sábado, 30 de novembro de 2013



Não existe Abraço Virtual.
J. Norinaldo.


Ontem eu falei por telefone com alguém que não via a mais de 30 anos, isto mesmo, mais de 30 anos, muita tempo não é mesmo? Seu filho que foi quem lhe deu meu telefone, a última vez que o vi tinha dez anos, hoje está de cabelos brancos. Uma vez alguém me disse que o próprio homem desde os primórdios vinha procurando uma maneira de se autodestruir, não entendi muito na época, que já vai muito longe, mas também não esqueci, não tive oportunidade de pergunta ou de pedir para quem disse definir sua oração, já que a conversa era dos mais velhos e eu por acaso escutara. Durante todo esse tempo venho observando o quanto aquele senhor que usava suspensórios, coisa de menino no meu tempo e na minha cabeça, que com ares de sábio dissera aquelas palavras. Guerras, venenos, vírus, tanta coisa que o homem não sei se desnecessariamente vem se envenenado e envenenando seu semelhante e por isto mesmo não deixo nunca de pensar no profeta de suspensórios.
Ontem, após conversar com essa pessoa supracitada, que se não fomos grandes amigos, fizemos parte de uma verdadeira família que se aceitava, convivemos juntos por muitos anos, usando a mesma roupa ou a mesma farda, militando na mesma profissão; num reencontro mesmo que por telefone depois de mais de 30 ou 40 anos, nem sempre  as noticias são as esperadas, e ai, a alegria do início vai se esgarçado como nuvem de fumaça, a conversa vai perdendo toda graça, e as vezes termina em lágrimas. Será que isto realmente faz bem? A alma pode ser, mas ao corpo físico, ao organismo? Será que a Internet, esta coisa que aproxima quem está longe e afasta quem está perto não é um desses instrumentos que o homem inventou para antecipar seu próprio fim?
Sei não, mas agora são 04h36, já contei mais carneiros que conheço, já fiz de tudo que aprendi para ter sono e nada, revi centenas de amigos daquela época, muitos que já não estão mais entre nós, avisei a outros que encontrei este alguém e de um desses avisados li a seguinte pergunta: Quem? Escrevi novamente o nome completo do amigo encontrado e para minha surpresa li: Lembro nada, sei quem é não... E eram grandes amigos, como segurar então as lágrimas. Uma vez, estava num hospital com um parente internado, quando encontrei alguém conhecido, e após aquelas perguntas de praxe, quem teu está por aqui, no linguajar de Marinha, no “Estaleiro” Fiquei sabendo que era um Capitão de Mar e Guerra que aqui servira como Tenente e que voltara para visitar a cidade e algum amigo da época, e sofrera um enfarto na entrada da cidade.

Será que esses encontros fazem bem? Sei lá, não diria com certeza que faz não. É complicado eu sei, poxa é tão bom reencontrar um amigo, principalmente quando está bem, principalmente de saúde, mas, sei lá de novo, acredito que o melhor mesmo é aturar a figura sem essa de saudade. Interessante esta palavra é só nossa, aqui do lado na Argentina, às vezes fico tempos sem ir ao Cassino, quando resolvo aparecer algumas argentinas que ali trabalham dizem que estranharam, e sempre pensei que tinham estranhado a minha ausência, depois descobri que estranhar é sentir falta, sentir saudade. Pode?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013



Assim Tipo...
J. Norinaldo.


Se você prestar bem atenção a esta imagem verá que todas as crianças são pobres ou estão vestidas de pobres, roupas simples e até sujas, chinelos de dedos e velhos tênis, que apenas uma menina que se encontra curva sobre um sofá com um menino atrás tem um semblante que revela certa alegria, os outros ou medo ou má vontade; portanto devem ter sido obrigados a participar desta foto. E ai vem a pergunta crucial, obrigadas por quem, muitas vezes pelos pais, por dinheiro para financiar algum vício, na foto não aparece nenhum adulto, é claro, mas será que a foto foi tirada por uma criança? Quem me garante que depois das fotos todos sacudiram a poeira e voltaram para casa ou para a escola, ou a casa e a escola é exatamente ai?
Sabe aqui na rede já sei quem vai pagar o pato, e de certa forma tem culpa mesmo, quem dá dinheiro a quem faz filhos sem nenhuma responsabilidade sobre eles e ainda recebe por isto, é apenas irresponsável, criminoso é quem paga, como se desejasse carne apenas no futuro. Não se iluda isto ai é verdadeiro, e algo terrível que era típico da região nordeste, que se usava como justificativa a sede e a fome, hoje proliferam por todo país para financiar a droga. Prostituição infantil. Andei por este país e vi de tudo; denunciei muitas vezes, depois cheguei a brilhante conclusão que estava prestando um grande desserviço, pois ao denunciar, dizia onde estava acontecendo e era somente os que os pedófilos desejavam, o endereço; eram os únicos que acudiam ao local.
Enquanto a sociedade brasileira não despir a máscara da hipocrisia e coragem para enfrentar de frente este grave problema, acreditando que isto acontece apenas com os moreninhos de roupinha suja e chinelo de dedos, com seus loirinhos e rosados jamais, vamos conviver e convivendo nos acostumando, e nos acostumando nos tornando cegos e surdos enquanto os tarados saciam em nossas crianças suas mais podres demências, por enquanto embaixo de palcos em bailes Funks, mas também já nas praças; quem sabe num futuro bem próximo, ao fim de cada ato saiam com o chapéu recolhendo o pagamento pelo Show.
Será que já temos jovens que chegam aos 18 anos, idade que num passado remoto e triste para muitos era quando estes podiam pleitear uma relação sexual, com alguma prostituta, pois ai da moça que a tivesse antes do casamento, não freqüentava a sociedade e nem a igreja, era uma perdida, hoje pelo contrário é achada, ou rachada, pois muitas que chegam a essa idade virgem, dizem que dão mais que chuchu na serra para não serem isoladas, verdadeira troca de valores; Pois bem, esses jovens chegando a essa idade deprimidos e pensando em suicídio por que não tem mais o que fazer ou inventar? A não ser, é claro, Fumar, Picar e Cheirar.
Existe uma poetisa gaucha a saudosa Lila Ripoll, que dizem ficava corada quando declamava alguma de suas lindas poesias que falava em amor; pois bem, outro dia li uma crônica em Zero Hora de um famoso escritor, que contava que foi buscar sua neta em algum lugar e esta lhe pediu para dar  carona a uma amiguinha, ambas creio que com 10 ou 11 anos; de repente uma pergunta a outra: Como foi a festinha ontem? Resposta: Assim tipo “Foda”! E o escritor relata que foi calado assim tipo Foda até em casa, é isto, nos assustamos, mas apenas pensamos: é o tempo deles...

segunda-feira, 29 de julho de 2013



Um Recado Para o Mundo.
J. Norinaldo.


Eu tenho um recado para o mundo, se de veras o mundo quiser me ouvir, eu pouco entendo de amor, acostumado mais a lidar com a dor, com a solidão e o desprezo, por isto mesmo as vezes vejo o que nem todo mundo Vê. Outro dia vi uma reportagem sobre um país que consome a carne de ratos, são milhares de toneladas por ano, na mesma reportagem constava o grande número de doenças transmitidas por esta espécie de roedor tão discriminada em nosso país. Muito bem, e ai vinha a surpresa, os médicos e nutricionistas, cientistas daquele pais comedor de ratos a seguinte recomendação: “ Evitem comer os ratos que vivem em cidades, procurem aqueles que tem como habitat o campo.” E eu pergunto: Então quem contamina quem?
Já existem países pelo mundo onde as pessoas criam dentro de casa como animais de estimação, porcos, galinhas, cobras, lagartos, ratos e outros antes considerados apenas comida, o que está mudando? Será que um dia chegaremos a conclusão, ou simplesmente teremos a coragem de admitirmos que já a tínhamos, mas por conveniência e conforto, pregamos esta história de cadeia alimentar, e que os irracionais foram colocados num mundo para que os matemos de maneiras as vezes cruel para matarmos a fome que bem pode ser morta de outro modo?
Vejo pessoas criando um porco durante o ano para comer pelo Natal, ou uma ovelha, as vezes não sei por que cargas d´água com certo carinho, chega o Natal, época de se falar de amor, alguém enfia uma faca no coração daquele animalzinho manso, e no outro dia resta apenas fezes.
Conheci uma menina que tinha uma ovelhinha criada Guaxa (Na mamadeira) se chegava em sua casa num sítio e tinha que prende-la, pois ela queria brincar o tempo todo, parecia que conhecia todo mundo há tempos. Um dia cheguei lá e não vi minha amiguinha, perguntei a menina na época com 11 anos pelo animal e simplesmente disse que tinham matado e comido, não havia uma necessidade premente para isto, sei bem. Fiquei triste, não voltei mais lá, e tempos depois, menos de dois anos encontrei essa mesma menina já com 13 anos e com 130 kg; tomara que não tenha sido praga minha, e nem acredito nisso.
O que você pensa dessa criança com seu Rato? Seria capaz de entendê-la? Ou tomaria seu amiguinho e o atiraria contra uma parede para que morresse? Seja sincera, hipoteticamente essa criança é sua filha? Esmagaria seu amigo e lhe compraria um cachorrinho peludo? Para ela seria a mesma coisa?
Será que qualquer animal irracional tratado com carinho e amor pode se tornar um amigo? E o que é o amor? Como supracitado pouco entendo desse assunto...


domingo, 28 de julho de 2013



Moda e Pedofilia.
J. Norinaldo.


