Jornalismo e a Dúvida do Eu leitor.
J. Norinaldo.
A profissão de Jornalista é
fascinante vista de fora, por quem não é não sei como a vêem os próprios,
muitas vezes correndo riscos como correspondentes de guerra, realmente no front
par dar a notícia como manda o figurino; muitas vezes cruel pela própria
essência da profissão, que não permite lapidar essa ou aquela imagem para não
chocar, na maioria das vezes quanto mais chocante mais valor tem. Eu me
pergunto, por exemplo, o que sentiria um jornalista que fez várias reportagens
enaltecendo o Magaiver, lembra? Profissão Perigo, que precisava apenas de um
prendedor de papel e uma barra de chocolate para consertar um Reator Nuclear e
salvar o mundo de uma tragédia; pois é. E agora, anos depois flagrar o ator,
velho, barrigudo e com o carro pifado na estrada e não consegue consertá-lo.
Claro que este é um exemplo simples, pois todos nós sabemos que o Magaiver era
apenas um personagem tirado da cabeça de alguém e nada que fazia ali era
verdadeiro, agora em casos verdadeiros? Como fica a coisa? O jornalista tem
nosso crédito, um Jornal ou uma Revista de nome tem o nosso crédito, o
jornalista é um formador de opinião; a minha dúvida é: será que algum
jornalista deixa de escrever enaltecendo uma figura da sociedade ou mesmo do
poder público que está em alta, elogiado
por todos outros segmentos, mas que ele tem conhecimento, porém sem total
certeza de algo que se descoberto poderá jogar na lama não só a personagem
principal mas também seus bajuladores? Sem a certeza de que tal assunto virá à
tona se absterá do festim?
Eu já contei isto por aqui, mas
vale a pena ver de novo; Contaram-me faz muito tempo, que o jornalismo no Rio
de Janeiro andava meio monótono, e um dia na redação de um dos grandes,
conversavam Carlos Lacerda e David Nasser sobre o assunto quando Lacerda surgiu
como uma ideia. David vamos fazer o seguinte: escolhemos um figurão da
sociedade brasileira, tu o atacas na tua coluna e eu o defendo na minha, isto
com certeza dará uma sacudida nas noticias; o que achas da ideia? Excelente!
Respondeu David, e quem seria esse figurão?
Cândido Portinari respondeu Carlos Lacerda, e David Nasser rebateu:
Fantástica ideia, só tem um, porém, tu atacas muito melhor que eu, portanto eu
o defendo. Nada disto insistiu o outro, a ideia foi minha. O que se concebe é
que pelo andar da carruagem, Cândido Portinari era uma figura inatacável, mas o
que pergunto é o seguinte: a ideia era ética, assim como alguém de coração
muito bondoso, com vontade de ajudar o próximo, mas como não aparece ninguém
pedindo ajuda ou necessitando dela, esse bondoso ser fica escondido num escuro
qualquer atacando a puladas que por ali passa para poder curá-lo e assim
satisfazer sua veia de bondade? Parece que essa história existe alguém lembra
algo, “O Bom Samari, alguma coisa assim que agora me foge da memória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário