terça-feira, 3 de novembro de 2015





Onde Estará a Diferença?
J. Norinaldo.



Onde estará à diferença, ou que diferença fará, será que quem ali está fará esta distinção ou é a ideia do ter e não do ser que já que não levamos nada gostamos de mostrar que tivemos, amor, dedicação, pode ser uma maneira de reverenciar aquele que já não esta mais conosco, mas também sabemos que ali não está. E onde está isto talvez nem quando cheguemos ficaremos sabendo, sem ofender a ninguém ou a alguma crença que dá a certeza de tal destino. Encontrei este anjinho de plástico encostado num velho túmulo há muito abandonado, parecia triste com o rosto encostado no tijolo e o  seu musgo, muito próximo outro túmulo suntuoso e com um enorme e belo anjo de mármore.  Muitas flores, sinal de dedicação da família, amor e muita saudade, não quero aqui julgar o que não sei , pois nada mais seria que preconceito; mas para dizer a verdade, me chamou muito mais atenção o pequeno anjo sujo encostado na velha parede, que eu pode representar alguma coisa, para quem ali foi enterrado quiçá absolutamente nada.  Com certeza aquele anjo belo e suntuoso, de asas enorme não faz nenhuma chacota daquele pequenino enfeite que uma criança inocente poderia muito bem pegar e levar como um brinquedo, caso seus pais não tomassem conhecimento de onde foi encontrado. Ai sim teria que lavar as mãozinhas com álcool e prometer nunca mais fazer isto até que um dia este sobre si mesmo um belo anjo de mármore ou um simples brinquedinho, que pareça triste de costas encostado numa velha parede de tijolos já negros pelo passar do tempo. Outro dia vi um filho que acabou de enterrar o pai dizer ao voltar do cemitério, para dizer a verdade estou triste, mas também feliz, não sabia que meu pai tinha tantos amigos, viram o tamanho do cortejo? Minha vontade foi chorar por ele; mas como também sou humano e egoísta, chorei por mim mesmo.

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