sábado, 15 de junho de 2013



Idoso Eu?
J. Norinaldo.


Eu penso que esse dia deveria ser bem específico, como por exemplo: Dia da conscientização da violência contra pessoa idosa, pobre e desprotegida. Sabe por quê? Frank Sinatra morreu idoso, Roberto Marinho com 93 ou 94 anos, Oscar Niemeyer com mais de 104, todos muito respeitados e homenageados até hoje e para sempre. Será que esta data não torna pessoas que viveram muito tempo, e que tiveram bastante tempo para agora não precisarem desse tipo de proteção e nada fizeram? Outro dia via algo mais ou menos assim: “Não se compadeça de todos os velhinhos, por que nem todos os canalhas  morrem jovens.”. Não sou contra o respeito com as pessoas mais velhas, até por que já não preciso mais pagar o ônibus na minha cidade, e fui educado de maneira diferente da de hoje, idéias totalmente anacrônicas aos nossos dias nunca utilizei esse expediente, digo do ônibus, quiçá por vergonha; vergonha de ser velho, se todo mundo está vendo... Agora te digo uma coisa, quantos jovens hoje estariam fora da malha da droga e do crime se vez por outra sentassem e ouvissem essas pessoas para quem pedem proteção, além de também ficarem fora da lista de protegidos lá quase no final do caminho. Nesse dia o que se dá de presente aos homenageados? Dentaduras, fraldas, isto só terá algum valor, se aqueles que se acham jovens pararem pelo menos por alguns segundos e refletirem como chegarão até onde chegaram esses a quem pedem respeito e proteção agora; e os respeitarem de verdade. Assim como o poeta precisa de reconhecimento para saber se sua poesia tem valor, o velho precisa apenas de respeito, pois respeito é bom e todos gostam.
Cada um tem a idade que acredita que tem, tem meninos com 13 verdadeiros anciões e pessoas com 90 esbanjando juventude. Não acredita? Nem eu, principalmente na segunda hipótese.

Tinha um conhecido que dizia que a única vantagem de ser velho era que quando se encontram não perguntam: Como Vai? A pergunta é: Onde é que dói?

sábado, 8 de junho de 2013



Até Parece que não Sei! Ou penso que Sei.
J. Norinaldo.


Muito interessante isto ai, venho ha muito escrevendo e eu mesmo lendo, fazia isto no tempo de interno num colégio para meninos pobres em Vitória ES, como não tinha o que ler, pedia para colegas da tipografia grampear restos de papéis onde escrevia minhas histórias ou estórias para ler a noite; pois bem, vivo dizendo que a pior doença de uma nação ainda é a pobreza, e não me refiro somente a pobreza financeira, mas principalmente a pobreza de espírito, a pobreza de cultura. Ouço falar e não pelos pobres aqui citados que nossos acadêmicos  a maioria chega a universidade simplesmente analfabeto funcional, e não só ouço falar, tenho contatos com alguns o que dá para fazer uma avaliação particular, já que não detenho poderes para divulgar tal pensamento. Outro dia conversava justamente sobre este assunto com uma professora do ensino fundamental ela em dado momento disse simplesmente que o pessoal que poderia ajudar não entendem ou não querem entender o que está ocorrendo; o pessoal não entendem foi ótimo sem dúvidas. Vejo muita gente se queixando dos nossos políticos nas Redes sociais e culpando aqueles que não sabem votar, agora eu pergunto: Se a maioria dos nossos postulantes a doutores chegam e as vezes saem da academia analfabeto funcional, quem sabe votar neste país? E quando será que esta ínfima minoria conseguirá eleger alguém? Outro dia vi uma conversa entre advogados, não fazia parte do grupo e nem ouvi atrás da porta, apenas me encontrava próximo e não pude deixar de ouvir, alguém dizendo que uma colega contava eufórica que havia absorvido o primeiro cliente de um caso complicado; na verdade complicado é você constituir alguém para te representar que sequer sabe falar, e numa profissão em que a retórica é a tônica.
Muita gente, inclusive eu, nos perguntamos por que Leonel de Moura Brizola, na última eleição que tentou para Presidente do Brasil amargou um sexto lugar, atrás o hilário Enéias Carneiro; Brizola sabia, e eu também sei quem neste país empunhar a bandeira da cultura e da educação, pode ter certeza que jamais chegará a lugar algum; e muitos me apontam questões que por vezes me deixam totalmente mareado; por exemplo: outro dia conversava sobre este mesmo assunto com um grupo quando alguém disse: Se eu tiver certeza que meu filho vai se dá bem jogando futebol e ele não gosta de estudar, tu achas que eu vou tira-lo do campo para levá-lo a escola? No campo pelo menos sei que temos uma grande chance.
Outro dia, vi numa reportagem uma jovem advogada sugerindo a uma juíza que fosse estudar; será que alguém leu também? Acadêmico analfabeto funcionais, advogados absorvendo seus clientes, será que os juízes estão imunes?