Cada vez mais se condena o ato hediondo de Pedofilia pelo mundo, e cada vez mais se condena por que cada vez mais acontece é claro, vi aqui mesmo uma postagem do filme Amor Estranho Amor patrocinado pela Rainha dos Baixinhos do Brasil, comentários altamente escaldantes, como não poderia deixar de ser, mas contestava-se que o número de meninos abusados por mulheres adultas é bem menor que o contrário, mas não vi ninguém dizer ou pelo menos aventar o motivo. É claro que o órgão sexual masculino de um menino de 10 anos, não tem a mesma aparência chamativa que o de uma menina na mesma idade, que muitas vezes parece diminuir na maioridade; o menino precisa de tempo para desenvolver tal órgão. Hoje, aproveitando a onda de nus na rede, aproveitei também para fazer uma pergunta: antigamente existia o nu artístico, e nu normal sabemos disto, mas será que alguém tem verdadeiramente antiga uma pintura de uma mulher nua depilada? Por que a depilação dos tempos modernos? Por que os pelos são sujos? Então o criador cometeu essa gafe? Não! É para que esse órgão fique ou pelo menos pareça ou lembre o de uma menina de 10 anos, então é disso que a maioria dos homens  gostam, e a pedofilia é apenas, a coragem de alguns que se arriscam e são descobertos. Outro dia conversei com uma amiga sobre esse assunto e ela defendeu a seguinte tese: com advento do biquíni tornou-se inviável manter os pelos pubianos, apará-los não seria o certo? Por que raspá-los e agora depilá-los para sempre? Se algum médico manda raspar ou depilar por motivos alguns, está criticando ou criador, se Nele acredita.

Quantas vezes já ouvi algum idiota contando vantagem que comeu essa ou aquela e lembrar: Pô! Cara, e é lisinha como uma menininha de 10 anos, não se peca semente por ações está certo? Por omissão ou pensamento também vale.

sábado, 27 de julho de 2013


O Funk Fatal.
J. Norinaldo.


Alguém me contou o seguinte: Existem essas pessoas que tem equipes de som para festas correto? Que não se precisa de grupos ou cantores são apenas músicas gravadas. Muito bem, um desses profissionais foi contratado para animar uma festinha para crianças num colégio do interior; lá chegando teve a seguinte idéia, colocar um Pen drive com musicas a vontade para não ter que ficar estacionado no mesmo local sem nada para fazer; fez isto e encontrou um conhecido que se encontrava um pouco distante do seu local de trabalho e para lá foi conversar e tomar chimarrão. A festinha corria solta, boas músicas, realmente muito animada, a garotada adorando. Pena que o moço do som, não conhecia bem seu Pen drive e de repente surge um Funk daqueles que você com mais de 300 anos toma um susto desgraçado, imagina meninas e meninos do interior: “ Vou tirar sua C... Vou comer sua b...Paparápapapapá paparapapá,   ´so escapava o pararapapá, o resto era pura putaria. Um desespero total, os pais apavorados, as meninas umas riam outras apenas de boca aberta, os meninos da mesma forma não sabiam se riam para mostrarem serem espertos e com medo dos pais num verdadeiro dilema. E o DJ acho que é isto que era o cidadão, tentando bater todos os recordes de velocidade para chegar até o local. Tentou explicar no microfone a confusão, não terminou, não foi linchado por que não se sabe de onde adquiriu tanta vitalidade e agora sim bateu todos os recordes pretendidos antes e conseguiu entrar na mata. Seu equipamento volatizou-se num espaço da festa; somente as palavras do tal Funk não puderam ser retiradas da cabeça dos presentes. Depois o que mais se ouvia era: Onde já se viu? Acabou-se a festa, acabou-se parte da empresa de som do Funqueiro e eu pergunto: Que país é este que adota um tipo de música, se é que realmente é música capaz de causar tamanho estrago, e ainda por cima dar espaço na mídia para tal?

Você já viu seu filho (a) ouvindo algo assim? O que pensou?

terça-feira, 9 de julho de 2013



Jornalismo e a Dúvida do  Eu leitor.
J. Norinaldo.


A profissão de Jornalista é fascinante vista de fora, por quem não é não sei como a vêem os próprios, muitas vezes correndo riscos como correspondentes de guerra, realmente no front par dar a notícia como manda o figurino; muitas vezes cruel pela própria essência da profissão, que não permite lapidar essa ou aquela imagem para não chocar, na maioria das vezes quanto mais chocante mais valor tem. Eu me pergunto, por exemplo, o que sentiria um jornalista que fez várias reportagens enaltecendo o Magaiver, lembra? Profissão Perigo, que precisava apenas de um prendedor de papel e uma barra de chocolate para consertar um Reator Nuclear e salvar o mundo de uma tragédia; pois é. E agora, anos depois flagrar o ator, velho, barrigudo e com o carro pifado na estrada e não consegue consertá-lo. Claro que este é um exemplo simples, pois todos nós sabemos que o Magaiver era apenas um personagem tirado da cabeça de alguém e nada que fazia ali era verdadeiro, agora em casos verdadeiros? Como fica a coisa? O jornalista tem nosso crédito, um Jornal ou uma Revista de nome tem o nosso crédito, o jornalista é um formador de opinião; a minha dúvida é: será que algum jornalista deixa de escrever enaltecendo uma figura da sociedade ou mesmo do poder público que está  em alta, elogiado por todos outros segmentos, mas que ele tem conhecimento, porém sem total certeza de algo que se descoberto poderá jogar na lama não só a personagem principal mas também seus bajuladores? Sem a certeza de que tal assunto virá à tona se absterá do festim?

Eu já contei isto por aqui, mas vale a pena ver de novo; Contaram-me faz muito tempo, que o jornalismo no Rio de Janeiro andava meio monótono, e um dia na redação de um dos grandes, conversavam Carlos Lacerda e David Nasser sobre o assunto quando Lacerda surgiu como uma ideia. David vamos fazer o seguinte: escolhemos um figurão da sociedade brasileira, tu o atacas na tua coluna e eu o defendo na minha, isto com certeza dará uma sacudida nas noticias; o que achas da ideia? Excelente! Respondeu David, e quem seria esse figurão?  Cândido Portinari respondeu Carlos Lacerda, e David Nasser rebateu: Fantástica ideia, só tem um, porém, tu atacas muito melhor que eu, portanto eu o defendo. Nada disto insistiu o outro, a ideia foi minha. O que se concebe é que pelo andar da carruagem, Cândido Portinari era uma figura inatacável, mas o que pergunto é o seguinte: a ideia era ética, assim como alguém de coração muito bondoso, com vontade de ajudar o próximo, mas como não aparece ninguém pedindo ajuda ou necessitando dela, esse bondoso ser fica escondido num escuro qualquer atacando a puladas que por ali passa para poder curá-lo e assim satisfazer sua veia de bondade? Parece que essa história existe alguém lembra algo, “O Bom Samari, alguma coisa assim que agora me foge da memória.

sábado, 15 de junho de 2013



Idoso Eu?
J. Norinaldo.


Eu penso que esse dia deveria ser bem específico, como por exemplo: Dia da conscientização da violência contra pessoa idosa, pobre e desprotegida. Sabe por quê? Frank Sinatra morreu idoso, Roberto Marinho com 93 ou 94 anos, Oscar Niemeyer com mais de 104, todos muito respeitados e homenageados até hoje e para sempre. Será que esta data não torna pessoas que viveram muito tempo, e que tiveram bastante tempo para agora não precisarem desse tipo de proteção e nada fizeram? Outro dia via algo mais ou menos assim: “Não se compadeça de todos os velhinhos, por que nem todos os canalhas  morrem jovens.”. Não sou contra o respeito com as pessoas mais velhas, até por que já não preciso mais pagar o ônibus na minha cidade, e fui educado de maneira diferente da de hoje, idéias totalmente anacrônicas aos nossos dias nunca utilizei esse expediente, digo do ônibus, quiçá por vergonha; vergonha de ser velho, se todo mundo está vendo... Agora te digo uma coisa, quantos jovens hoje estariam fora da malha da droga e do crime se vez por outra sentassem e ouvissem essas pessoas para quem pedem proteção, além de também ficarem fora da lista de protegidos lá quase no final do caminho. Nesse dia o que se dá de presente aos homenageados? Dentaduras, fraldas, isto só terá algum valor, se aqueles que se acham jovens pararem pelo menos por alguns segundos e refletirem como chegarão até onde chegaram esses a quem pedem respeito e proteção agora; e os respeitarem de verdade. Assim como o poeta precisa de reconhecimento para saber se sua poesia tem valor, o velho precisa apenas de respeito, pois respeito é bom e todos gostam.
Cada um tem a idade que acredita que tem, tem meninos com 13 verdadeiros anciões e pessoas com 90 esbanjando juventude. Não acredita? Nem eu, principalmente na segunda hipótese.

Tinha um conhecido que dizia que a única vantagem de ser velho era que quando se encontram não perguntam: Como Vai? A pergunta é: Onde é que dói?

sábado, 8 de junho de 2013



Até Parece que não Sei! Ou penso que Sei.
J. Norinaldo.


