Quer ser o que quando crescer?
J. Norinaldo.
Fui ao banco receber um alvará
emitido pela Justiça, lá chegando não demorou muito e um jovem me chamou e
pediu que sentasse a sua frente; Em que posso ajuda-lo perguntou como deve
repetir centenas de vezes durante o dia. Bem, lhe entreguei o alvará ele então
perguntou se eu era eu mesmo, no que confirmei sem nenhuma dúvida, mesmo assim
me exigiu o documento de identidade, como minha carteira civil está com uma
letra errada no nome, preferi lhe entrega a de Fuzileiro Naval. Notei que o
jovem a segurou e ficou durante certo tempo olhando-a, pensei achou pequena,
mas não, logo a seguir perguntou-me o senhor é da marinha? Sim respondi, agora
estou na reserva, mas durante 31 anos estive engajado neste mister. Notei uma
súbita mudança nos olhos e no interesse do jovem pela minha pessoa, esqueceu de
vez o que mais me interessava e entabulamos uma conversa naval. Então o senhor
já esteve no mar? Claro, respondi novamente, seria muito difícil ou quase impossível
passar 31 anos servido a marinha do Brasil ou de qualquer país sem conhecer um
ou mais oceanos. Já viajou de submarino? Já, uma pequena viagem mas fiz. Lá
embaixo não se vê nada não é mesmo? Só com aquele negócio que sai fora d’agua
que se vê alguma coisa não é? Claro que não, o Periscópio é para ver fora da água,
lá embaixo você vê sim, tem recursos para isto.
O que me chamou a atenção mesmo,
foi que o jovem esqueceu que trabalhava num banco, e apesar de atrás de mim
existires várias cadeiras para que os clientes aguardassem com certo conforto,
queriam ser atendidos, e fiquei a pensar: muitas vezes senti inveja, inveja boa
é claro de jovens que trabalhavam em bancos, agora vejo que o meu trabalho foi
e será muito mais empolgante; a rotina acaba com qualquer coisa, inclusive com
os sonhos. Imagine 31 anos trabalhando no mesmo local, as mesmas paredes, os
mesmo balcões, as mesmas pessoas, os mesmo gestos... Pode ver meu saldo por
favor, pode tirar meu extrato? Assine
aqui por favor. Sem mudanças, credo! Não sei se aguentaria. E eu que pensava
que meu trabalho sempre fora o pior...
Uma vez fizemos uma missão e
junto conosco foram 3 jornalistas, entre estes uma moça muito bonita, quando
retornamos, no Cais da Praça Mauá no Rio de Janeiro ela me disse: Nossa! É muito
legal ser fuzileiro Naval. Pois eu pensava justamente o contrário: nossa! Deve ser
muito legal ser jornalista.
Bom mesmo seria experimentar tudo
que quisesse até encontrar o que realmente nos agradasse ser, não é mesmo? E uma
coisa eu te garanto, Submarinista voluntário eu não seria nunca, e bancário,
agora já não sei.
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