quinta-feira, 17 de março de 2016


Lavagem Cerebral. comigo não Juvenal.
J. Norinaldo


Fiquei boquiaberto ao ver na história que muitos escravos libertos em países para onde foram levados, de volta a África tornaram-se escravagistas. Pode? Sim, pode, segundo algum analista e psicólogo é inerente de alguns seres humanos fazerem com outros aquilo que lhes foi feito ou era só o que sabiam fazer. Existe uma piada mais ou menos assim: Um homem encontra um cara andando com certo gingado diferente e se invoca com isto, pergunta-lhe por que razão anda desta maneira? O outro responde: fui marinheiro por 35 anos, portanto aprendi andar assim com o balanço das ondas. Ah! Bom, responde o outro;, interessante que conheço um cidadão pai de 28 filhos e não anda assim, e fez o gesto característico que conhecemos. Queria ganhar na loteria as vezes que vejo qualquer postagem agressiva contra o PT, partido do qual não faço parte, mas dependendo do grau de agressividade e do linguajar, voltar para conferir o perfil e descobrir como já imaginava de quem se trata. E cada vez mais me orgulho de mim mesmo, pois bem que tentaram lavar também o meu cérebro; quantas vezes ouvi: Aqui só pensa de capitão para cima; concordava por dentro morrendo de ri. Hoje vejo aqui, não capitães, ou capitães em último grau que não fazem outra coisa a não ser Ctrl C + Ctrl V. Pensavam e escreviam bem; naquele tempo não havia ainda o GOOGLE que tornou muito analfa em intelectual; mas já existiam os padrões: Do: Ao: Info: solicito informar data blá blá e blá, blá blá. No final: Sem mais, reitero meus votos de elevada estima e consideração. Isto para os que pensavam esperar o que daqueles para quem era dito: Procure enxergar apenas abaixo da pala do seu gorro! Para mim muito foi dito. Bem, tive sorte de nunca acreditar. Existiu um Clipe ou um Jornal montado com artigos dos maiores jornais dos Pais e de ZH foram tirados dois artigos. Um era meu, não sei se ainda continua na NET. E por incrível que possa parecer tratava de um assunto que durante muitos anos nunca pude sequer tocar na caserna: “Tortura”, Lembro que criticava o atual Ministro da justiça, na época Thomaz Bastos que dizia em uma entrevista:” A tortura diminuiu e muito no Brasil atual”. No meu rebatia dizendo que era vergonhoso falar em diminuição, o que queríamos era o fim da mesma  e para sempre. Caso não esteja mais na Net, ZH deve ter em seus arquivos. Quem diria! Criticar um Ministro, quando anteriormente alguém com uma divisa a mais que eu dizia algo e pensava em retrucar, outra coisa que ouvi muito: “Vai Ponderar? Tristes tempos, velhos dias...

terça-feira, 8 de março de 2016



Use como quiser o seu direito ou liberdade, não esqueça, no entanto que ela termina ao começar minha.
J. Norinaldo.


Eu vivi 31 nos no corpo de fuzileiros Navais, Durante este período que não é curto, como tenho uma memória de elefante posso dizer com certeza que por Quatro vezes tive a honra de ouvir a voz de Suas Excelências  Quatros almirantes dirigidas diretamente a mim. A primeira vez servia no Batalhão Riachuelo em 1967, e houve uma mostra de pessoal em uma segunda feira em que cheguei atrasado e não pude escapar e formei em frente à lavandeira com o uniforme que tinha para o dia e não era lá essas coisas, somente um gorro de pala fabricado por um cabo que alguém que ali serviu naquela época vai saber quem é, que realmente era o que se chamava na Marinha de impecável, eu tinha um desses. Quando sua Excelência parou a minha perguntou em voz alta: Seu nome completo e número fixo! Eu também gritando lhe respondi o exigido, ele então disse: Suspende o gorro! Obedeci e ele gritou ao oficial que o seguia com uma prancheta e papel: “Anota o resto”!
 Segunda vez houve um problema confuso em que fui acusado de ter negligenciado meu trabalho como comunicador e tive que me explicar com outro almirante, desta vez me dei muito bem. Terceira vez: Eu trabalhava no mesmo andar que dois almirantes tinham seus gabinetes e seus camarotes, e um deles corria todas as manhãs, e eu saia da minha secção para fumar de dez em dez minutos num canto onde havia um grande cinzeiro feito por um cartucho de projetil de canhão, e um belo dia ele disse em voz alta: Não pode ser coincidência sempre que venha da minha corrida encontrar aqui este sargento fumando; isto causou um tremendo reboliço, não fui preso, mas admoestado veementemente, o tal cinzeiro sumiu do local, não só ele, mas todos da área e eu fui aconselhado a ir fumar no inferno, preferi a lixeira onde o Almirante não passaria nem perto com certeza. A quarta e última, eu saia do antigo Primeiro Distrito RJ e bem na hora tocou o Cerimonial de arriar da Bandeira Nacional, e como militar, mesmo em trajes civis, fiquei na posição de sentido em respeito a um dos nossos maiores símbolos diante do qual jurei defender meu país com o sacrifício da própria vida, quando ao meu lado um senhor de certa idade, também ficou na mesma posição de respeito. Terminado o cerimonial e para minha surpresa, fui reconhecido por um Almirante da Armada que comandara o Sexto distrito Naval e por algumas vezes fui seu rádio operador, e este me perguntou como ficara os prédios que ele iniciara construir na pequena Ladário MS,  aliás o primeiros edifícios da cidade e foi a segunda conversa  que posso chamar de amistosa, uma porque enquanto todos me acusavam de algo que eu não fizera, eu tinha uma Xerox da verdadeira ordem recebida.
Portanto durante 31 anos fardado, não somente um Almirante foi para mim como uma estrela, não aquela que carrega nos ombros, mas uma que faz parte de alguma galáxia, a distancia seria a mesma, mas qualquer outro oficial, pois cheguei a ser chamado de amigo por alguns, um deles a quem considero muito até hoje certa vez me disse: ”Ai daquele que retribuir a amizade que lhe dedico com intimidade”. Será que existe isto? Amizade sem liberdade?

