terça-feira, 11 de janeiro de 2011


J. Norinaldo.

Em fim descortina-se a fumaça que durante muito tempo embaçou a minha mente com uma cruel dúvida: por que tudo atualmente é para a juventude? Música, moda, sexo livre, mídia e etc.? Se procurarmos com cuidado, vamos ver que não existe um programa de TV, rádio, nenhum show anunciado para quem tem mais de 40 anos, nenhuma moda é voltada para esse público. E o mais interessante: essa mesma juventude não tem ainda nenhum poder aquisitivo.
Ai. De repente cai a ficha. A juventude tem a coragem de idolatrar seus ídolos ainda vivos, viajar milhares de kilomentros, muitas vezes em situações precárias para vê-los, para gritar, rasgar roupa, mostrar a bunda, mesmo que seus idolatrados façam exatamente o mesmo, gritem feito loucos em palco fantástico, rasguem a roupa, mostrem a bunda, quebrem a guitarra que as vezes custou os olhos da cara, que daria para quem veio em situação precária chegar de carro zero. Nada disto importa, o que importa é mostrar que curte esse ou aquela banda, não interessa de que banda saia, o importante é barulho.
Enquanto aqueles outros, aqueles que até um dia foram jovens, usam da sabedoria suprema para esperar que seus ídolos morram para poder venerá-los. Estou errado? Não terá sido assim com Bach, Van Goghi e tantos outros? Conhecidos nosso? Ah! Posso citar Mário Quintana, que terminou seus dias de Príncipe dos Poetas sendo despejado de pensões de última categoria em Porto Alegre, cidade que escolheu para viver, amar e cantar. Depois de morto, ganhou um verdadeiro palácio da mesma cidade, aliás, dos seus habitantes, ou governantes. Eu fiz uma visita aquele local e quase fui expulso por aventar minha idéia.
Pena que alguns ídolos dessa juventude, como Cazuza, tenham querido dar uma de pensador e deixado frases idiotas como: “Meus ídolos morreram de over dose, e os meus inimigos estão no poder”. E ai surge mais uma balela de que nossa juventude está perdida por causa das drogas. Não vou aqui dizer que não usam, mas já vivi numa cidade que fazia fronteira seca com a Bolívia, assim como vivi em grandes cidades do país, e sei muito bem que a velhetude também não fica para trás no consumo. O que é mais lamentável nisto tudo, é ver crianças de até sete anos viciadas, isto é uma verdade, embora triste mas é.
Por que será que os ditos mais velhos não curtem seus ídolos? Será que depois de uma certa idade não se precisa mais disto? Faz vergonha elogiar o trabalho de quem realmente tem talento? Um cantor, um poeta, compositor, um Rossini Rodrigues? Será isto?
Por falar nisto, não sei se pela idade, pois meu micro é ante diluviano para os padrões de hoje, me deu um cansaço neste texto, todas as vezes que tentei escrever o nome de Bach completo, ele simplesmente travava e mandava o texto para o espaço. Como era de madrugada e encontrar-me sozinho, confesso que não fiquei muito tranqüilo. Não sei se por não gostar da sua música, eu adoro, ou pela sacanagem que fizeram com esse gênio, que era funcionário da prefeitura de uma pequena cidade alemã, cuidando de crianças órfãs e sarnentas, e somente 79 anos após a sua morte, Medelson descobriu algumas das suas obras, por que a maioria serviu para embrulhar carne e peixe nos açougues.
Acredito que está na hora da juventude ter uma conversa com quem já foi jovem e esqueceu, assim como está na hora de dar um jeitinho nesse meu micro, senão quando tiver que escrever John Seb..... Credo, já ia me esquecendo, bem no final do texto. Talvez seja revolta pela minha cascuda igonorancia de não saber falar alemão. Afinal eu sou apenas um rapaz de 62 anos, latindo americano, tentando aprender ingrês. Fui

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