrando sonhando em pagar meia entrada novamente; vá me entender não...

Será que a felicidade é igual aquela fábula do homem que procurava a Pedra Filosofa? Caminhou anos pelas estradas apanhando pequenos seixos e batia com ela na fivela do cinto, aguardava um pouco, não virava ouro ele então atirava a pedra longe; assim foi por muito tempo, até que um belo dia, quando repetia pela milionésima vez o gesto para sua grande surpresa sua fivela era ouro puro. E agora, como saber qual foi a pedra usada? Ou seja: Eu fui feliz e não sabia, será que vale a pena???? Ou a maior desgraça ainda é dizer: Eu fui Feliz?

domingo, 13 de abril de 2014





Uma Pose para a Posteridade.
J. Norinaldo


Uma pose para o Face de uma face carcomida pelo tempo, um sorriso de inocência maquiado de malícia e a podridão do mundo ensinando o que não deve o tempo todo. A face carcomida pelo tempo, não pelo tempo vivido, mas pelo tempo encurtado pela volúpia atual, normal em certas cabeças podres. A musica dos jovens hoje é somente barulho e convite ao sexo, existem ainda pessoas que por nada do mundo diriam em voz alto e em público o que ouvimos em verdadeiras tempestades de decibéis que só faltam nos arrebentar os tímpanos; muitas vezes quando alguém comenta, os pais dizem: Ora! Não vais querer que crie meus filhos como fui criado, verdadeira escravidão. Quiçá no tempo da escravidão podia-se ver uma menina nessa idade precisando que alguém lhe cuide da vida, carregando no ventre outra vida; pois não tinham escolhas, eram tratadas como animais irracionais, para alguns nem alma tinham e pelo andar da carruagem não sei se a temos hoje. Um sorriso de inocência maquiado de malícia, por que em muitas meninas nessa idade felizmente isto não é motivo para sorrir, principalmente de alguém que ainda precisa de cuidados básicos já ter a incumbência de cuidar de uma criança quando tempos atrás ainda tinha muito tempo pela frente para cuidar das bonecas.
A culpa? Do governo, vi comentários que a é do governo, da falta de educação, seria mesmo o governo encarregado de educar os meus filhos e os seus; há algum tempo estive fazendo uma palestra  num grande colégio , e a diretora me dizia: uma coisa muito importante que conseguimos senão totalmente pelo menos diminuímos muito foi a incidência de sexo na escola; causou-me espécie a tranquilidade do diálogo, pois logo fiquei sabendo que havia ali um cantinho escuro intitulado Beijódromo”, e por certo não se ficava só no beijo. O governo providenciou a escola, os mestres, a merenda, mas é pouco, tem que vigiar também as pernas das meninas e as pistolas dos tarados, além de ir a sala de aula coibir os fones de ouvidos que destilam porcaria e sacanagem o tempo todo; assim como uma mensagem subliminar, você vai para o recreio, louco para comer alguma coisa, porém não sabe o que é, ver a menina vestida como mulher, pois hoje a coisa é bem assim, meninas se vestem de mulheres e mulheres se vestem de mina, pois a concorrência é desleal para os tarados, e ai, junta-se a fome e a vontade comer, comem e ai está o resultado mais um filho da irresponsabilidade que bem poderia se chamar incógnita, quem é capaz de predizer um futuro para essa criança; os pais, que dizem estufando o peito e muitas vezes com o maior bafo de onça: não vai lhe faltar nada; como se fosse preciso apenas carinho e boia, carinho as vezes coisa rara, pois só faz que o conhece, quem o recebeu.
Ah! Outra coisa, o pai já assumiu, sumiu por enquanto é claro, é um bom rapaz, e vai aparecer quando a criança necessitar. Outro dia, estava num sítio, e vi uns bugios enormes maltratando um filhotinho, atirei umas pedras e o deixaram em paz, mas todo ensanguentado, o dono do tal local me explicou, que os machos matam seus próprios filhotes para que a fêmea entre rapidamente no cio; quem sabe o pai realmente apareça...
A melhor escola é a vida, concordo desde que se saiba que não existe uma única sala, você pode escolher a sua; antigamente esta escolha tinha um tempo certo, quando se atingia a maioridade, hoje muitas vezes se é obrigado a escolher sem saber sequer o que é maioridade.

Uma pose para a posteridade de uma mulher que quando realmente chegar a idade de assim ser chamada, já terá um filho ou uma filha na idade de cometer a mesma loucura cometida, por culpa do governo, que apenas dá a escola, mas não vigia os alunos o tempo todo para coibir pensamentos e atrevimentos precoces; e ainda por cima fica compondo lepo, lepo, feto feto, neto neto, e as TVS ganhando mares de dinheiro exibindo tudo isto e mais o BBB.