sábado, 26 de janeiro de 2013




Peneirar a Ira Vale a Pena.
J. Norinaldo.


Hoje sai de casa disposto a tirar satisfações com alguém por algo que estava atravessado na garganta há alguns dias, pronto para o que desse e viesse, não, não passaria de hoje, passou. Antes de chegar ao meu proposto destino, encontrei um amigo que não via há tempos, após os cumprimentos de praxe entabulamos conversação falando de vário assuntos; de repente meu amigo me pergunta: Me pareces tenso, ou é só impressão minha? Ai, eu narrei a ele o meu objetivo. Após um curto silencio, ele fez um trejeito com os lábios deu um estranho sorriso e novamente me arguiu  Posso te fazer duas perguntas? Claro respondi, bem, disse ele, este cara a quem vais tomar satisfação, pelo que sei enfrenta no momento problemas de tamanha complexidade, que duvido muito que vá dar alguma importância a tua queixa, ou por outro lado vai acrescentar a ela todos os seus problemas e dar-lhe uma desmedida importância que poderá levá-los aos extremos aonde normalmente não iriam; e contou-me apenas dois desses problemas por ele conhecidos. Insisti, como é que alguém que está tão enrolado, ainda pode criar este tipo de problema para os outros? Não sei, respondeu meu interlocutor, posso dar um palpite, muitas vezes isto acontece não por maldade, mas algo inerente do ser humano, se ele está cheio de problemas, por que você vive lhe contando só coisas boas, o que também pode não ser nada disto; agora acredito que pelo menos agora não é o momento de tentar resolver isto que me contastes, eu não o faria.
O que fizestes durante esse tempo em que não nos vimos, estudando psicologia ou antropologia? Brinquei. Não! Tomando muita porrada da vida e aprendendo alguma coisa, aliás, já era tempo. Fomos a um barzinho ali perto onde tomamos um refrigerante, conversamos mais um pouco e voltei para casa satisfeito. Nossa! Aquele a quem um dia chamei de amigo precisava mesmo era de ajuda e não de mais aporrinhação. Pensei naquele ditado tão conhecido “ Deus escrever certo por linhas tortas” Quem me garante que não foi Ele que escreveu esse encontro? E também este nosso agora, sim eu e você que está lendo este texto e pretende tirar satisfação com alguém, e se por acaso declinar de tal ato, não vá alterar nada na sua vida; não precisa voltar a ser amigo daquele que você acredita que te traiu a confiança, mas se não pode ajudá-lo com seus problemas, ganharia o que acrescentando mais um?  Ganharia o que?

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