segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012




Achar é a Mãe de todos os Erros.
J. Norinaldo.


Com certeza já contei esta história noutro Jornal para qual escrevi, mas realmente não me importo de me tornar repetitivo, pois acho que sempre vale a pena.
Certa vez, morava no Pantanal MS. E sai para pescar com um amigo e um amigo dele, este me parecia uma pessoa bem rude, usava uma botina com ponteiras de ferro, uma roupa muito simples e um velho e esquisito chapéu, estavamos numa velha camionete do meu amigo que antes de chegarmos ao local da pescaria apresentou um defeito, tivemos que ligar para chamar um mecânico na cidade, e enquanto isto ficamos numa bela sombra a conversar. Conversa vai, conversa vem, em dado momento, eu contava a proeza de um amigo meu que dormira ao volante na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro e viveu para contar a façanha, isto em horário de pico. Mas, ai me virei para o dito amigo do meu amigo e disse: você não conhece a Avenida Brasil no Rio de Janeiro, portanto não vai fazer ideia do que estou falando.  Ai veio a bomba. O homem que chamarei de Ramão, deu um leve sorriso e disse: Eu não conheço a Avenida Brasil no Rio de Janeiro? Meu amigo, cansei de sair daqui da nossa cidade as 19:00hs, para estar em casas de massagens em Ipanema as 22:00hs, num jatinho fretado, assim como já sai daqui numa segunda feira pela manhã, e na terça a noite está jantando em Palermo. Eu dei de presente uma boutique para uma amante quase na entrada da Broadway em NY e disse o número da rua que agora não lembro. Existe um restaurante numa das patas da Torre Eiffel, onde quando eu chegava tinha meu lugar reservado, era conhecido pelos garçons da casa, sabe por que meu amigo? As gorjetas que dava.
Pasmo diante do meu interlocutor, realmente não conseguia interromper sua narrativa rica em detalhes, o que demonstrava que realmente dominava o assunto. Fez uma parada e olhando para mim disse: antes que pergunte o que faço agora, vou lhe dizer: compro e vendo porcos, não tenho uma casa para morar e o carro que tenho não daria para virmos pescar em segurança. O que eu fazia antes? Simplesmente, era traficante de drogas e não sou mais.
Ai ouvir tudo aquilo, e depois através de informações comprovar tudo, sinto-me muito feliz em depois de viver nesse lugar por 14 anos, ter saído de lá em 2000 dirigindo uma chevy 89 e com o dinheiro que um seguro de vida que paguei por muitos anos ter me devolvido. Por que a propaganda foi demais, jatinho, belas mulheres, Palermo, Nova York, Paris, Rio de Janeiro, Amsterdam e muito mais.
Uma coisa aprendi, ou penso que aprendi: nunca mais digo que ninguém conhece ou não conhece qualquer lugar do mundo. Vez por outra, meu amigo que era amigo do Ramão, olhava para mim e num trejeito muito engraçado dizia: “Não conhece a Avenida Brasil”. Eu sorria, fingindo não me chatear, mas me chateava e muito.

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