segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Duas Mochilas.
J. Norinaldo.
Há Muitos anos eu tive essa mesma chance e perdi, e como diz o ditado coisas nunca volta “ A Senta atirada e Palavra dita. Mas tem outra coisa as chances não aturam desaforo. Eu não gostava de estudar, não tinha nenhum incentivo em casa, e mesmo naquela época remota, sabia que ao chegar ao fim do curso primário teria chegado ao final dos meus estudos, vivia em uma vila e mesmo numa tenra idade não via nenhuma perspectiva; aqueles que tinham dinheiro iriam para a cidade continuar os estudos, maioria ara o roçado plantar milho e feijão para comoer. Hoje gosto de estudar, engraçado, sábado conversando com um amigo ele me convidou para fazer ciências Políticas, Em Mato Grosso do Sul, numa época em que havia mais vaga que candidatos recebi  e recusei veja só hoje eu tenho 67 anos de existência e agora gosto e tenho incentivo e direito e lugar para estudar. Eu também na época de entrar para uma faculdade carregava minha mochila, ali dentro, comida, fardas e apostilas que ensinavam a matar, graças a Deus nunca precisei matar ninguém, a não ser os meus sonhos e ideais, entreguei-me ao vício do álcool, muitos por muito censurado e com razão, fui covarde em não perseguir ou seguir o caminho que o destino timidamente me apontava. Vi uma música com a Marina Bethania algo como “o caminho é feito entre a seta e o alvo” eu aprendi diferente que o caminho se faz” entre o olho e o alvo”. Bem, mesmo tendo na mochila objetos diferentes, não me queixo da minha atual situação financeira, sei e vejo todos os dias pessoas saindo de casa para o trabalho aqui no sul com frios abaixo de zero ganhando um terço do que ganho, embaixo de dois cobertores de 16 k cada um, para levantar a noite para ir o banheiro é uma verdadeira faina. Isto  porque detesto aquecedores elétricos.
Tenho certeza que serei muito censurado, e com razão, afinal a vida era minha, o destino era meu, porém se eu pensasse em 1965 do mesmo modo que penso hoje com certeza não teria tido uma vida, e tenho conversado com muitos colegas daquela época e perguntado pelos filhos; bem, um dos meus meninos entrou para o Exército e é coronel, outro dia via aqui a postagem de um coronel amigo meu que dizia o seguinte: Jurei morrer pela Pátria, mas não de fome”, claro que há certo exagero, mas na verdade não é o que ele sonhou. Não tive filhos, mas se tivesse, juro que teria feito qualquer coisa para ele não ser o que sou, não passar pelo que passei, como a maioria, corente, inteligente e humano tem feito. Tudo para que seus filhos estudem, e aprendam, para serem alguém na vida. Sabe aquela fabula da raposa e a uvas? Pois é, hoje muita gente pode até dizer eu fui não, eu sou feliz; claro não tem retorno, é igual a palavra dita e a seta atirada.  Não pensem apenas na critica e sim na realidade.

Tenho aqui no sul um amigo que praticamente com minhas histórias, a maioria mentirosas ou no mínimo fantasiosa o coloquei o CFN, não vou citar seu nome; um dia encontrei com ele que faz muito tempo é médico e brincando como quem diz a verdade me disse; Cara cheguei a te odiar muito. Eu entendi.

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