quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



Honra e Preconceito.
J. Norinaldo.


·         Assisti há muito tempo a um filme americano, a história de um marinheiro negro que queria ser mestre de mergulho da marinha America, o encarregado da escola era Robert de Niro, fumava um cachimbo o tempo todo. Muito bem, esse marinho se inscreveu e viajou para a Base Naval onde se realizava o tal curso, logo de chegada, foi mandando descer do Jipe em que vinha e ficou em pé no sol quente por muitas horas, esperando não se sabe o que; depois que se juntou a turma de brancos, passou pelos mais terríveis sofrimentos por ser negro; o Almirante dizia abertamente que jamais um negro seria mestre de mergulho naquela base enquanto ele a comandasse e pudesse impedir. Há uma cena em todos os candidatos, mergulham e lhes é jogada uma bolsa cheia de ferramentas para que montem algo embaixo d’água, para o negro as ferramentas são jogadas sem bolsa e enquanto os brancos cumprem a tarefa em no máximo 40 minutos, ele leva mais de duas horas e meia na tal missão. No final o marinheiro cujo papel é desempenhado pelo ator Cuba Gooding Jr torna-se Mestre de Mergulho por decisão da Justiça Americana, depois de perder uma perna num acidente onde foi um verdadeiro herói, teve que mostrar que mesmo com uma perna mecânica, seria capaz de se movimentar com um escafandro antigo e muito pesado.
Fico pensando no sofrimento daquele almirante preconceituoso que teve que engolir a coragem e a decisão daquele ser humano, do qual ele tentou tirar o direito de ser aquilo que queria ser apenas pela cor da sua pele; sem em momento algum procurar saber do seu valor, do seu caráter, pois Robert de Niro lhe comunicou várias vezes que aquele aluno era forte nesses itens tão valiosos na vida de um ser humano.
Aquilo foi um filme, atores agem exatamente como está escrito, cumprem com talento seus  papéis, acontece que isto não é hipotético naquele pais, o preconceito existe e é fortíssimo, diferente daqui, onde existe mas, camuflado, imagine-se o sofrimento de um americano branco e preconceituoso como este do filme ao ver Barack Obama, negro, Presidente do Estados Unidos da America.
Por aqui não é diferente, e já deveria ser esperada a reação preconceituosa de ter um trabalhador como Presidente do Brasil, claro que não dá para comparar, Lula foi somente o mais poderoso da America Latina, o outro é o mais poderoso do mundo.

Não sei dizer o que sofre o preconceituoso num caso assim, pois não sou, mas também não queria ser por que deve ser terrível já que todo preconceituoso é também um invejoso em potencial, e como o invejoso sofre mais com o sucesso dos outros que com seu próprio fracasso, deve ser muito triste.

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