segunda-feira, 30 de novembro de 2015






A Graça ou a Desgraça da Vida.
J. Norinaldo.



A vida é realmente engraçada, ou de graça não tem nada finalmente,. Outro dia encontrei  com alguém que há muito não via e para numa sombra pra uma conversa longa salpicada de saudades e nostalgia, quando de repente me veio a cabeça certo alguém; uma moça muito bonita e muito cortejada naquela época e por ela perguntei:  e fulana o que é feito dela/ A resposta realmente me surpreendeu e muito: Minha amiga disse: Olha amiga, a fulana vive sozinha na casa onde sempre viveu com os pais que já se foram; já não sai e dizem as más línguas que nem banho toma mais ; linda que era não? Escolheu, escolheu, esnobou muitos pretendentes e hoje se encontra nesta situação; uma vez por mês vai uma parente também já velha e pega as contas que tem para pagar, faz uma compras para ela e o resto não sei te contar. Não prolonguei muito a conversa no momento, mas depois que sai dali pensei o quanto aquela bela moça que quando ia ao Rio, pois a praia era de rio, chamava a atenção de todos pela beleza, elegância e a plástica quase perfeita, digo quase por não conhecer a perfeição.  Por orgulho ou soberba ou por maus conselhos só por ela ouvido dos espelhos, não só fez da vida apenas um desfile de beleza, enquanto esta beleza durou, não fez como uma rosa que mesmo com sua efemeridade traz um pouco ou eterniza um momento de felicidade. E quem sabe não somente a si sentenciou a vida ou a falta dela em que hoje também se encontra, mas a outra pessoa que deixou de ser e faze-la feliz; que quiçá até fosse aceito, mas por medo de não ter como fazer feliz uma deusa não se arriscou e preferiu a distancia. E agora? Será que vez por outra pega as velhas caixas de sapatos, de finos saltos com os quais desfilava destilando sua beleza que na verdade serviu apenas para lhe massagear o ego? E o que pensa, ou já não pensa, ou simplesmente pensa, mas evita de fazê-lo? A quem poderia de servir de exemplo já foi ou não feliz, ou é e apenas pode contar sua triste história a alguém mais jovem para que não venha a servir no final da vida do exemplo de vida a não ser vivida; mas estes não ouvem os mais velhos porque não têm tempo, além das mensagens no Celular, encontros e desfiles lhes tomam o tempo e a vida; e até porque agora é bem mais difícil disto acontecer; naquela época para não ficar sozinha era preciso casar, agora basta ficar e se não dá certo trocar... Até que não se encontra mais ninguém disposto ao Brique e o brinquedo findou, pois como a rosa murchou e troca, troca acabou, e se ainda tem a felicidade de herdar a velha casa onde o espelho o tempo todo enganou bem, se não tem... Resta a rua e a solidão; quando maior tristeza é justamente no momento em que muitos voltam para o lar, para suas famílias;  mesmo que para poucos este talvez seja o pior momento, mas para bem poucos. Teria graça ou não esta vida; ou a vida nada tem com nossas escolhas? Nossas desgraças?

terça-feira, 3 de novembro de 2015





Onde Estará a Diferença?
J. Norinaldo.



Onde estará à diferença, ou que diferença fará, será que quem ali está fará esta distinção ou é a ideia do ter e não do ser que já que não levamos nada gostamos de mostrar que tivemos, amor, dedicação, pode ser uma maneira de reverenciar aquele que já não esta mais conosco, mas também sabemos que ali não está. E onde está isto talvez nem quando cheguemos ficaremos sabendo, sem ofender a ninguém ou a alguma crença que dá a certeza de tal destino. Encontrei este anjinho de plástico encostado num velho túmulo há muito abandonado, parecia triste com o rosto encostado no tijolo e o  seu musgo, muito próximo outro túmulo suntuoso e com um enorme e belo anjo de mármore.  Muitas flores, sinal de dedicação da família, amor e muita saudade, não quero aqui julgar o que não sei , pois nada mais seria que preconceito; mas para dizer a verdade, me chamou muito mais atenção o pequeno anjo sujo encostado na velha parede, que eu pode representar alguma coisa, para quem ali foi enterrado quiçá absolutamente nada.  Com certeza aquele anjo belo e suntuoso, de asas enorme não faz nenhuma chacota daquele pequenino enfeite que uma criança inocente poderia muito bem pegar e levar como um brinquedo, caso seus pais não tomassem conhecimento de onde foi encontrado. Ai sim teria que lavar as mãozinhas com álcool e prometer nunca mais fazer isto até que um dia este sobre si mesmo um belo anjo de mármore ou um simples brinquedinho, que pareça triste de costas encostado numa velha parede de tijolos já negros pelo passar do tempo. Outro dia vi um filho que acabou de enterrar o pai dizer ao voltar do cemitério, para dizer a verdade estou triste, mas também feliz, não sabia que meu pai tinha tantos amigos, viram o tamanho do cortejo? Minha vontade foi chorar por ele; mas como também sou humano e egoísta, chorei por mim mesmo.