Alguns erros que você que venha a ler este meu texto venha a encontrar, por favor não pense é o sujo falando do mal lavado, muito pelo contrário, se for analfabeto, sou puramente isto, nada de funcional, não tive chance ou coragem para enfrentar uma caserna e uma escola ao mesmo tempo, portanto estou sujeito a cometer erros, que espero não sejam tão grosseiros ao ponto de ferir a sensibilidade de nenhum doutor. Por enquanto o que o Word grifou foi somente o que a minha amiga professora disse...

domingo, 2 de junho de 2013



Resgatando o Paladar.
J. Norinaldo.


Não é raro você ouvir de alguém que está na melhor idade que provou isso ou aquilo, mas não adianta, nada é como antigamente, nada tem mais o gosto que tinha, tudo mudou e para pior; comigo não era diferente, digo era não que tenha voltado no tempo, ah! Se pudesse, mas confesso que sentia o mesmo; comia um milho assado e a cadê o gosto, fui a Pernambuco e desesperado ataquei de tapioca e mais uma decepção. Lembrei-me de escrever isto agora, por que acabo de acordar e senti uma vontade imensa de comer um doce, coisa rara, pois não sou muito chegado, fui a geladeira e advinha o que encontrei lá? Sabia que não iria adivinhar: mariolas, isto mesmo, um pacote de mariolas como era antigamente, encontrei num super mercado e não resisti e levei. Já com o subconsciente enchendo o saco com o papo de que nada atualmente é igual à antigamente, retirei o papelzinho, fechei os olhos e coloquei na boca a primeira, e bingo, fui jogado violentamente há 50 anos atrás, quando bem próximo a minha casa tinha uma fábrica artesanal de doces e as vezes me davam as sobras das mariolas, senti o mesmo gosto, nossa! Que sensação boa, olhei para o lado como se estivesse vendo o meu subconsciente e pensei em voz alta: e ai, idiota, onde estão tuas profecias? Senti o mesmo gostinho de antigamente; e ele, que não é de ficar calado, isto é, de levar desafora para casa e como a casa do meu sou eu mesmo retrucou sem pestanejar e nem sei se isto é possível: Faz as contas e verifica quanto tempo estás sem fumar? Sacanagem, Peri mais uma vez; realmente faz um ano e meio que não coloco cigarros na boca, fumei por 54 anos; agora já estou pensando em voltar lá no começo, isto é a minha cidade em Pernambuco onde tudo começou, e ver se também vai acontecer com: quebra-queixo, sarapatel, pitomba, pamonha, tapioca ...

Também não são raras as vezes que tenho vontade de pegar um cigarro e dar uma boa tragada, ou péssima tragada, mas ai penso: por causa de um gosto horrível privei de tantos gostos que admirava e me fazia feliz. Eca! Como se diz lá onde acendi o primeiro empata sabor ou veda paladar, sabe quando acenderei outro? Nunnnnnnnnnnnca! E viva a Mariola.