Bem tudo isto para dizer que depois dos meus 31 anos jurados e cumpridos, agora na minha casa, humilde, mas minha, onde sou o comandante ou imediato, pode ser que a patroa venha a ler isto e vou ter que dar explicações, vou querer voluntariamente a visita de Almirantes da reserva que já não são estrelas tão distantes, justamente porque enquanto brilharam na caserna esqueceram que um dia o barco atracaria em algum porto, alguém lhe bateria no ombro e a banda tocaria para ele a Marcha Batida Corina pela última vez? Não! Não mesmo, posso ser antipático ou diferente, mas quero manter a mesma distancia de antes, de preferencia em anos luz; não censuro quem vive lhes mostrando as próteses, não é da minha conta, mas também não aceito que tentem me convencer do contrário. Faria parte de alguma associação de Veteranos onde constam em seu rol estas autoridades, caso frequentasse também o Clube Naval.

segunda-feira, 7 de março de 2016




Valeu a Pena pelo menos sonhar.
J. Norinaldo



Os sonhos devem nos servir de alerta e de ensinamento principalmente aqueles que conseguimos entender ou decifrar. Hoje tive mais um dos que com certeza foram uma aula para a vida que bem que gostaria de telo sonhado 50 anos atrás. Outro dia vendo fortunas monumentais, entre elas vi a do magnata da máquina de costura claro que no auge do sucesso, Senhor “Singer”, quem mandou construir um castelo em uma ilha se não me falha a memória no estado de New York US. E assim que ficou pronto seu monumental investimento para seu orgulho e conforto ele faleceu. E me perguntei: valeu a pena? Não sei! Hoje tive mais um dos meus sonhos lindos, conhecera uma família e nela dois amigos, um casal na verdade, dois belos jovens que me convidaram a conhecer as propriedades da família,  e nunca tinha visto nada tão belo, tudo era belo, verde e viçoso, lembro de uma plantação de melancia que só deve existir nesse neste meu sonho, as frutas davam em cachos como uvas, eram enormes e de um colorido especial, tínhamos que pisar por  cima delas por falta de espaço. A plantação se perdia de vista. Lembro-me de visto muito longe árvores muito altas e frondosas diferentes de tudo que já vira até então, tentava me aproximar para fotografar pensando numa capa de um livro futuro, mas não conseguia, pois entre a distancia entre elas ia encontrando sempre algo mais belo. Elogiava tanta beleza nunca vista antes, tanta grandeza e tanta fartura, sem no entanto sentir inveja ou qualquer outro sentimento que não fosse deslumbramento, quando apareceu um senhor já de certa idade que era o pai dos meus amigos, me convidando para conhecer alguma construções da sua propriedade, e mais um vez o deslumbramento tomava conta do meu já deslumbrante sonho. De repente, ele começou a me contar com certa melancolia o seguinte: Isto aqui já foi muito maior e mais belo, pensei comigo; impossível, maior poderia até ter sido. Mas, prosseguiu ele, em um fatídico ano, a colheita de tudo foi a mais farta, meu pai vendeu tudo e recebeu um pomposo cheque, na viagem de volta quando iria depositá-lo no maior banco do nosso país, seu carro tombou e se incendiou, e o cheque foi junto, mas o recibo assinado ficou com quem o pagou; tentaram ainda reaver o dinheiro, mas nada conseguiram então grande parte da propriedade teve que ser vendida para pagar o financiamento do banco. Fiquei admirado com a tristeza daquele home que tinha tanto como eu nunca vira ou sonhara que existisse. Porém ele lamentava mais por que tudo vinha pertencendo a sua família a séculos. Acordei, olhei a minha volta, vi um santo de argila e uma cruz de madeira com um Homem nela crucificado acima da minha cama, um pequeno rádio, um condicionador de ar comum e mais um ventilador, um guarda roupas comum e que guarda roupas comuns e minha mulher me acordando para tomar remédios e o café da manhã. Passei por uma mesa muito bonita que comprei e só uso em ocasiões especiais, isto é quando recebo visitas, sobre ela vi um envelope com exames feitos recentemente onde tudo está sob controle, nem sei se é assim, pois estou com o Colesterol, com valor de 110,8 Triglicerídeos com 103, 9 e o restante dentro dos valores normais. Tomei meus remédio, fiz meu desjejum com um pão dormido e uma pequena fatia de queijo e uma xícara de café com leite e ao invés de voltar para a cama aproveitado o fresquinho depois de um calor terrível resolvi escrever o meu sonho, talvez para que eu mesmo lia. E me perguntei o que é valer a pena. Chegando a brilhante conclusão em minha opinião que o orgulho é o colesterol da alma e a soberba o Triglicerídeo da vida; quiçá o que significa valer a pena, ou seja, tendo por final a vida, vale a pena viver? Construir um castelo com torres com 100 metros de altura, para quando pronto e morar para sempre num cubículo quiçá com dois ou três metros de comprimento, com no máximo cinco de altura?