Muito interessante isto ai, venho ha muito escrevendo e eu mesmo lendo, fazia isto no tempo de interno num colégio para meninos pobres em Vitória ES, como não tinha o que ler, pedia para colegas da tipografia grampear restos de papéis onde escrevia minhas histórias ou estórias para ler a noite; pois bem, vivo dizendo que a pior doença de uma nação ainda é a pobreza, e não me refiro somente a pobreza financeira, mas principalmente a pobreza de espírito, a pobreza de cultura. Ouço falar e não pelos pobres aqui citados que nossos acadêmicos  a maioria chega a universidade simplesmente analfabeto funcional, e não só ouço falar, tenho contatos com alguns o que dá para fazer uma avaliação particular, já que não detenho poderes para divulgar tal pensamento. Outro dia conversava justamente sobre este assunto com uma professora do ensino fundamental ela em dado momento disse simplesmente que o pessoal que poderia ajudar não entendem ou não querem entender o que está ocorrendo; o pessoal não entendem foi ótimo sem dúvidas. Vejo muita gente se queixando dos nossos políticos nas Redes sociais e culpando aqueles que não sabem votar, agora eu pergunto: Se a maioria dos nossos postulantes a doutores chegam e as vezes saem da academia analfabeto funcional, quem sabe votar neste país? E quando será que esta ínfima minoria conseguirá eleger alguém? Outro dia vi uma conversa entre advogados, não fazia parte do grupo e nem ouvi atrás da porta, apenas me encontrava próximo e não pude deixar de ouvir, alguém dizendo que uma colega contava eufórica que havia absorvido o primeiro cliente de um caso complicado; na verdade complicado é você constituir alguém para te representar que sequer sabe falar, e numa profissão em que a retórica é a tônica.
Muita gente, inclusive eu, nos perguntamos por que Leonel de Moura Brizola, na última eleição que tentou para Presidente do Brasil amargou um sexto lugar, atrás o hilário Enéias Carneiro; Brizola sabia, e eu também sei quem neste país empunhar a bandeira da cultura e da educação, pode ter certeza que jamais chegará a lugar algum; e muitos me apontam questões que por vezes me deixam totalmente mareado; por exemplo: outro dia conversava sobre este mesmo assunto com um grupo quando alguém disse: Se eu tiver certeza que meu filho vai se dá bem jogando futebol e ele não gosta de estudar, tu achas que eu vou tira-lo do campo para levá-lo a escola? No campo pelo menos sei que temos uma grande chance.
Outro dia, vi numa reportagem uma jovem advogada sugerindo a uma juíza que fosse estudar; será que alguém leu também? Acadêmico analfabeto funcionais, advogados absorvendo seus clientes, será que os juízes estão imunes?

Alguns erros que você que venha a ler este meu texto venha a encontrar, por favor não pense é o sujo falando do mal lavado, muito pelo contrário, se for analfabeto, sou puramente isto, nada de funcional, não tive chance ou coragem para enfrentar uma caserna e uma escola ao mesmo tempo, portanto estou sujeito a cometer erros, que espero não sejam tão grosseiros ao ponto de ferir a sensibilidade de nenhum doutor. Por enquanto o que o Word grifou foi somente o que a minha amiga professora disse...

domingo, 2 de junho de 2013



Resgatando o Paladar.
J. Norinaldo.


Não é raro você ouvir de alguém que está na melhor idade que provou isso ou aquilo, mas não adianta, nada é como antigamente, nada tem mais o gosto que tinha, tudo mudou e para pior; comigo não era diferente, digo era não que tenha voltado no tempo, ah! Se pudesse, mas confesso que sentia o mesmo; comia um milho assado e a cadê o gosto, fui a Pernambuco e desesperado ataquei de tapioca e mais uma decepção. Lembrei-me de escrever isto agora, por que acabo de acordar e senti uma vontade imensa de comer um doce, coisa rara, pois não sou muito chegado, fui a geladeira e advinha o que encontrei lá? Sabia que não iria adivinhar: mariolas, isto mesmo, um pacote de mariolas como era antigamente, encontrei num super mercado e não resisti e levei. Já com o subconsciente enchendo o saco com o papo de que nada atualmente é igual à antigamente, retirei o papelzinho, fechei os olhos e coloquei na boca a primeira, e bingo, fui jogado violentamente há 50 anos atrás, quando bem próximo a minha casa tinha uma fábrica artesanal de doces e as vezes me davam as sobras das mariolas, senti o mesmo gosto, nossa! Que sensação boa, olhei para o lado como se estivesse vendo o meu subconsciente e pensei em voz alta: e ai, idiota, onde estão tuas profecias? Senti o mesmo gostinho de antigamente; e ele, que não é de ficar calado, isto é, de levar desafora para casa e como a casa do meu sou eu mesmo retrucou sem pestanejar e nem sei se isto é possível: Faz as contas e verifica quanto tempo estás sem fumar? Sacanagem, Peri mais uma vez; realmente faz um ano e meio que não coloco cigarros na boca, fumei por 54 anos; agora já estou pensando em voltar lá no começo, isto é a minha cidade em Pernambuco onde tudo começou, e ver se também vai acontecer com: quebra-queixo, sarapatel, pitomba, pamonha, tapioca ...

Também não são raras as vezes que tenho vontade de pegar um cigarro e dar uma boa tragada, ou péssima tragada, mas ai penso: por causa de um gosto horrível privei de tantos gostos que admirava e me fazia feliz. Eca! Como se diz lá onde acendi o primeiro empata sabor ou veda paladar, sabe quando acenderei outro? Nunnnnnnnnnnnca! E viva a Mariola.

segunda-feira, 20 de maio de 2013






A Violência nos Fascina.
J. Norinaldo.


Eu nasci e vivi até os 13 anos numa vila no agreste pernambucano, Cachoeirinha, quanta saudade, naquela época eu nunca ouvira falar de drogas, assaltos, roubos sim, galinha, melancia, pitombas, mangas, laranjas e outras frutas; a primeira vez que fui ao cinema do seu Eriberto, por ter carregado as cadeiras da senhora que atendia o correio, pude pagar meu ingresso, ficando sentado no chão é claro. Assisti pela primeira vez na vida o primeiro assalto, a diligencia. Sai dali pensando em um dia me tornar importante para poder conhecer uma diligencia, nem sequer sabia que aquele tipo de veículo estava obsoleto há muito, não me tornei importante, mas conheci uma diligencia num museu fora do Brasil e muitos assaltos aqui mesmo. E ai, me paro pensando: somos ou não somos fascinados pela violência? Coisa que não é de hoje. Vi muitos filmes durante a caminhada até aqui, e continuo vendo, dificilmente um filme inocente, é inocente até o fim, meu melhor exemplo é um dos meus favoritos, talvez aquele que mais vezes assisti até hoje. “A Noviça Rebelde” dizem que o filme tinha tudo para ser um fracasso, mas que o diretor Robert Wise transformou cascalho em diamante criando uma obra prima, mas tem uma guerra, a maior delas no final do filme, quem sabe para mostrar nossa fascinação pela violência; principalmente quando acontece com os outros. A verdade não sei se é, quem sou eu para ser dono dela, mas acredito que somos violentos por natureza, quando não praticamos pagamos caro para ver e aplaudir aqueles que a praticam, muito viram seriados: Sexta Feira 13, Duro de Matar 345, Jack o Estripador sabia que ficaria para a posteridade, vejam não foi identificado e o nome foi tirado de uma carta que alguém escreveu a Agencia Central de Noticias de Londres se dizendo o criminoso, vejam bem em 1888 o crime também tinha fãs.
Sinceramente não sei por que escrevi isto, até por que é uma coisa tão óbvia que talvez ninguém leia. Sei lá não sei. Ah! Já sei, cansado de assistir o que me empurravam, assinei uma TV a não sei o que, e ai minha esposa assiste o seriado CSI e as vezes tento mas não consigo ir muito longe, e ela me pergunta por que? Respondo que não gosto de filmes de violência e ela me disse: mas existem vários canais de desenho e ai eu fui ver o Pica Pau. Credo!

sábado, 11 de maio de 2013




Salvem as Tradições do Planeta.
J. Norinaldo.


