Onde Estará a Diferença?
J. Norinaldo.
Onde estará à diferença, ou que diferença fará, será que
quem ali está fará esta distinção ou é a ideia do ter e não do ser que já que
não levamos nada gostamos de mostrar que tivemos, amor, dedicação, pode ser uma
maneira de reverenciar aquele que já não esta mais conosco, mas também sabemos
que ali não está. E onde está isto talvez nem quando cheguemos ficaremos
sabendo, sem ofender a ninguém ou a alguma crença que dá a certeza de tal
destino. Encontrei este anjinho de plástico encostado num velho túmulo há muito
abandonado, parecia triste com o rosto encostado no tijolo e o seu musgo, muito próximo outro túmulo
suntuoso e com um enorme e belo anjo de mármore. Muitas flores, sinal de dedicação da família,
amor e muita saudade, não quero aqui julgar o que não sei , pois nada mais
seria que preconceito; mas para dizer a verdade, me chamou muito mais atenção o
pequeno anjo sujo encostado na velha parede, que eu pode representar alguma
coisa, para quem ali foi enterrado quiçá absolutamente nada. Com certeza aquele anjo belo e suntuoso, de
asas enorme não faz nenhuma chacota daquele pequenino enfeite que uma criança
inocente poderia muito bem pegar e levar como um brinquedo, caso seus pais não
tomassem conhecimento de onde foi encontrado. Ai sim teria que lavar as
mãozinhas com álcool e prometer nunca mais fazer isto até que um dia este sobre
si mesmo um belo anjo de mármore ou um simples brinquedinho, que pareça triste
de costas encostado numa velha parede de tijolos já negros pelo passar do
tempo. Outro dia vi um filho que acabou de enterrar o pai dizer ao voltar do
cemitério, para dizer a verdade estou triste, mas também feliz, não sabia que
meu pai tinha tantos amigos, viram o tamanho do cortejo? Minha vontade foi
chorar por ele; mas como também sou humano e egoísta, chorei por mim mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário