Valeu a Pena pelo menos sonhar.
J. Norinaldo
Os sonhos devem nos servir de
alerta e de ensinamento principalmente aqueles que conseguimos entender ou
decifrar. Hoje tive mais um dos que com certeza foram uma aula para a vida que
bem que gostaria de telo sonhado 50 anos atrás. Outro dia vendo fortunas
monumentais, entre elas vi a do magnata da máquina de costura claro que no auge
do sucesso, Senhor “Singer”, quem mandou construir um castelo em uma ilha se
não me falha a memória no estado de New York US. E assim que ficou pronto seu
monumental investimento para seu orgulho e conforto ele faleceu. E me
perguntei: valeu a pena? Não sei! Hoje tive mais um dos meus sonhos lindos,
conhecera uma família e nela dois amigos, um casal na verdade, dois belos
jovens que me convidaram a conhecer as propriedades da família, e nunca tinha visto nada tão belo, tudo era
belo, verde e viçoso, lembro de uma plantação de melancia que só deve existir
nesse neste meu sonho, as frutas davam em cachos como uvas, eram enormes e de
um colorido especial, tínhamos que pisar por
cima delas por falta de espaço. A plantação se perdia de vista.
Lembro-me de visto muito longe árvores muito altas e frondosas diferentes de
tudo que já vira até então, tentava me aproximar para fotografar pensando numa
capa de um livro futuro, mas não conseguia, pois entre a distancia entre elas
ia encontrando sempre algo mais belo. Elogiava tanta beleza nunca vista antes,
tanta grandeza e tanta fartura, sem no entanto sentir inveja ou qualquer outro
sentimento que não fosse deslumbramento, quando apareceu um senhor já de certa
idade que era o pai dos meus amigos, me convidando para conhecer alguma
construções da sua propriedade, e mais um vez o deslumbramento tomava conta do
meu já deslumbrante sonho. De repente, ele começou a me contar com certa
melancolia o seguinte: Isto aqui já foi muito maior e mais belo, pensei comigo;
impossível, maior poderia até ter sido. Mas, prosseguiu ele, em um fatídico
ano, a colheita de tudo foi a mais farta, meu pai vendeu tudo e recebeu um
pomposo cheque, na viagem de volta quando iria depositá-lo no maior banco do
nosso país, seu carro tombou e se incendiou, e o cheque foi junto, mas o recibo
assinado ficou com quem o pagou; tentaram ainda reaver o dinheiro, mas nada conseguiram
então grande parte da propriedade teve que ser vendida para pagar o
financiamento do banco. Fiquei admirado com a tristeza daquele home que tinha
tanto como eu nunca vira ou sonhara que existisse. Porém ele lamentava mais por
que tudo vinha pertencendo a sua família a séculos. Acordei, olhei a minha volta,
vi um santo de argila e uma cruz de madeira com um Homem nela crucificado acima
da minha cama, um pequeno rádio, um condicionador de ar comum e mais um
ventilador, um guarda roupas comum e que guarda roupas comuns e minha mulher me
acordando para tomar remédios e o café da manhã. Passei por uma mesa muito
bonita que comprei e só uso em ocasiões especiais, isto é quando recebo
visitas, sobre ela vi um envelope com exames feitos recentemente onde tudo está
sob controle, nem sei se é assim, pois estou com o Colesterol, com valor de
110,8 Triglicerídeos com 103, 9 e o restante dentro dos valores normais. Tomei
meus remédio, fiz meu desjejum com um pão dormido e uma pequena fatia de queijo
e uma xícara de café com leite e ao invés de voltar para a cama aproveitado o
fresquinho depois de um calor terrível resolvi escrever o meu sonho, talvez
para que eu mesmo lia. E me perguntei o que é valer a pena. Chegando a
brilhante conclusão em minha opinião que o orgulho é o colesterol da alma e a
soberba o Triglicerídeo da vida; quiçá o que significa valer a pena, ou seja,
tendo por final a vida, vale a pena viver? Construir um castelo com torres com
100 metros de altura, para quando pronto e morar para sempre num cubículo quiçá
com dois ou três metros de comprimento, com no máximo cinco de altura?
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