Outro dia estive num planeta que faz questão de dizer a plenos pulmões que ama suas tradições e que é diferente, coisas do passado, quando não havia os meios que existem hoje, e que todos têm acesso a tudo que acontece em qualquer planeta da galáxia. Muito, bem, estive numa cerimônia que tratava justamente de tradição, da tradição desse planeta tão cultuada, e como sou muito observador, vi que alguns cantores tradicionais, ou seja, aqueles que cantam a tradição , se apresentaram, foram os primeiros,  depois vieram palestras, mostras, e outras atividades mais, todas é claro falando da tradição e do amor desses habitantes por ela. Finda a apresentação, observei que os cantores se retiraram do recinto e pensei: devem ir tomar uma água ou uma cerveja e voltam. Que nada, fiquei todo o tempo cuidando, sentaram-se bem longe dali, durante o tempo que ali permaneceram e não voltaram mais; continuei pensando: Palestras? Para que? Essas pessoas sabem tudo de tradição. Será?
Claro que a tradição do planeta existe, mas é triste você saber que muitas das atividades são políticas ou politiqueiras, sem o menor apego ao que prega; é triste você ter que oferecer vantagens para que lotem seu auditório para assistir algo referente a sua cultura, seria o mesmo que fazer um filme, e além de exibi-lo com entrada franca, ainda fornecer a pipoca e o transporte, e depois sair mostrando fotos e vídeos da fila na entrada da sala.
Outro dia houve uma reunião do Centro Cultural de são Borja, e de certa forma causou-me certo espanto e ao mesmo tempo alegria, ao ver na foto que de certa forma mudou a mesmice, dois jovens participando ativamente dos debates para tentarmos tirar o coma profundo em que se encontra essa entidade; depois olhando a foto pensei: Olha só o sobrenome dos dois Rillo, o Matheus Rillo e o Marcos Antonio Luguerse  Rillo, nem sei se é assim que se escreve.
É preciso acordar gente, é preciso retirar a mascar e encarar uma crua e fria realidade, as tradições estão indo para a vala, e não é só nesse planeta, acontece em todos, a música, até a comida, o jeito de vestir e o jeito de pensar; estive a algum tempo lá no meu planeta e por lá a coisa não é diferente, alguns velhos conservadores tentando segurar um passado que teima em escorregar de suas mãos já trêmulas, e os jovens de lá não são diferentes do de cá, somente as aves que lá gorjeiam não gorjeiam como cá.
Hoje os pais pagam tudo o que os filhos pensam que gostam até mesmo as drogas, aqueles que podem pagar, sem generalizar é claro, muitos pagam com vergonha de assumir que os filhos são drogados; e culpam as más companhias, claro que as más companhias são sempre os filhos dos outros, nem sequer pensam que só para eles, eles não são os outros; já que estes filhos não tem poder aquisitivo a não ser gordas mesadas, quando tiverem esse poder, e quiserem fazer o que realmente gostam e quem tem algum valor, alem de chocar outra geração, não podem por que tem que continuar o ritual, manter os filhos na moda e na roda, Mem que seja na roda do fumo ou do pico.
A Tradição que vejo nesse momento em alguns planetas, está mais para extradição justamente dessa tradição apregoada e que muitos bem que gostariam, mas não conseguem meter goela abaixo dos seus rebentos, e assim se arrebentam os laços com os ancestrais e com um passado dito glorioso, em detrimento por algo barulhento e pegajoso e de uma gíria que se torna cada vez mais universal. Universo esse que marcha para o mesmo lugar, o abismo, o abismo há muito profetizado, é tão comum hoje ver pessoas que a vidas inteira foram libertinos ou liberais, profanos ou imorais quando sentem que o abismo está próximo e não tem volta, começam a pagar a intermediários para que intercedam junto a Deus já que o arrependimento é citado como uma das maneiras de entrar no céu. Até por conveniência é lógico, senão quem pagaria um advogado, sabendo antecipadamente da condenação?

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sexta-feira, 10 de maio de 2013




O Sábio e a Fonte.
J. Norinaldo.


Há alguns anos atrás fui convidado para escrever para uma Revista, aceitei o convite e escrevi alguns artigos, nesse ínterim também fui convidado por um amigo para entrar no Orkut e prestigiar uma comunidade criada por ele, fiz inscrição, entrei, não entendi quase nada, esqueci a senha e sumi. Até que novamente acossado pelo mesmo amigo, que desta vez fez questão de me colocar a par de tudo, por ali fiquei, convidado participei de outras comunidades, fiz amigos, briguei, fui expulso, expulsei e coisa e tal até o fim do dito cujo, que nem sei se terminou mesmo. Bem, mas o que quero dizer aqui é o seguinte: conheci o Orkut, mas ainda ignorava o Google, vejam só, como disse antes, participei de várias comunidades, chegaram até a criar uma para mim, porém me via em palpos de aranha com tanta sabedoria nas comunas em que entrei. Às vezes lia um livro e colocava perguntas tiradas dele e acreditava que faria o maior sucesso por mostrar que estava lendo algo importante sobre: filosofia, psicologia e etc. e as respostas quase que instantâneas me deixavam de queixo caído. De  uma dessas pessoas fiquei tão fã que indiquei ao redator da revista para qual escrevia com a intenção de que ocupasse ali um espaço, elogiei tanto essa figura, que o mesmo pediu para que mandasse um artigo, não prometendo se publicaria ou não. Quando ela me enviou o tal artigo, pensei: se esse cara não publicar isto deve ser louco por publicar as bobagens que escrevo, e fui ao seu encontro todo faceiro por conhecer alguém tão inteligente. Minha primeira decepção na Internet, porém o início de um grande aprendizado; dois dias depois encontrei com meu amigo, que me convidou a tomar um café, e lá no bar iniciou o seguinte papo: Olha! Muito bom o artigo da tua amiga, ela é realmente muito boa em pesquisar no lugar certo. Encontrei quase que na íntegra o artigo por ela enviado no Google, escrito por um grande jornalista de São Paulo há alguns anos atrás, passa lá na minha sala que te mostro. Para não demonstrar minha total ignorância, não cai naquela de: Google? Que diabo é isto? Não, ai foi minha vez de descobrir, descobri e nossa! Ali estava o motivo de eu ter abandonado tanta comunidade do Orkut, por achar que não tinha alcance para tal. Também...
Resultado, Tempos depois, lia mais um livro e me deparei com algo novo para mim, “Trepanação”, fiz a pergunta para minha amiga, que em menos de 2 minutos me deu uma explanação total sobre o assunto; Não me agüentei e perguntei como sabia de tantas coisas, de assuntos tão variados; ai diminuiu um pouco a minha decepção, ela me respondeu: Tenho o Google como fonte de consulta; você não faz isto? E mandou o link dizendo: clica ai e vai lá. Eu deveria ter feito essa pergunta há muito, criei um ídolo que não existia, passei a ver essa pessoa como normal, não me tornei anormal, por que sempre que posto algo tirado do Google cito a fonte.
Como será que se sente alguém que, por exemplo: conquista outro alguém demonstrando uma cultura retirada desse rico Portal, quando um dia tiver que ficar frente a frente com sua conquista? Eu tenho aprendido muito, semana passada, estive com uma pessoa que conhecia pela Internet, mais precisamente pelo Facebook, acompanho suas postagens sempre com muito conteúdo, nos encontramos no corredor do Fórum e sinceramente... Sabe aquele papo? Você que é o fulano? Somos amigos no Face, lembra de mim? Claro que lembro, e nossa audiências marcadas para as 18h00 sairam lá pelas 19h30, e durante esse período sofri bastante. Nossa! E aquelas ricas postagens?

quarta-feira, 8 de maio de 2013




Sensatez e Caldo de Galinha...
J. Norinaldo

Há poucos dias minha mulher saiu do hospital local e o seu médico receitou um remédio, passei na farmácia para comprá-lo e a moça perguntou talvez já temendo minha reação, pela aparência é claro, se eu aceitava levar o Genérico, já que não havia nenhuma restrição do médico quanto a isto aceitei; ela então me trouxe e vi quando digitou o preço, RS 73,00, perguntei então quanto custaria o original e ela prontamente me disse: Rs 184,76. Um senhor que estava ao meu lado também comprando um medicamento, quase caiu de costas quando a moça lhe apresentou o preço do medicamento que buscava, na mês faixa do meu, um pouco mais caro e sem Genérico, ouvi quando ele suspirou e disse: nós pobres temos mesmo é que morrer, seria morrermos mas fica assim mesmo.
Cheguei em casa e comentei com minha mulher sobre o assunto, ela calmamente disse: não te preocupa, amanhã vou ao Posto de Saúde e vejo se eles não o tem lá; no outro dia chegou dizendo, que tinham lhe dito que no Posto não tinham, mas que ela levasse a receita até a Farmácia Popular que com certeza conseguiria. Como o tratamento com o tal remédio é de longa duração, fui a Farmácia supracitada e consegui o medicamento por um preço irrisório. Dias depois, encontrei com aquele homem, o mesmo do remédio que para ele tinha o mesmo valor que ouro, e fui lhe dar a boa notícia; como ele se encontrava num bar, e ali havia outras pessoas, logo alguém se interessou pela conversa e sem muitas delongas ou convite começou a  participar. Já sei que o Sr. Votou no Lula e na Dilma, por que isto que está fazendo nada mais é que propaganda dos dois, o Sr. Acredita que estão fazendo isto com o próprio dinheiro ou por que são bonzinhos? Eles não estão fazendo mais que sua obrigação, já que esses medicamentos são comprados com nosso dinheiro, e ainda por cima superfaturados enricando essa corja.
Quanto meu voto ele acertou em cheio, quanto ao que lhe respondi, nada, acreditei não valer a pena. É claro que esses medicamentos são comprados com nosso dinheiro, dinheiro dos nossos impostos, mas por que somente agora, nos governos citados por este sábio resolveram tomar tal atitude?
Está provado que nenhum governo agradará Gregos e Troianos, o governo criou essa história de : “Minha casa minha Vida”, é pouco, queremos: “Meu Iate Minha Vida, Minha BMW Meu Sonho”.
Sei que nenhum político é santo, mas não sou rico e sou humilde o suficiente para recorrer aos postos de saúde ou a Farmácia Popular em casos de medicamentos muitos caros que ali estejam dando ou vendendo por um preço simbólico, e acredito que o atual governo tem ajudado muita gente. Eu tomo remédio permanentes, antes pagava por mês Rs 125,10 por eles, hoje os recebo gratuitamente, outro dia os postos não tinham alguns, fui a Farmácia Popular e os comprei para dois meses, pagando Rs 12, 50.
Não tenho partido, portanto sai o que está e entra outro, mesmo comprando com meu dinheiro e facilitando minha vida, podem esperar que vou aplaudir, seja a bandeira que for, quando houver corrupção, vou protestar e vaiar, seja quem for.

quinta-feira, 11 de abril de 2013




Orgulho e Soberba, Para que?
J. Norinaldo.


