Eu Sou Pobre, Pobre, Pobre de Marré Deci!
J. Norinaldo
Quando eu era muito pobre, digo muito pobre bem mais do que
sou hoje, descobri em mim uma pobreza
que não há riqueza que a consiga comprar; a certeza de escrever aquilo que me
faz ir do homem mais rico poderoso e
forte, e não por ser pobre, ter o gesto
nobre de ler o que escrevi e chorar. Sorrir, pular e gritar como uma criança
feliz, e para ser feliz uma criança precisa de tão pouco assim como eu louco,
grito para mim mesmo, eu escrevi, eu que fiz. Pode até não ser nada, pode ter
vários erros de grafia, mas assim como eu fazia quando nada tinha para ler,
apelava apara a memória escrevia as minhas próprias histórias que na minha cama
solitária lia. O que seria? Loucura,
poesia, fantasia? E por que tinha vergonha de mostra-las, e hoje mostro com
orgulho e sem ter medo, de ser chamado de louco ou que alguém as jogue ao chão
e as pisoteei; sabe por que? Agora sei
separar um não de um sim, que tenho que agradar primeiro a mim, mesmo que não
agrade a mais ninguém; mas não serei
egoísta e mostrarei, sempre que puder mostrar para alguém. Continuo muito
pobre, se nobre a mim não cabe jugar; como entre um vaso de argila e outro de
porcelana, como um matuto de uma humilde vila e
um habitante de Barcelona; se o primeiro gostar daquilo que eu escrevo a
ele eu devo o meu agradecimento, o meu reconhecimento, pois quiçá como eu
fazia, quando sem ter o que ler eu escrevia como se fosse outro escritor, este
matuto amanhã poderá ser um doutor e um grande amigo, e o habitante da
metrópole um mendigo, pois a vida gosta muito de brincar. Ser pobre não me
entristece talvez sentisse desgosto, vergonha e tapar o rosto, sem fosse
totalmente desprovido do Bom gosto, de
ouvir alguém uma bela poesia declamar,
ou mesmo aplaudir de pé, ao ouvir cantar Frank Sinatra, Celine Dion, Maria Bethânia,
Fredy Mercury e Montserrat Cabalé. Isto seria pobreza, isto sim me causaria
tristeza, mas ser pobre por falta de uma mansão, isto me faz rir e não chorar
quero ter apenas onde morar pode ser uma barraca de lona e poder ouvir uma boa
poesia e me deliciar com uma bela canção; por exemplo: “BARCELONA”.
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