sábado, 9 de fevereiro de 2013



Valores e Valores.
J. Norinaldo


Existem alguns ditados populares que são verdadeiras profecias, por exemplo: ”Para valorizar o que temos primeiros tens que o perder”. Nossa! Isto cai como uma luva, agora, existem outros maneiras de valorizarmos  aquilo que temos é claro, uma delas é a vida; se temos uma vida estável, sem muitas preocupações, e nos fechamos num pequeno ciclo não damos muito valor a isto; uma das melhores maneiras que temos é viajarmos, conhecermos outras culturas, outras vidas em fim. Há pouco fiz uma viagem, não muito longa, e numa outra cidade, procurei ver o máximo que poderia armazenar na memória para analisar depois com calma friamente. Fui a Rodoviária e sentei-me num banco como se esperasse o horário para saída do meu ônibus, de repente senta-se ao meu lado, senta-se não, literalmente se atira, pois se o banco não fosse bastante resistente não teria suportado a carga; pois bem, um senhor de idade elevada, se atirou no banco o que me chamou a atenção, olhei para ele, e parecia conversar sozinho, pois falava olhando para a frente, como se eu ali não estivesse. Entendi que dizia: Não é longe, mas também não é perto, mas se ficam parados nos cobram os olhos da cara. Pensei comigo que devia falar de um taxi, depois sim, virou-se para mim e disse baixinho: os dois joelhos calcificados, para atravessar um rua é perigoso. O que concordei e foi só. Depois se aproximou um homem, que dava a impressão de ser um robô que por falta de verba teria sido feito sem nenhum aperfeiçoamento, ou terminado quando ainda faltava muito, pois andava, se é que aquilo era andar, se atirando para a frente, enquanto seu tórax se movia para um lado e os quadris para o outro e a cabeça  fazia um movimento para os dois lados, dava a impressão que cairia logo, mas não caia.
Depois veio uma senhora, também com bastante idade, que tinha num dos braços um animal tatuado, é claro que aquele leão, pois era o que parecia ser, já tivera uma postura bem mais elegante, mas ali estava, como se também tivesse bastante idade. De repente surge uma moça linda, saia curtíssima e uma blusa mais curta ainda, não sei se economia de tecido, ou era justamente para deixar a mostra bastante tecido; olhei para ela não sei explicar a maneira, mas a maneira como me olhou explico sem problemas, com verdadeiro nojo, como quem diz: Se manca coroa, vai procurar tua turma.
Voltei para casa, muito cansado, almocei tarde e dormi, acordei lá pelas 08h00 e não jantei, fiz um lanche e dormi novamente. Lá pelas 03h40 acordei com muita fome, tremendo realmente, sinto-me muito mal nessas situações, enquanto esquentava um leite para tomar com café, derramei sucrilhos num prato com leite frio e comecei a comer e a pensar. A fome é algo terrível, mais terrível ainda quando você não tem como saciá-la, pensei em tantas pessoas que vi na minha curta viagem, todos teriam a mesma sorte? Ah! Ai me veio a mente a tal moça bonita e pensei: se agora, em vez de sucrilhos e café com leite, pão, queijo e presunto, alguém me apresentasse aquela linda mulher com menos tecido ainda sobre o corpo qual seria a minha reação? Ou então, ela numa situação idêntica, tremendo de fome, nada tendo para amenizar tal situação, e eu tendo o que tenho agora e perguntar-lhe: “Quer que procure alguém jovem e bonito para alcançar este alimento para você?” Você tem alguma Idea da sua reação? Já pensou nessas coisas? Já olhou para alguém com nojo ou aversão apenas pela sua aparência? Pense, e converse com você mesmo (a) A mim faz um bem...

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