sábado, 16 de abril de 2011


A Beleza e o Tempo

J. Norinaldo

Interessante, assistia ao Jornal Nacional e de repente lembrei-me de Sid Moreira e Sérgio Chapelin, quem não se lembra da elegância da dupla, com aquelas vozes que pareciam ser únicas, e talvez fossem; quem pararia para pensar que um dia alguém chegaria e diria: Olha, vocês vão apresentar outro tipo de programa, e em vez de todas as noites aparecerem em rede nacional e internacional, apenas uma vez por semana. Por que agora chegou a vez e o tempo do charmoso casal Wiliam Bonner e Fátima Bernardes. E olha, pensando bem, já faz algum tempo que isto aconteceu, já se nota alguns cabelos brancos no Bonner, na Fátima será difícil; apesar que cabelos brancos nunca foi problemas para âncoras de Tele Jornais.

Pois é. Outro dia viajei com um amigo para uma cidade próxima, e lá chegando fomos visitar sua irmã; ele não me apresentou a senhora, apenas perguntou: Sabe quem é essa? Surpreso respondi que não. Ele sorrindo disse o nome da mulher, e quase caio de costas. Ele perguntou justamente, por que quando a conheci e tinha 15 anos, era uma garota lindíssima, e que eu vivia brincando com ele, que se não casasse com ela morreria solteiro. Vi para a minha frente, com um sorriso que mais me pareceu uma careta, uma senhora de idade, o busto totalmente liso como se fosse um homem, cabelos brancos ou cinzas, não dava para definir. Mas, não foi somente pela aparência dela que me apavorei como nunca fui bonito, também nunca fiquei vendo se envelhecera, foi ai que caiu a ficha; quando conhecia aquela menina com 15 anos eu já estava com 25 ou mais; na volta, tivemos que caminhar um bom pedaço a pé, pois havíamos deixado o carro numa oficina, e senti um estranho cansaço e uma falta de ar danada.

Costumo dizer que uma mulher bonita morre mais de uma vez, e a primeira é quando descobre a primeira ruga. Imagino o que se passaria com Liz Taylor, agora antes da morte, quando descoberta pelos fotógrafos o que sentia. Deveria odiá-los, mesmo sabendo que os amou há 60 anos.

Portanto, no meu entender, a beleza é uma faca de dois gumes, causa tanta vaidade e orgulho, quando se vai deixa depressão e amargura.

Outro dia, conversando com uma jornalista portuguesa, minha amiga, falando justamente desse assunto, ela me dizia: Vocês homens poderiam se espelharem em Sean Connery, que velho ficou melhor que quando jovem; sacanagem, me comparar com esse cara.

A Beleza e o Tempo, a Pedra e a Rosa.

Ser feio teria que ter alguma compensação, quem não tem o que perder, jamais vai sofrer com perdas.

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