Hoje cumpri mais uma dolorosa missão de comparecer a um cemitério para as últimas homenagens a um amigo e poeta que partiu em direção ao Parnaso, como faço sempre que vou aquele local, visito alguns túmulos, me prendem certos epitáfios, datas e fotos ali colocadas. Hoje me deparei pelo menos com três jovens muito bonitas cujos sorrisos demonstravam felicidade e alegria, de uma rápida passagem pela terra, ou pela vida. Todos ou quase todos com quem falei, pareciam ter recebido na portaria instruções do que dizer, pois na verdade nesses momentos nos fogem as palavras, e me diziam referindo-se ao poeta que partira: Não adianta, é o destino de todos; claro, isto é uma das mais verdadeiras verdades dessa vida, se não for a mais. Então por que tanto orgulho, tanta soberba, saímos dali consternados e não demora muito vemos ou nós mesmos estamos incorrendo nesse pecado tão grave que é a soberba, o orgulho, o preconceito, a discriminação do nosso semelhante apenas por que não é igual a nós mesmos?Tivemos há muito pouco tempo uma tragédia terrível em nosso estado, onde mais de 240 jovens pereceram numa festa, na verdade todos sabemos que há um aforismo muito conhecido que diz: “Quer ser bom? Morra. É uma verdade, será que tiramos algum ensinamento disto, que jovens, bonitos, alegres também morrem?
Quando será que chegaremos a distinguir nossos semelhantes pelo que são, pelo que sabem pelo que fazem, em vez de fazê-lo pelo que aparentam? Lembro-me de uma frase do saudoso Governador Leonel de Moura Brizola, que está nesse cemitério que aqui cito que dizia que ele era como uma flor do deserto, que precisava apenas de uma gota d’água para sobreviver ou reviver, no dia do seu passamento choveu a cântaros, talvez exatamente para desdizer o seu dito.
Não adianta dinheiro, beleza, orgulho e soberba não alongam a vida ou retardam a morte, aliás, nada o faz, o que devemos pensar é que nada daqui levamos e de nós fica não o que fomos se belos ou feios, mas sim aquilo que fizemos de bom ou de ruim.
Mais um aforismo comprovadamente errado: “Você vale exatamente o que tem”. No final o único vale que conta é o vale da morte e este vale para todos nós, ricos, pobres, belos e feios. Não é um vale entre montanhas, mas sim um vale que assinamos e por com a morte fim é resgatado.
Interessante que nesta última visita que fiz ao campo santo, vi num túmulo de outro poeta conhecido o poema que ele um dia me falou que eu iria ler em seu túmulo, isto aconteceu quando a ele fui apresentado, lembro-me bem, que o mesmo jogava sinuca com outros companheiros, e passando giz no taco recitou aquela estrofe do poema. Estava lá exatamente como me disse que a vida nada mais era que um empréstimo, que ele ali estava por que  havia quitado sua dívida com o Criador.

domingo, 7 de abril de 2013




Minha Poesia não me Escreve ou Descreve.
J. Norinaldo.


Alguém me solicitou amizade por aqui e aceitei como faço com quase todos, por que quase todos? Por que também já recusei amizade aqui, exatamente  de quem conheço ou pensava que conhecia e me aprontou alguma. Muito bem, dias depois no Bate-Papo essa pessoa escreveu algo assim: “ Fiquei pasma em ver que alguém que escreve textos tão belos, ter uma opinião de total desprezo pelo ser humano”. Será que a minha poesia, se é que é poesia transmite exatamente o que sou? Ah!  “A frase a que se refere é esta: Quanto mais conheço o ser humano, mas me apego aos Cães”, sinceramente sempre defendi como de minha criação. Fiquei pensando que muita gente me deletou do Face depois que coloquei uma foto atualizada no perfil, será que quem é feio perante os olhos dessa mesma humanidade por este ou esta amiga ou ex amiga defendido não tem o direito ou o talento para escrever algo belo?
Sou como sou e minha poesia se é que é poesia nada tem a ver com isto, se fossemos escrever apenas a verdade que sentimos, com certeza o universo daqueles que ainda admiram poesia seria bem menor. Outro dia, peguei um taxi para um longo percurso aqui na cidade onde moro, e a conversa girou em torno da própria cidade, já que o motorista vinha de uma corrida onde levara alguns jovens a uma boate num país vizinho; Me dizia ele, será que ninguém vê que a nossa cidade vai terminar como um cidade fantasma? Não temos nada que prenda os jovens aqui, principalmente a noite, uma Cida que no passado já chegou a ter seis Boates, além de Bares que atraiam não só os jovens mais todos aqueles que queriam sair de casa nos fins de semana principalmente, hoje além do perigo de sair a noite e deixar a casa sozinha, correndo o risco de voltar e não encontrar nada, ainda há o perigo na rua, pois muitos jovens sem emprego e sem nenhuma expectativa de vida, viciados estão colocando a vida dos outros em risco.
Sabe por que trouxe este assunto a tona? Por que sem se lembrar, esse mesmo homem, há algum tempo, fazia um discurso num churrasco onde fui convidado, em defesa da mesma cidade que agora arrasava ou somente dizia a verdade ou parte dela sobre a mesma; naquela ocasião inflava o peito ao defender seu torrão como fazia questão de chamar, como além de bela, tinha tudo que se precisava para ser feliz, e que tinha muito orgulho de aqui ter nascido, que jamais aceitaria comparação com outros lugares, e todo aquele que não estivesse satisfeito, que se arrancasse daqui.
O Poeta teria que ser assim, mentir para agradar, principalmente se tem alguém rico ou poderoso que defende essa ou aquela opinião? Se é que poeta sou, não me vejam totalmente pela minha poesia, se é que poesia é? Sou o que sou, se pudesse mudaria alguma coisa, principalmente no que concerne a foto do perfil, que para dizer a verdade não mente, talvez seja minha melhor poesia, apesar de que sei que muitos não gostam; não conheço nenhum poeta que tenha agradado o mundo inteiro, e duvido que ainda vá aparecer, pois se nem mesmo o Rei dos Reis conseguiu essa façanha, imaginem uma simples criatura.
Minha frase continua lá, não escrevi apenas  por escrever, portanto antes de solicitar amizade é prático dar uma olhada no perfil...

quarta-feira, 3 de abril de 2013




PARACETAMAL MEDICADO SEGUNDO O Dr. RENAN.
J. Norinaldo.


Gente, nem tudo que se posta nas redes sociais ou mesmo no Wikipédia é de fonte fidedigna, essas próprias redes advertem para isto, porém existem assuntos que devem pelo menos se não levados a sério ao pé da letra, serem investigados pelas autoridades pagas pelos nossos impostos para isto. Certa vez, escrevi num jornal aqui da minha cidade, ou na cidade em que moro, uma crônica falando do mal que mais matava seres humanos em nosso planeta, não sei se existem noutro; e não era Aids, Câncer, Infarto e sim os médicos. Vi isto também na Internet, numa respeitada revista internacional, numa também crônica de um médico americano.
Agora me deparo com esse assombroso assunto do Paracetamol, o medicamento que dificilmente você encontra em falta nos postos de saúde, onde são distribuídos gratuitamente, e mais receitados, principalmente para pobres, pelos quais posso falar por me encontrar na categoria. Se esse medicamento, ou veneno como já está sendo chamado, é proibido em outros países, deve haver uma boa razão para isto; segundo um vídeo que roda na Net com o médico que faz tal denuncia usar o tal remédio seguidamente seria o mesmo que praticar Eutanásia nos pacientes. Agora, se essas autoridades pagas com nossos impostos e principalmente os médicos continuam usando tal medicamento pelo simples argumento de que faltam provas cientificas, outros interesses existem e nós sabemos quais, agora, não é por isto que vamos continuar a aceitar engolir veneno, pelo menos os já denunciados, por alguém que não é leigo no assunto; e que pelo menos até agora, não apareceu nenhum colega para diagnosticar alguma patologia mental ao mesmo.
Cabe a nós, principalmente com responsabilidade, tentarmos juntar o máximo de informações sérias, já que a mídia, ou seja, a grande mídia ainda não se manifestou sobre o assunto, sem a intenção de prejudicar esse ou aquele laboratório, mas com a única intenção de proteger o nosso maior patrimônio que é a vida, não aceitarmos tal prescrição médica, e ficarmos muito atento as mudanças de nome e embalagem.
Se verdade for tal denuncia, desde 1957 estamos tomando veneno, com que intuito, adquirir um antídoto natural para um mal que nós mesmos fabricamos, e qual o interesse? Outra coisa, não existe uma Organização mundial de Saúde? Por que quando uma nação inteira proíbe um medicamento outras podem continuarem a usá-lo indiscriminadamente? Essa Organização não tem autoridade para proibi-lo totalmente? Então o que justifica o nome?
Cabe a mim, a você a todos nós que pagamos a maior carga tributária do planeta, mas a maioria se curva diante dos políticos como se fossem verdadeiros semideuses, cobrarmos e com veemência uma providencia rápida, para ontem, e não ficarmos aqui falando de BBB contra ou a favor, cada vez mais lhe dando espaço na mesma grande mídia que até agora não se manifestou sobre o caso do Paracetamol, que agora parece-me que justifica a brincadeira de “Para, você ta mal”; nem sei se cabe brincadeira ou piada nesse caso, mesmo por que já estamos acostumados, em nosso país o que não termina em Pizza tem como final uma boa piada. É triste isto não? Já que piada geralmente noutros lugares são motivos de alegria e sorrisos.
Já me falaram, Porra! O médico que fez essa grave denuncia por que esperou tanto tempo para faze-la, ou descobriu isto agora, ou seria pelo nome Renan? Fala sério que o assunto parece merecer nossa seriedade.

terça-feira, 19 de março de 2013






Até Parece que Não Sei.
J. Norinaldo.


