sexta-feira, 28 de dezembro de 2012





O Tempo e a Beleza.
J. Norinaldo.


Alguém postou no Facebook e eu compartilhei e guardei, uma foto do Kirk Douglas brincando com os cabelos negros da Brigite Bardot, com uma mecha fingindo ser seu bigode. Imaginem Brigite Bardot com cabelos negros, a foto mostra uma moça que aparenta 17 ou 18 anos no máximo, e o Kirk, desculpem a intimidade, mas se não conheci naquela época não foi muito tempo depois, pois é, o Kirk com 35 talvez, ou menos. Ai, me veio a memória um filme que assiti faz pouco tempo: “Acontece nas Melhores Famílias” Com Kirk Douglas, e Mike Dougrlas seu filho, também grande ator. Pois bem, no filme, o Kirk que faz o papel de pai do seu filho, é um velhinho muito velho, que em determinada cena vai aplicar insulina na coxa, e realmente dá pena ver o físico do antigo Espártaco capaz de lutar e vencer leões na arena, hoje não teria certeza de vencer um hamster.  Esta mesma pessoa que postou tal foto, também postou uma da Brigite atual, com uma enorme deformação no pescoço, e como não poderia deixar de ser, bem diferente da fotografia supracitada; fiquei a meditar: será que isto não serve de exemplo para ninguém? Que a efemeridade da juventude e da beleza são realidades imutáveis e intransferíveis?
Há algum tempo estive na casa de uns amigos, e fuçando no quintal a procura de algo para segurar uma mesa que improvisei na piscina, encontrei atrás de um monte de trastes, um pôster quase tamanho natural encartado em madeira, já quase totalmente deteriorado pelo tempo e o local onde estava armazenado, mas dava para notar que era de uma bela mulher, envergando um ousado biquíni para a época acredito eu, uma bela e invejável plástica, o rosto quase intacto, mostrava a beleza e a sensualidade de grandes olhos e lábios carnudos e belos, além de um belo sorriso. Enquanto admirava aquela beleza jogada ao mofo, não notei que alguém chegava por trás de mim, senti somente que  me tomavam aquilo das mãos com certa violência, e tentava quebra-lo ao meio usando o joelho; era uma senhora gorda, com cabelos pintados já há algum tempo, o que deixava ver bem que foram pintados, no rosto muitas rugas além da amargura do momento. Não tive tempo para me desculpar, aliás não saberia por que me desculpar, ela pegou aquilo e encontrou o fogo onde se fazia um churrasco e ali depositou o que em outra época representou orgulho com certeza. Preciso dizer que era a diva do quadro? Não me deu nenhuma explicação, também não as devia, e durante todo o encontro, evitou falar comigo; tempos depois, se desculpou dizendo odiar aquela foto. Eu não a conheci na época, mas dizem que realmente era demais; o que o tempo fez com ela foi muito mais que demais, pode acreditar.
Não sei se soube realmente expressar o que na verdade queria dizer, e também não sei se estou certo ou estou errado mostrando ou tentando mostrar a vida por este lado. Bem, se alguém leu isto e aprendeu alguma coisa, sinto-me recompensado. Uma só que seja.

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