O Livro da Vida.
J. Norinaldo.
Eu estive lendo o livro da minha vida, não sei se alguém já
teve essa oportunidade ou curiosidade, eu quiçá por ser leitor compulsivo, o
encontrei na minha mente, criei coragem e
o li. Sinceramente a partir da parte em que se sai dos garranchos e começa-se a
entender, mesmo com certa dificuldade, imaginei uma boa leitura, apesar da
singeleza dos fatos, das pessoas envolvidas, de períodos quase catastróficos,
mesmo assim o início não me decepcionou muito. De repente muitas páginas em
branco, isto me assustou, o que significava aquilo? Logo surgiram novas
escritas e após uma longa leitura comparei-a com as páginas em branco e vi
pouca diferença, somente tristeza e decepções. Depois veio um período animado e
vibrante que logo se tornou sombrio e entediante mais uma vez decepcionante.
Pensei que deveria ter interrompido aquela escrita aquela altura, deve ter
faltado coragem ou alguma esperança em páginas melhores. Interessante como me
chamaram a atenção tantas páginas em branco e num período onde havia tanta
vida, tanta vitalidade. O que me levou a escrever tal texto? Esta semana
estudando Inglês, pois pretendo ir a New York, peguei uma musica de Frank
Sinatra para estudar, devido a sua excelente dicção “My Way” e logo no início ouvi:
And Now, the end is
near
And so I face the Final Curtain,
May friend I’ll Say
it clear,
i’ll stat my case, of
whic I’m Certain.
I’ve livid a life that’s full
I travelled each and every highway
And more, much more than than this
I did it may wai
E agora, o fim está próximo,
Então eu encaro a cortina final
Meu amigo, eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso.
Eu vivi uma vida por inteiro
Eu viajei por cada e em todas as estradas
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito.
Talvez a letra tenha muito haver com o cantor Frank Sinatra, não poderia haver
comparação com o livro que ora leio; mas penso que agora, quiçá próximo do fim,
quando as letras estão mais vivas, mais fáceis de serem lidas, já a ninguém
interessa. E nesse ninguém estou incluído eu. Distraio-me tentando preencher as
páginas em branco encontradas e sem condições de corrigir nada, sofro a cada
bobagem cometida e que tão facilmente poderia ter sido evitada. Com certeza
deferentemente da letra da música eu não fiz do meu jeito, ou até fiz, mas hoje
faria quase tudo diferente. Conta-se que Frank Sinatra antes do suspiro final
disse com muito espanto: Meu Deu! Como quem não acreditava no que estava para
acontecer, ou seja, cerrarem-se finalmente as cortinas para sempre. Aqui, não
haverá espanto, tudo naturalmente esperado e de certa forma agradecido, pois
até a parte em branco foi preenchida, com sonhos ou delírios de quem terá que chegar
ao final conversando comigo mesmo. Caso se realize meu sonho de ir até agosto
do corrente a New York, farei o possível para ir até o local onde morava o
Sinatra, até porque ele sem saber, fez parte dessas páginas em branco; enquanto
o escutava e gritava para o garçom: “Traz mais uma por favor.”
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