quarta-feira, 5 de outubro de 2011


O Disquete.

J. Norinaldo.

Quando eu era menino, isto já faz algum tempo, certa vez lá na minha vila, no agreste pernambucano, ouvindo a conversa dos mais velhos numa barbearia, por ai vocês já notam o tempo que faz, barbearia; pois bem, ouvi um senhor contando que durante a segunda guerra, um oficial americano ficou observando um homem que caminhava de um lado para o outro numa praça, fumando um charuto, como o dito cujo nunca tirava o charuto da boca, o oficial saiu correndo e deu-lhe um tremendo tapa jogando o charuto longe, aquilo era uma bomba, assim que o charuto queimasse todo, ela explodiria. Hoje eu sei que ele falava de um computador, lá na minha vila, no agreste nordestino.

Em 1988, 40 anos depois, eu comprava meu primeiro computador, um Pentiun 100 com 8 de memória e um HD de 1.6 e entrava pela primeira vez na Rede Mundial de Computadores, a Internet.

Por não ser comum onde morava, logo arranjei uma gata de 21 anos que passou a ser assídua freqüentadora da minha casa, e tinha algo importante: um disquete. Que tempos depois veio a me causar séria dor de cabeça. Eu conto:

A moça, bonita por sinal, onde ia levava seu disquete, eu não tinha disquete, ela estava sempre trazendo alguma novidade no seu disquete. A minha primeira conta telefônica quase me levou a falência. Certo dia sai de casa bem arrumado para uma reunião com escritores, voltei por volta das 04h00min da manhã, contando uma história que depois da reunião tínhamos nos reunido num barzinho e cerveja vai conversa vem, não notara que o tempo passara, não se a mulher acreditou muito, mas o certo é no outro dia bem cedo, encontrou o disque da Na... Quase digo o nome, pois é, o disquete havia caído no assoalho do meu carro. Fiquei dias e semanas dando explicações, a moça não foi mais navegar, e eu fiquei a ver navios mesmo sem navegação.

Hoje, tenho um micro com 6 Giga de memória, HD com Terabaites, acho que é assim que se diz, já não tem mais nem lugar para disquete, e eu deveria estar muito feliz, não é? Não estou.

Em primeiro lugar, hoje não consigo trazer nenhuma gatinha para navegar comigo na Net, nem uma onça, por que hoje todo mundo tem Internet, é no Not, no celular, no Ipod, Iphone qualquer dia tem Internet até no Ipim, lá na minha vila já sabem que é na macaxeira.

Com tanto avanço na tecnologia, é possível dizer que em nosso país ainda existem pessoas que nunca tiveram um rádio? É sim, eu conheço várias. Como há um ditado que diz que a felicidade está onde queremos que esteja, poderia algumas dessas pessoas serem mais felizes do que nós os Cibernéticos?

Uma pergunta: Se a civilização Maia não tivesse sido extinta, será que o Japão hoje seria o maior fabricante de computadores?


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