quarta-feira, 26 de dezembro de 2012




Quer ser o que quando crescer?
J. Norinaldo.


Fui ao banco receber um alvará emitido pela Justiça, lá chegando não demorou muito e um jovem me chamou e pediu que sentasse a sua frente; Em que posso ajuda-lo perguntou como deve repetir centenas de vezes durante o dia. Bem, lhe entreguei o alvará ele então perguntou se eu era eu mesmo, no que confirmei sem nenhuma dúvida, mesmo assim me exigiu o documento de identidade, como minha carteira civil está com uma letra errada no nome, preferi lhe entrega a de Fuzileiro Naval. Notei que o jovem a segurou e ficou durante certo tempo olhando-a, pensei achou pequena, mas não, logo a seguir perguntou-me o senhor é da marinha? Sim respondi, agora estou na reserva, mas durante 31 anos estive engajado neste mister. Notei uma súbita mudança nos olhos e no interesse do jovem pela minha pessoa, esqueceu de vez o que mais me interessava e entabulamos uma conversa naval. Então o senhor já esteve no mar? Claro, respondi novamente, seria muito difícil ou quase impossível passar 31 anos servido a marinha do Brasil ou de qualquer país sem conhecer um ou mais oceanos. Já viajou de submarino? Já, uma pequena viagem mas fiz. Lá embaixo não se vê nada não é mesmo? Só com aquele negócio que sai fora d’agua que se vê alguma coisa não é? Claro que não, o Periscópio é para ver fora da água, lá embaixo você vê sim, tem recursos para isto.
O que me chamou a atenção mesmo, foi que o jovem esqueceu que trabalhava num banco, e apesar de atrás de mim existires várias cadeiras para que os clientes aguardassem com certo conforto, queriam ser atendidos, e fiquei a pensar: muitas vezes senti inveja, inveja boa é claro de jovens que trabalhavam em bancos, agora vejo que o meu trabalho foi e será muito mais empolgante; a rotina acaba com qualquer coisa, inclusive com os sonhos. Imagine 31 anos trabalhando no mesmo local, as mesmas paredes, os mesmo balcões, as mesmas pessoas, os mesmo gestos... Pode ver meu saldo por favor, pode tirar meu extrato?  Assine aqui por favor. Sem mudanças, credo! Não sei se aguentaria. E eu que pensava que meu trabalho sempre fora o pior...
Uma vez fizemos uma missão e junto conosco foram 3 jornalistas, entre estes uma moça muito bonita, quando retornamos, no Cais da Praça Mauá no Rio de Janeiro ela me disse: Nossa! É muito legal ser fuzileiro Naval. Pois eu pensava justamente o contrário: nossa! Deve ser muito legal ser jornalista.
Bom mesmo seria experimentar tudo que quisesse até encontrar o que realmente nos agradasse ser, não é mesmo? E uma coisa eu te garanto, Submarinista voluntário eu não seria nunca, e bancário, agora já não sei.

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