sábado, 11 de maio de 2013




Salvem as Tradições do Planeta.
J. Norinaldo.


Outro dia estive num planeta que faz questão de dizer a plenos pulmões que ama suas tradições e que é diferente, coisas do passado, quando não havia os meios que existem hoje, e que todos têm acesso a tudo que acontece em qualquer planeta da galáxia. Muito, bem, estive numa cerimônia que tratava justamente de tradição, da tradição desse planeta tão cultuada, e como sou muito observador, vi que alguns cantores tradicionais, ou seja, aqueles que cantam a tradição , se apresentaram, foram os primeiros,  depois vieram palestras, mostras, e outras atividades mais, todas é claro falando da tradição e do amor desses habitantes por ela. Finda a apresentação, observei que os cantores se retiraram do recinto e pensei: devem ir tomar uma água ou uma cerveja e voltam. Que nada, fiquei todo o tempo cuidando, sentaram-se bem longe dali, durante o tempo que ali permaneceram e não voltaram mais; continuei pensando: Palestras? Para que? Essas pessoas sabem tudo de tradição. Será?
Claro que a tradição do planeta existe, mas é triste você saber que muitas das atividades são políticas ou politiqueiras, sem o menor apego ao que prega; é triste você ter que oferecer vantagens para que lotem seu auditório para assistir algo referente a sua cultura, seria o mesmo que fazer um filme, e além de exibi-lo com entrada franca, ainda fornecer a pipoca e o transporte, e depois sair mostrando fotos e vídeos da fila na entrada da sala.
Outro dia houve uma reunião do Centro Cultural de são Borja, e de certa forma causou-me certo espanto e ao mesmo tempo alegria, ao ver na foto que de certa forma mudou a mesmice, dois jovens participando ativamente dos debates para tentarmos tirar o coma profundo em que se encontra essa entidade; depois olhando a foto pensei: Olha só o sobrenome dos dois Rillo, o Matheus Rillo e o Marcos Antonio Luguerse  Rillo, nem sei se é assim que se escreve.
É preciso acordar gente, é preciso retirar a mascar e encarar uma crua e fria realidade, as tradições estão indo para a vala, e não é só nesse planeta, acontece em todos, a música, até a comida, o jeito de vestir e o jeito de pensar; estive a algum tempo lá no meu planeta e por lá a coisa não é diferente, alguns velhos conservadores tentando segurar um passado que teima em escorregar de suas mãos já trêmulas, e os jovens de lá não são diferentes do de cá, somente as aves que lá gorjeiam não gorjeiam como cá.
Hoje os pais pagam tudo o que os filhos pensam que gostam até mesmo as drogas, aqueles que podem pagar, sem generalizar é claro, muitos pagam com vergonha de assumir que os filhos são drogados; e culpam as más companhias, claro que as más companhias são sempre os filhos dos outros, nem sequer pensam que só para eles, eles não são os outros; já que estes filhos não tem poder aquisitivo a não ser gordas mesadas, quando tiverem esse poder, e quiserem fazer o que realmente gostam e quem tem algum valor, alem de chocar outra geração, não podem por que tem que continuar o ritual, manter os filhos na moda e na roda, Mem que seja na roda do fumo ou do pico.
A Tradição que vejo nesse momento em alguns planetas, está mais para extradição justamente dessa tradição apregoada e que muitos bem que gostariam, mas não conseguem meter goela abaixo dos seus rebentos, e assim se arrebentam os laços com os ancestrais e com um passado dito glorioso, em detrimento por algo barulhento e pegajoso e de uma gíria que se torna cada vez mais universal. Universo esse que marcha para o mesmo lugar, o abismo, o abismo há muito profetizado, é tão comum hoje ver pessoas que a vidas inteira foram libertinos ou liberais, profanos ou imorais quando sentem que o abismo está próximo e não tem volta, começam a pagar a intermediários para que intercedam junto a Deus já que o arrependimento é citado como uma das maneiras de entrar no céu. Até por conveniência é lógico, senão quem pagaria um advogado, sabendo antecipadamente da condenação?

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