Sinceramente gente, vamos falar sério, vivemos num país onde boa parte da população sustenta entidades milionárias pela promessa de um lugar no céu, onde 40 por cento é analfabeta e outra parte significativa semi e vivemos pregando que a população precisa saber votar. Imagine o que é um ser humano viver por 90 anos neste planeta sem saber ler ou escrever, acreditando que o mundo termina depois da linha do horizonte, sem saber sequer o que diabo é horizonte, e ai aos 85 anos alguém o convence que se aceitar Jesus terá um lugar privilegiado no céu, e este perde amigos que teve durante mais de 70 anos por que as novas idéias não os aceitam mais e faz novos com novas idéias; sem sequer se dar conta que se aceita Jesus agora, viveu por oitenta anos sem aceita-lo, e também não tem idéia de por que não o aceitava. É difícil de aceitar, entrar no Google e descobrir não sei se de fonte fidedigna que setenta e cinco por cento da nossa população é composta de analfabetos funcionais, alguns com níveis superiores. Ai eu pergunto: como convencer a essas pessoas que aqueles que elegem para cargos públicos são os mesmos que criam as leis que regem a nossa nação, ou seja, leis que temos que cumprir regiamente, como pedir a essa mesma população que exija dos seus candidatos melhorias no ensino para que as próximas gerações não passem pelo que estão passando, não tendo condições nem sequer de eleger o seu representante legal.
Enquanto não pararmos para refletir sobre países como alguns asiáticos totalmente destruídos por catástrofes naturais ou mesmo as causadas pelo homem como as guerras, e que depois disto investiram pesadamente em educação, tronando-se em curto prazo verdadeiros paraísos econômicos e culturais, enquanto não pararmos com tanta hipocrisia e não colocarmos o peito n ‘água em busca da verdadeira solução, vamos estar à mercê de mercenários e vigaristas, que nada mais estão fazendo que cumprir o seu papel, aproveitar a onda de otários criados por uma sociedade fajuta. Uma sociedade que patrocina o BBB com telefonemas dizendo que transa melhor ou pior, quem deve sair e que deve ficar, e depois vai para o Facebook fazer campanha para que o tal programa saia do ar, verdadeiras Maria vai com as outras; uma sociedade que patrocina tudo para seus filhos, tudo menos o afeto e a amizade que são trocados por dinheiro, dinheiro esse que também patrocina as drogas e depois ficam chorando falando em câncer do século, sabendo que foi ela mesmo quem o criou. Sociedade que tem ou não conhecimento que a mídia é a maior aliada das drogas quando  dispensa enorme espaço para divulgar nomes de estrelas e super estrelas internadas em clínicas de alto luxo para se livrarem do vício da cocaína; não vêem o que isto significa, que se fosse algo ruim quem usava era somente habitantes periféricos.
E você, já aceitou Jesus ou nunca deixou de aceitá-lo? Às vezes fico pensando que o mundo não começou há 2013 anos, mas naquele tempo muitos já levavam muita vantagem em nome de Osíris, desde quando será que surgiu essa necessidade desse ser superior, tão superior, que saber muito ou algo a respeito dele pode levar alguém a riqueza e ao luxo, além da fama?
Não precisamos aprender a votar, precisamos sim saber que não há mais como voltar, o abismo se aproxima e o tombo é inevitável, sendo super star ou um simples miserável, só nos resta esperar.

segunda-feira, 18 de março de 2013




Resposta ao meu Sonho.
J. Norinaldo

Fiz uma viagem ao Paraguay com retorno no mesmo dia, de carro, muito cansativa, durante a viagem falamos muito em política e conseqüentemente em corrupção, o trema ai por conta do World, bem, chegando de volta em casa após um banho e uma frugal refeição fui para a cama e dormi o sonho dos justos, sem sequer verificar se estou na lista com direito a fazê-lo. Tive um sonho  que me pareceu filosófico e não muito elucidativo, mas que me remeteu a reflexão assim que acordei com as baterias recarregadas. O sonho foi o seguinte: Estávamos eu e mais duas pessoas, sendo um amigo conhecido que fez a tal viagem comigo e uma mulher muito bonita que não conheço, quer dizer agora conheço de sonho; estávamos  numa sala aguardando do deputado Federal José Genoino  do PT para uma palestra, de repente, ele adentra o ambiente trazendo nas mãos uma pasta grande, e nem sequer lhe dei tempo para os cumprimentos, fui logo o arguindo: José Genoíno, desculpem a intimidade, mas o conheci pessoalmente num jantar em Corumbá MS, Aliás, depois também almoçamos juntos com mais alguns políticos e ficamos um bom tempo proseando. Muito bem, levantei-me e pergunte: José Genoino, eu tenho te defendido com unhas e dentes desta história de corrupção, tenho dito que pode até ter havido a mesma no PT, mas que você, jamais a usaria para se locupletar, o que você tem a me dizer aqui e agora olhando nos meus olhos?
O deputado me olhava realmente nos olhos e sem pensar muito perguntou: Posso te fazer duas perguntas? Sem que eu desse tal permissão parecendo muito feliz com a pergunta e com a resposta que daria,  disparou: “ Pode se benzer a porta do Templo”? Eu lembro bem de ter dito: Você me daria 100 anos para responder a sua resposta?
Existem duas maneiras de entendermos esta pergunta, se você ou alguém pode benzer a porta do Templo, ou se eu ou quem quer que seja possamos nos benzer a porta do Templo; a primeira seria para que? E a segunda: por quê?
Há um ditado que diz que não é muito educado se responder uma pergunta com outra; nesse caso específico, e como não existem regras para os sonhos, sinceramente não usaria tal aforismo, e você?
Alguém que venha ler minha crônica, se crônica é, poderá pensar: Este cara jantou e depois almoçou com José Genoíno e com mais políticos, todos com certeza do PT, o que leva a crer que deve ser Petista doente, filiado e militante; ledo engano, caso venha a acontecer, não tenho partido, não sou fanático por nada e geralmente voto no homem que escolho pelo comportamento que conheço.
Gostei muito desse sonho e aproveito já que a frase foi do Deputado, mas no sonho  e colocarei aqui como minha:
“ Pode- se benzer a Porta do Templo “? Ou  “Pode se benzer à Porta do Templo? Porque ou para que? Qual a sua opinião?

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terça-feira, 12 de março de 2013




Ninguém sabe tanto que não precise aprender com o Travesseiro.
J. Norinaldo.


Eu por certo período morei no quartel que servia no Rio de Janeiro, bem ali por trás do Edifício RB1, Praça Mauá, quartel de Fuzileiros Navais. Para aproveitar o ar condicionado e evitar companheiros que roncavam, odeio, eu dormia na minha seção, arranjei um pedaço de espuma, fiz um colchão, com outro pedaço menor enrolava num grande dicionário que tínhamos ali e este era o meu travesseiro. Dormia mais dois colegas no local, que estavam de serviço, porém só havia duas camas, a minha como já disse improvisada e no chão.  Tínhamos um colega desses que acham que sabem tudo, realmente estava fazendo faculdade, era o único do grupo. Uma noite ele estava de serviço e cheguei com meu acampamento, procurei meu travesseiro e não o encontrei onde sempre estava; comecei uma busca quando o professor, como era chamado perguntou-me: O que procuras? Respondi: o dicionário. Qual a palavra que queres saber, perguntou ele? Travesseiro, respondi. Espera um pouco, você precisa de um dicionário para saber o que significa travesseiro, deu uma gostosa gargalhada e chamou seu companheiro de serviço que datilografava algo, para quem não sabe o que é isto, datilografar, seria o mesmo que digitar hoje, só que em máquinas de escrever, Tec, Tec Tec, rarrrrrr.Vem cá fulano, escuta só essa, um sargento da Marinha do Brasil, precisa consultar um dicionário para saber o que significa “Travesseiro”. O outro colega olhou-me de maneira estranha e perguntou: Verdade Norinaldo que não sabes o que é um travesseiro? Não! Respondi. Você viu o dicionário? Ele deu meia volta, retornando com o mesmo nas mãos; pronto aqui está.
Para mostrar aos senhores que eu sei o que significa a palavra: “Travesseiro” a partir de agora não usarei mais palavras. Dito isto embrulhei o grande livro na espuma, coloquei-o na extremidade da minha cama e me deitei, dando boa noite aos dois. Custei a dormir, rindo as gargalhadas sem fazer barulho, há muito não me divertia tanto.
No outro dia, o professor era motivo de risos velados, seu companheiro de serviço poupou-me o trabalho da novidade no café da manhã. O oficial que era nosso chefe passou por mim quando ia para a educação física e me perguntou: Sargento Norinaldo você sabe o que significa a palavra travesseiro? Prontamente respondi: Dicionário Tenente.
Quartel pequeno, esta história  caiu na boca do povo, quartel pequeno, guarnição reduzida, no outro dia, ou na outra noite, sai para ver um filme e quando voltei ao quartel e me apresentei com meu pequeno acampamento na minha seção, fui surpreendido com a aviso de que não precisaria mais usar o meu tradicional travesseiro, tinha sido adicionado mais uma cama a seção com tudo que tinha direito, as autoridades tomaram conhecimento que eu dormia no chão e não sei o que ocorre hoje, este quartel já não é no mesmo lugar e faz muito que fui para a reserva, minha mulher veio de Mato Grosso do Sul, comprei um apartamento em São Gonçalo, mas a cama do Dicionário enquanto servi ali, ela permaneceu lá.

