segunda-feira, 16 de maio de 2016


O Livro da Vida.
J. Norinaldo.


Eu estive lendo o livro da minha vida, não sei se alguém já teve essa oportunidade ou curiosidade, eu quiçá por ser leitor compulsivo, o encontrei na minha mente, criei coragem  e o li. Sinceramente a partir da parte em que se sai dos garranchos e começa-se a entender, mesmo com certa dificuldade, imaginei uma boa leitura, apesar da singeleza dos fatos, das pessoas envolvidas, de períodos quase catastróficos, mesmo assim o início não me decepcionou muito. De repente muitas páginas em branco, isto me assustou, o que significava aquilo? Logo surgiram novas escritas e após uma longa leitura comparei-a com as páginas em branco e vi pouca diferença, somente tristeza e decepções. Depois veio um período animado e vibrante que logo se tornou sombrio e entediante mais uma vez decepcionante. Pensei que deveria ter interrompido aquela escrita aquela altura, deve ter faltado coragem ou alguma esperança em páginas melhores. Interessante como me chamaram a atenção tantas páginas em branco e num período onde havia tanta vida, tanta vitalidade. O que me levou a escrever tal texto? Esta semana estudando Inglês, pois pretendo ir a New York, peguei uma musica de Frank Sinatra para estudar, devido a sua excelente dicção “My Way” e logo no início ouvi:
 And Now, the end is near
And so I face the Final Curtain,
 May friend I’ll Say it clear,
 i’ll stat my case, of whic I’m Certain.
I’ve livid a life that’s full
I travelled each and every highway
And more, much more than than this
I did it may wai
E agora, o fim está próximo,
Então eu encaro a cortina final
Meu amigo, eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso.

Eu vivi uma vida por inteiro
Eu viajei por cada e em todas as estradas
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito.

Talvez a letra tenha muito haver  com o cantor Frank Sinatra, não poderia haver comparação com o livro que ora leio; mas penso que agora, quiçá próximo do fim, quando as letras estão mais vivas, mais fáceis de serem lidas, já a ninguém interessa. E nesse ninguém estou incluído eu. Distraio-me tentando preencher as páginas em branco encontradas e sem condições de corrigir nada, sofro a cada bobagem cometida e que tão facilmente poderia ter sido evitada. Com certeza deferentemente da letra da música eu não fiz do meu jeito, ou até fiz, mas hoje faria quase tudo diferente. Conta-se que Frank Sinatra antes do suspiro final disse com muito espanto: Meu Deu! Como quem não acreditava no que estava para acontecer, ou seja, cerrarem-se finalmente as cortinas para sempre. Aqui, não haverá espanto, tudo naturalmente esperado e de certa forma agradecido, pois até a parte em branco foi preenchida, com sonhos ou delírios de quem terá que chegar ao final conversando comigo mesmo. Caso se realize meu sonho de ir até agosto do corrente a New York, farei o possível para ir até o local onde morava o Sinatra, até porque ele sem saber, fez parte dessas páginas em branco; enquanto o escutava e gritava para o garçom: “Traz mais uma por favor.”

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