quinta-feira, 11 de abril de 2013




Orgulho e Soberba, Para que?
J. Norinaldo.


Hoje cumpri mais uma dolorosa missão de comparecer a um cemitério para as últimas homenagens a um amigo e poeta que partiu em direção ao Parnaso, como faço sempre que vou aquele local, visito alguns túmulos, me prendem certos epitáfios, datas e fotos ali colocadas. Hoje me deparei pelo menos com três jovens muito bonitas cujos sorrisos demonstravam felicidade e alegria, de uma rápida passagem pela terra, ou pela vida. Todos ou quase todos com quem falei, pareciam ter recebido na portaria instruções do que dizer, pois na verdade nesses momentos nos fogem as palavras, e me diziam referindo-se ao poeta que partira: Não adianta, é o destino de todos; claro, isto é uma das mais verdadeiras verdades dessa vida, se não for a mais. Então por que tanto orgulho, tanta soberba, saímos dali consternados e não demora muito vemos ou nós mesmos estamos incorrendo nesse pecado tão grave que é a soberba, o orgulho, o preconceito, a discriminação do nosso semelhante apenas por que não é igual a nós mesmos?Tivemos há muito pouco tempo uma tragédia terrível em nosso estado, onde mais de 240 jovens pereceram numa festa, na verdade todos sabemos que há um aforismo muito conhecido que diz: “Quer ser bom? Morra. É uma verdade, será que tiramos algum ensinamento disto, que jovens, bonitos, alegres também morrem?
Quando será que chegaremos a distinguir nossos semelhantes pelo que são, pelo que sabem pelo que fazem, em vez de fazê-lo pelo que aparentam? Lembro-me de uma frase do saudoso Governador Leonel de Moura Brizola, que está nesse cemitério que aqui cito que dizia que ele era como uma flor do deserto, que precisava apenas de uma gota d’água para sobreviver ou reviver, no dia do seu passamento choveu a cântaros, talvez exatamente para desdizer o seu dito.
Não adianta dinheiro, beleza, orgulho e soberba não alongam a vida ou retardam a morte, aliás, nada o faz, o que devemos pensar é que nada daqui levamos e de nós fica não o que fomos se belos ou feios, mas sim aquilo que fizemos de bom ou de ruim.
Mais um aforismo comprovadamente errado: “Você vale exatamente o que tem”. No final o único vale que conta é o vale da morte e este vale para todos nós, ricos, pobres, belos e feios. Não é um vale entre montanhas, mas sim um vale que assinamos e por com a morte fim é resgatado.
Interessante que nesta última visita que fiz ao campo santo, vi num túmulo de outro poeta conhecido o poema que ele um dia me falou que eu iria ler em seu túmulo, isto aconteceu quando a ele fui apresentado, lembro-me bem, que o mesmo jogava sinuca com outros companheiros, e passando giz no taco recitou aquela estrofe do poema. Estava lá exatamente como me disse que a vida nada mais era que um empréstimo, que ele ali estava por que  havia quitado sua dívida com o Criador.

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