sábado, 9 de março de 2013




Aparência ou Conteúdo?
J. Norinaldo


Há poucos dias, me encontrava na companhia de uma mulher muito bonita não vou colocar seu nome aqui é claro, mas estávamos em um lugar público, quando chegaram outras duas mulheres e sentaram-se bem próximo a nossa mesa, nos olharam e passaram a trocar olhares e cochichos enquanto olhavam sem nenhuma reserva para mim e davam risadas; eram bem explicitas e deselegantes, riam de mim, não para mim e sei bem por que, reconheço que não são bem na foto, ou como diz o carioca: não bato bem de feições. Não fosse talvez à condição de casal que aparentavam serem, essas criaturas também chamariam a atenção de outras pessoas, por exemplo, da minha companhia, exatamente por aquilo que tenho de sobra. Falei para o meu par, que na verdade era uma amiga: Não te preocupa por que estão rindo de mim, quem sabe pensando: o que quer essa mulher tão linda com um cara desses. O episódio prosseguiu até que me irritou, apesar de acostumado com essas situações, achei que estavam abusando; de repente uma delas levantou-se para ir ao banheiro ou toalete sei lá, e aproveitei a deixa que passou ao nosso lado, aproveitando que não havia ninguém perto, falei de maneira muito mal educada retocada de ironia e gaiatice para minha companheira: Por que você não deixa de ser egoísta e empresta um pouco de bunda para essa ai, nossa! Ela parece uma barata. Recebi um olhar de censura, mas logo a seguir um belo sorriso, a tal mulher voltou do banheiro, pegou a outra pelo braço e sumiram. Rimos um pouco, não sei se feliz com minha atitude, pois de uma coisa tenho certeza, em nada melhorou minha aparência; crime pelo qual venho pagando há muito tempo, na certeza de ser inocente.
Nesse dia, lembrei-me  um outro episódio parecido, encontrava-me com um amigo também escritor e poeta, jornalista e compositor, menos, mas também faz parte do meu bloco; conversávamos alegremente na mesa de um bar, quando chegaram dois casais, esses sim, bonitos elegantes, o que nada tem a ver com cultura e educação, não tinha mesmo. Logo a seguir, começamos a notar a troca de olhares a extensão dos mesmos até nossa mesa, e os sorrisos dessa vez mais disfarçados, e como não podia pedir para meu amigo emprestar nada para elas, até por que tinham e como, e meu amigo muito pouco, ficamos na nossa simplesmente.
De repente adentra o local, uma senhora muito elegante, com cerca de 60 anos, dessas quem lembram a rainha Vitória, cabelos brancos quase azulados, acompanhada por uma jovem lindíssima, que trazia numa das mãos um livro. Parou diante da nossa e a jovem nos cumprimentou e disse com um belíssimo sorriso: Poderiam me dedicar este livro, por favor, não sou daqui e, portanto não estive no lançamento. Era uma Antologia Poética da qual fazíamos parte com alguns trabalhos. Claro com muito prazer, aquele papo de sempre, fizemos pose depois para uma foto ao lado das duas, depois da uma e ficamos novamente sozinhos, por que os casais não quiseram saber de autógrafos nenhum, escafederam-se. Dias depois, fui ao mesmo local e o garçom me procurou me confidenciando: Sabe aqueles casais que estavam rindo de vocês aquele dia?  Isto me deixou de certo modo mais constrangido, então até o garçom notara. Sim lembro que houve com eles? Um dos, veio aqui esta semana e me perguntou quem eram vocês se eu os conhecia. Tá, e daí? Eu falei que vocês são verdadeiras lendas da poesia e da literatura brasileira. Demos boas risadas, e pensei: lenda só se for pelo motivo que riam, depois perguntei: e a reação qual foi? Olha, não poderia ter sido pior, o cara de pau olhou para a mulher e disse: Eu tinha quase certeza que sabia quem eram...

quinta-feira, 7 de março de 2013



Num Mar de decepções, um Farol de Ilusões que indica um Cais de velhas Perdições.
J. Norinaldo.


Durante a minha vida até hoje tenho certeza que sou um dos maiores colecionadores de  decepções, não é um título do qual ninguém de são consciência venha a se vangloriar é claro. Também tenho a certeza que a primeira e maior delas foi “Dolores Sierra”. Estranho? Não! Eu explico.
Nasci num vilarejo no agreste pernambucano por nome de Cachoeirinha, olha, era o lugar mais lindo do mundo, o único que eu conhecia não poderia ser diferente. Não havia luz elétrica tradicional, mas um motor Caterpillar fornecia luz até as 22h00 todos os dias.  Era cuidado pelo lendário Bel, quando algo acontecia e a luz ia embora, argüido sobre o incidente, Bel respondia sempre: “O motor coisou”.Uma noite, havia uma farmácia das duas da vila, cujo dono se chamava José Aguiar, ou simplesmente Zé Aguiar, que certa feita adquiriu uma grande radiola ( O Word grifou Radiola)e as noites ele colocava para rodar discos com canções muito bonitas, não sei na moda, mas para mim e meus amiguinhos de infância, um verdadeiro deleite. Uma noite, ouvi encantado, inebriado, sem saber que assim estava é claro, Nelson Gonçalves cantar “Dolores Sierra”.
“Dolores sierra, vive em Barcelona na beira do cais, não tem castanhola, e faz ompanhia a quem lhe der mais”. Nossa! Um verdadeiro delírio, aprendi rapidamente a letra, e como sempre fui uma espécie de líder da minha turma, procurei minha professora, e outra pessoa considerada muito culta do lugar, para saber o que fosse possível sobre Barcelona, mais uma vez fiquei maravilhado, uma verdadeira cidade encantada, um conto de fadas e bem maior e mais bela que a minha Cachoeirinha, senti-me traindo alguém. E com o Cais então...
Muito bem, passei a cantar, muito mal por sinal coisa que faço até hoje, Dolores Sierra para meus amiguinhos, além de sentir-me o tal ao descrever Barcelona pelo que tinha aprendido e mais um pouco que inventava, sempre tive um excelente imaginário. O tempo passa, as canções são de certa forma esquecidas ou preteridas por outras, a fila anda e a moda muda; sai de Cachoeirinha em 1959 para morar em Colatina ES, conheci novas pessoas, fiz novas amizades e não era mais líder de nada. E foi aí que um dia, um amigo que cantava muito bem e tocava violão quase sendo um virtuose, cantou ao meu pedido “Dolores Sierra”. E foi exatamente nesse dia, quando ele exclamou: “E faz companhia a quem lhe der mais”. Meu Deus! Caiu a ficha, eu já conhecia o sistema, estava na época com 15 anos. Não! Mil vezes não, não a minha Dolores Sierra! Não era possível que aquela mulher que povoara meus sonhos por tanto tempo me traía de maneira vergonhosa. Não aquela mulher que fazia com que meus cavaleiros da caixa de papel que havia sobre um velho armário no meu quartinho, corriam desesperados só para ouvi-la cantar, ou simplesmente para vê-la, nem sei se Dolores Sierra cantava.
Então era isto, a mulher linda que eu criara que povoara os meus sonhos por séculos, por que nos sonhos o tempo é infinito, você tem o controle, era na verdade uma prostituta. Não podia ser, por que a professora ou o homem culto não me disseram, poupariam tamanha decepção agora. Eu não perguntara, sabia tudo sobre ela, a beleza da canção, a melodia dizia tudo, e quem de são consciência, iria falar em prostituição naquela época com um mínimo curioso ma s com apenas 10 anos?
Passei 31 anos na Marinha do Brasil como Fuzileiro Naval, algo de que muito me orgulho, sonhei durante todo esse tempo, ir à Espanha, especificamente a Barcelona. Imagine meu Navio aportando o cais, o mesmo cais em que viveu a musa dos meus sonhos de menino, seria demais,  demais, mas... Não aconteceu.
Nesta minha coleção muito grande de decepções, conheci muitas Dolores Sierras, com nomes diferentes, mas profissões iguais, e em muitos casos as frustrações, não sei se tão grande, mas doeram bastante. Tomara que ainda tenha muitas e muitas pela frente. Tomara.
A última que tive e coloquei de acordo com a importância no rol das decepções, contarei outro dia, olha só o nome que lhe dei: “Agenda Banguela” Curioso o nome não? Se fores curioso aguarda que vou te contar tudinho, quer dizer, claro que terei que omitir alguns detalhes, ou terei que te contar pessoalmente.

domingo, 24 de fevereiro de 2013



Direitos Humanos para Todos.
J. Norinaldo.


