sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015




Arnaldo Jabor: Quero voltar a confiar! Fui criado com...
Quero voltar a confiar!
Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
 
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
 
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
 
E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?... Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!
 A minha Resposta
Eu acredito que perdemos boa parte de tudo isto quando passamos a descobrir que os verdadeiros formadores de opinião que tinham somente para eles o direito de informar; perderam a total credibilidade quando a máscara da hipocrisia foi retirada, e vimos por trás das telas que um dia foi nosso encanto, e fez com que esquecêssemos de estar junto a família a mesa no almoço ou no jantar, após uma oração de agradecimento, por trás dessa mesma tela descobrimos canalhas que se aproveitando da boa erudição e até da boa aparecia,;mentiram por muito tempo e se aproveitando desse total encanto com o novo, o belo destruíam justamente isto que agora é reivindicado, a família, o convívio antigo, a amizade e o respeito. Os professores maltratados nas salas, quem os maltrata não são alienígenas, são parte dessa família destruída em nome do poder e da ganância. Do consumismo e da intolerância. Eu também muitas vezes me flagro chorando de uma tristeza imensa de um passado, de uma braçada de gibis, de um menino com a cara cheia de espinhas e dinheiro apenas para Matinê, quando pagava meia entrada e geralmente recebia um ou dois chicletes Adams de troco. Outro dia vi aqui mesmo um cartaz dos velhos cinemas anunciando La Violeteira, que saudade!  Quando antes do filme víamos algo da Atlântida a todo volume e depois um documentário sobre esporte de Arnaldo Jabor. Perdemos outro pedaço deste passado ao perdermos a maioria dos nossos super heróis verdadeiros, nossos pais , quando começarmos a ganhar desses, super heróis de mentira. E estamos perdendo o resto ao vermos Deus no mercado, na bolsa de Valores de presente e de futuro e vamos perder o todo quando descobrirmos que a verdade na verdade nunca existiu, e se existiu, ninguém sabe ninguém viu e se ainda existir chance ninguém faz questão de ver. Principalmente se esta não tiver pelo menos uma pequena tela, com letras e números, onde esporadicamente possamos falar ou teclar com nossos filhos ou pais. Ou uma máquina mortífera de 4 rodas e computador de bordo, quanto mais veloz melhor; com tudo isto quem vai pensar em respeito, em família em lar, em professores ou caráter? Só louco por isto mesmo sou fã de uma boa loucura de uma boa leitura relíquias que ainda existem e resistem justamente pelo quase total esquecimento. Vamos tentar tudo isto no outro texto citado, tirando dos nossos filhos e de nós mesmo uma zona de conforto que não conquistamos, foi nos dada com intenções  presumíveis, vamos voltar ao tempo em que tirávamos um fone que pesava quase meio kg da parede, discávamos um número que era atendido por uma telefonista numa central telefônica que mais parecia uma aranha, dávamos o numero desejado e esperávamos para falar com quem queríamos. Vamos tentar, outro dia falei para um menino que hoje as crianças não sobem mais em árvores, e este não saiu correndo apavorado, mas seu olhar denotava seu espanto quando perguntou: Vocês subiam em árvores??? Aqui mesmo vi um vídeo do Filosofo Mario Sergio Cortela de sou fã e tive o prazer de interagir com ele no Programa  “Observatório da Imprensa” onde ele dia que uma criança hoje chega ao Jardim de infância com uma carga de 5000 horas de TV, Internet e Celular; e ai a professora diz: “ A Pata Nana” só falta a criança olha para ela e perguntar: você está bem? Chama seu chefe por favor. Quando será que irão ter pessoas como nós sentindo saúdes de tudo isto?

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