Meu Brasil
Brasileiro, meu Mulato Malufeiro.
J.
Norinaldo.
Grávida de
sete meses de uma menina, Elisângela Pereira da Silva, 32, foi presa em
flagrante em novembro. A suspeita: furtar um chuveiro, duas bonecas e quatro
xampus das lojas Americanas do centro de São Paulo. Noutra reportagem
fala-se em um enxoval para a filha que ia nascer.
Este é o meu
país, não por opção, mas por imposição, nunca gritei eufórico minha satisfação
por ter nascido aqui. Não faz muito tempo, que escrevi em algum jornal aqui da
minha cidade, ou da cidade onde moro, sobre a vergonha de um ministro do
Supremo Tribunal Federal, aparecer abraçando o advogado do deputado Paulo Maluf;
justificando ter votado a favor da liberdade de tal político, por ser muito
triste um pai e filho preso na mesma cela. Eu escrevi na época, que para mim não
seria nenhuma surpresa ler logo em seguida nos jornais, a noticia da
aposentadoria de tal ministro, não por castigo por dar um tapa na cara da
sociedade brasileira, mas... Não deu outra, logo o tal trocou a toga pelo
pijama.
Agora, também
através da imprensa, vejo essa imagens chocantes, de uma mãe que tentou roubar
algo insignificante, mesmo havendo o ditado de que quem rouba um tostão, é por
que não encontrou um milhão, ou que esteja justificando o roubo. Não, nada
disso, na reportagem fala em suspeita, agora imagine empregar a mesma regra
para ela, e para o Maluf, se esta coitada ficou algemada após o parto ou também
durante ele, o que seria feito com o outro em questão.
Já que falei
em ditado, neste meu país, não por opção, o crime compensa sim, lembro-me que
quando menino, lá na minha vila, escutei várias vezes este ditado: “ Vergonha é
roubar e não poder carregar”.
Lembram da
prisão do juiz Lalau? Numa mansão dos Jardins paulista, com dois policiais
federais a cuidar de sua segurança? O que mais uma vez deixa bem claro, que
neste meu país, não por opção, a justiça não é somente cega, é também doida e
malufica, perdão, maléfica.
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