Eu morava no Rio de Janeiro na época em que houve naquela cidade o trágico episódio do massacre da Candelária, o mundo inteiro foi contra,como não podia deixar de ser, o pessoal dos Direitos Humanos teve munição por muito tempo para condenar e criticar seus praticantes e simpatizantes. Eu fui e serei sempre um dos críticos,sempre serei contra esse tipo de comportamento. Agora, vou relatar algo correlato algo presenciado ou vivenciado por mim, não foi niguem que me contou; servia num quartel de Fuzlieiros Navais bem próximo a Praça Mauá, e tínhamos um cabo que fazia faculdade a noite na Barra da Tijuca, morava no quartel e retornava para casa ou para bordo como fala-se na caserna por volta da meia noite de segunda a sexta feira. Todas as noites era a mesma rotina, hilário se não fosse triste e perigoso, quando o coletivo se aproximava da parada onde o cabo deveria desembarcar, justamente próximo a Candelária, onde ficavam os meninos chacinados tempos depois, os motoristas abriam a porta traseira antes, e assim que o ônibus diminuía a marcha, o cabo saltava e aproveitava o impulso para sair numa desesperada corrida, para escapar daqueles meninos; até que falou com o Almirante que comandava o tal quartel, e este determinou que no horário de regresso desse pobre cabo, membros da guarda, armados de fuzil e pistolas fossem escoltá-lo até a sua casa que era o nosso quartel. 
Lembro-me da manhã fatídica, quando cheguei a Praça Mauá, e vi o grande aglomerado em volta da banca de jornais tão conhecida, sabia que algo de anormal acontecera, lá o jornaleiro abre o jornal e prende do lado de fora da banca, como chamariz. Aproximei-me e comprei o jornal, enquanto tomava um cafezinho servidas pela Marli, que tinhas as mãos todas manchadas, quem é daquele tempo e freqüentava ou passava pela Praça supracitada tem que Lembrar da Marli, lia o que o o jornal estampava, e pensei: O que será que pensa, e lembrei o nome do cabo, claro que jamais seria sincero numa resposta dado a uma entrevista, mas, digo, lá entre ele e ele mesmo...
Na verdade nunca ouvi antes nenhuma manifestação do pessoal dos Direitos Humanos sobre os direitos humanos que tinham o cabo em questão e tantas outras pessoas, assaltadas, cortadas com laminas de barbear, traumatizadas que no desespero conseguiram escapar ilesos daquela matilha que ali vivia; insisto, sou totalmente contra a morte, aliás, tenho dito por aqui, Odeio essa senhora, e o que puder fazer para tumultuar sua vida farei, agora pergunto, que tal exercitarmos um pouco a tal empatia, e nos colocarmos no lugar do cabo fuzileiro e de tantos outros que sofriam nas garras daquele time?
Direitos Humanos tem que ser para todos, isto é, uma via de duas mãos e não o contrário, e acredito, exemplo: aqueles meninos da Candelária tinham direito a um lar e a uma vida decente, para não atrapalharem a vida do cabo que queria apenas estudar para deixar de ser cabo. Agora, aparecer para reclamar depois do leite derramado, principalmente o leito dos outros... É muito cômodo.
De que lado eu estou? Do lado certo, ou seja, do lado dos Direitos Humanos. Afinal, também sou humano...

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Amizade.
J. Norinaldo.


Posso dizer que passei uma vida procurando dois amigos de juventude, nos vimos a última vez em 1967 e consegui falar com os dois em 2010, são irmãos e eu os considerava muito mais do que isto, muito mais mesmo, nem tenho idéia do quando mais, eu os considerava meus amigos. Andei inclusive fora do Brasil e quando ouvia alguém dizer que conhecia alguém com o nome de algum deles,  andei bastante sem nenhum resultado, veio a Internet, e um dia uma amiga do Orkut me deu a boa e grande nova, encontrara  alguém que correspondia as características do meu amigo, conseguiu um telefone, liguei e era ele. Nossa! É bem difícil descrever minha emoção e a minha decepção ao falar com alguém que parecia não me conhecer e fazer questão de frisar o tempo todo numa conferencia da qual fazia parte; em fim, não morri, creio que aprendi alguma coisa, não sei.
Estou escrevendo isto, exatamente por que faz mais ou menos 3º minutos, ou meia hora, que minha mulher trouxe o telefone até onde estou, aqui na frente do micro, vendo minhas postagens no Facebook, e não me disse quem era, quando atendi, era um amigo que há muito não aparecia ou ligava, nem atendia nossas ligações; como estamos na melhor idade, não para mim, a idade do Comdor, já pensava seriamente em não ver mais este amigo.
Interessante que durante nossa conversa, por várias vezes o fluxo foi interrompido, e ele não fez questão nenhuma de esconder que estava realmente emocionado; e pensei: já acreditava não ser mais capaz de causar este tipo de comoção em alguém, até por que tenho tido algumas decepções com novas amizades, ao ponto de reservar essa palavra para pessoas e ocasiões muito raras e especiais.
Obrigado amigo, meu dia estava um tanto opaco, de repente tudo começou a brilhar, e comecei a ver tudo colorido, a música a todo volume na casa do vizinho que antes parecia uma tortura, tornou-se suave e de bom gosto. Poxa, apenas um telefonema, imagine um abraço, aquela conversa a sombra de uma árvore, algo tão simples, ou que parece simples, mas não é, principalmente quando existe esta palavra mágica, poética, santa: “AMIZADE”.
Portanto, muito obrigado, mas, muito obrigado mesmo a você que permite que eu te chame de AMIGO.



Ser, Ter e Perder.
J. Norinaldo.


Hoje eu tenho bastante tempo para pensar, lembrar de coisas que vivenciei num passado não tão remoto, mas que na época não lhes dei a importância necessária, agora, nas longas noites de insônia, me voltam essas recordações, das quais procuro tirar algum proveito. Esta noite, lembrei-me de um Almirante que conheci, não intimamente, sem amizade, conheci o seu rigor, o seu poder e a sua fama. Servia no Complexo Naval da Ilha do Governador no Rio de Janeiro, onde cheguei no inicio do ano de 1966, oriundo de Recife. Foi ali que conheci essa verdadeira legenda, que evitarei o nome aqui, mesmo não estando mais entre nós, mas mesmo assim, vez por outra sonho fugindo de suas garras, nem sempre consigo mesmo em sonho.
Muito bem, lembro como se fosse hoje, que quando alguém dizia: O Almirante está na área, falo aqui em meu nome, mas creio que a maior parte daquela ilha ficava com os nervos a flor da pele como a esperar o apito de pênalti a qualquer segundo. Lembro-me de uma famosa inspeção de uniforme que participei com esse oficial, quando o mesmo chegou a minha frente, me olhando nos olhos pensei que cairia em segundos, não cai, ele mandou que eu erguesse o gorro, e disse com sua voz de Almirante, aliás, era o que era: “Anota o resto!”. Servi de piada, o que me livrou de uma cadeia.
Diga-se de passagem, não quero aqui ser leviano, esse oficial general era rigorosíssimo com seus subordinados, mas consigo também, seu uniforme era impecável, realmente tinha pinta de almirante, o que não era tarefa difícil, é claro, com uma equipe destinada e treinada, cursada só para essa tarefa.
Costumava-se dizer na época: O Almirante chegou, a ilha inteira treme. Sai do Rio de Janeiro como cabo e vim servir no Rio Grande do Sul, estado onde moro hoje, na cidade de São Borja, mais conhecida como a Terra dos Presidentes. Gente, mesmo aqui, em São Borja, longe, muito longe da Ilha do Governador, eu não escapei dessa legenda supracitada, um dia, que já vai muito longe, esta cidade ouviu vários tiros de canhões, e o 2° RCMEC foi até a entrada da cidade, como muito militares montando seus belos cavalos, e acompanharam o almirante dos meus pesadelos, até a entrada do Destacamento de Fuzileiros Navais, onde hoje é a Unipampa.
Mas, como na vida tudo passa, o Almirante passou, passou para a reserva, eu continuei na ativa, voltei ao Rio de Janeiro, para o mesmo lugar, Ilha do Governador, e um belo dia, o Presidente da República participaria de um cerimonial de entrega de espadas aos Guardas-Marinha, na Escola Naval e eu fui escalado como rádio operador; fiquei com um Capitão-Tenente na estrada da escola organizando e recebendo as autoridades que chegavam para o evento. O estacionamento para os seres normais, ficava na cabeceira do
Aeroporto Santos Dumont, a uma considerável distância, você desembarcava lá e volta a pé, só autoridades desembarcavam na entrada do evento. De repente quem eu vejo chegando num Opala beje, cor da nossa farda? Quem? Nem adivinham? Pois é gente, o meu Almirante, eu o reconheci na hora, ora se eu o visse hoje o reconheceria, foi muito medo, pavor, pânico. Parou o carro no local destinado a autoridade, o capitão que se encontrava dando instruções ao motorista de um jovem Governador de um estado do nordeste, viu e me gritou: Manda esse carro seguir para o estacionamento, eu rezei para que o almirante tivesse escutado e seguisse sem minha intromissão, mas não, ele ouviu, mas virou-se para mim e disse, já não com aquela voz que eu lembrava tão bem: Avise ao oficial que eu sou e me disse como se eu não soubesse, senti vontade de ri, não ri. Está esperando o que? Gritou-me o oficial, criei coragem e disse, não sei como saiu minha voz, mas senti certa felicidade ao dizer:  Vossa Excelência terá que seguir para o estacionamento e de lá voltar a pé, fiz questão, era minha grande vingança; apesar que sonhava mesmo era dizer: Ergue o gorro. Anota tudo.
O que sentiu aquela autoridade, agora ex autoridade enquanto voltava do estacionamento, será que a distancia percorrida a pé e muito empoeirada pareceu a mesma para todos que para eles esse sempre foi um procedimento normal? E a família que estava junta?
De certa forma fiquei triste e pensei: A vida é uma merda. Vocês queriam o que? Eu estava só pensando. E é, se você não descobri  isto a tempo, e souber que tudo na vida passa, acreditar que só existem o ter e o poder, o perder fará com que você descubra isto da pior maneira.