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É claro quer seria muita ingenuidade esperar que
as classes dominantes criassem mecanismos capazes das classes dominadas
conseguissem uma educação que pudesse ver as desigualdades sociais de for
crítica; sendo ingenuidade é quase impossível que algum dia isto venha a
ocorrer, a não ser que esse própria classe oprimida faça por si o que espera
que faça a classe dominadora. Existem meios, existem, é necessário uma
revolução armada onde uma das classes
fosse totalmente massacrada por falta justamente de igualdade e o que restasse
voltasse a estaca zero, e pior, como perdedores? Quem leu ou assistiu Germinal
de Emile Zola, viu bem isto que aqui estou dizendo, depois da revolução, da
quase total destruição da mina que fora o pivô de tudo, depois de morrerem soterrados
dezenas ou centenas de mineiros, até os que já estavam aposentados voltaram ao
trabalho numa manha fria e chuvosa. É claro que como disse sabiamente Simone
Debauvoir, o opressor não teria tanto poder sem a ajuda do oprimido, um ditador
não destrói uma nação sozinho, sozinho ele não é nada ou apenas um, e os seus
comandados não são da mesma estirpe, são os oprimidos que por falta justamente
do conhecimento crítico supracitado, o seguem massacrando sua própria classe a
espera de alguma recompensa. Sancho Pança não seguia o Cavaleiro da Triste
figura apenas por aventura, acredita que um dia seu senhor conquistaria alguma
ilha e o deixaria como governador, como senhor; foi senhor de que o nosso
sub-herói? Enquanto mandarmos nossos filhos para a escola estudar a fórmula de
Bháskara e história de guerras inventadas e encomendadas continuar aceitando o
que nos é imposto como agora o cerceamento da palavra e a conversa com os
dedos; pagarmos para nossos filhos tudo que quiserem e pudermos em troca da
amizade e do afeto, do comparecimento, do sair junto, de mostra que somos seus
verdadeiros heróis, enquanto pagarmos sua educação sem sequer nos preocuparmos
se ela existe, enquanto permitiremos que nosso filhos oprimidos resolvam se humilharem em rolezinhos pelo menos para
ver o que os usam os filhos dos opressores, ou tentar usa-los mesmo a força e
contra a lei, feita por eles e jamais o contrário; nada muda, ou se mudar pode
ter certeza que será para pior. Ontem vi aqui uma psicanalista política dizer
que agora o que determina essa eleição é
o tempo de TV, onde as pessoas vão poder fazer seu juízo a respeito de cada
candidato e fazer sua escolha; eu não fiz nenhum curso de comunicação, apesar
de já ter assinado uma coluna num jornal semanal da cidade,; mas posso garantir
de maneira peremptória que nenhum programa
de TV vai me fazer mudar o meu modo de pensar, a não ser que esteja
totalmente alienado a respeito do assunto citado. É triste e avassalador, em
pleno século 21, num país com 500 anos, jovem está certo, mas se falar numa
elite instruída de dez ou 20 por cento. Em analfabetos funcionais chegando as
Universidades e que aprovados no ENEM poderão ir estudar em Coimbra Portugal
fundada em 1290. Com certeza serviremos de galhofa para quem conta piadas de portugueses.
É triste ver e não somente tomar conhecimento através de livros e TV, que um
país com 500 anos, como uma população de 200.000.00 de habitantes, mais de dois
terços não passa de massa de manobra e que a verdadeira riqueza está dividida
no máximo entre 20 famílias.
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