Um
tour pelas livrarias de Buenos Aires, a capital mundial do livro
Capital argentina tem uma livraria
para cada 6.000 habitantes, muitas bastante charmosas e tradicionais
Feliz Ano Novo, Com Saúde,
Felicidade e Livros. Bons Livros.
J. Norinaldo.
O último artigo do ano com
certeza não se tratará de um grande
elogio ao meu país. Moro em uma cidade com cerca de 75.000.00 habitantes, e num
dos estados mais culto e de melhor qualidade de vida, na fronteira com a
Argentina, já chegamos a não ter nenhuma livraria por aqui. Portanto enquanto
Buenos Ayres tem uma livraria para cada 6.000 habitantes, pelo andar da
carruagem a nossa estatística é de uma para cada 600.000,00. Lamentável que se
ouça que a média de livros lidos na Europa por exemplo, é de 26 livros em média
por ano e por habitante; enquanto nós, nesse mesmo estado citado acima, a média
é de 2 livros por habitante, ano. E o pior: a mesma estatística diz que a
maioria desses leitores lê, mas não interpretam quase nada.
Existe uma maneira de mudar uma
cultura desse nível? Não sei. Agora, garanto que não é criando eventos faraônicos
em nome do livro, como o mega evento da Feira do Livros de Porto Alegre RS,
onde os livros mais vendidos são: ou de artistas aposentados, auto ajuda, ou
gastronomia. Muitas vezes no afã de mostrar grandeza, se traz tantas estrelas
famosas, que o livro no final passa a ser coadjuvante.
Nas escolas também se torna muito
difícil, outro dia vi numa revista uma entrevista com o Charles Kief, onde
dizia que existem alunos que se gabam de ter chegado ao ensino superior sem
nunca ter lido um livro, e que na verdade quem não gosta de ler, são os
professores. Como esperar de alguém que não gosta de ler, incentivar seus
alunos a essa prática?
Numa feira do livro aqui na
cidade onde vivo, durante o evento, aproveitei alguns meios de comunicação em
massa e pedi a quem tivesse um livro em casa, ocioso, tomando espaço, me desse
e eu o encaminharia as bibliotecas de colégios da cidade; somente um cidadão me
doou 800 livros, quase todos com capa dura.
Outro dia vi uma reportagem no
Jornal Nacional, de um sujeito que trabalhava num setor do governo, e vendeu
milhares de livros didáticos para
reciclagem, como verdadeiro lixo. O pior, que agora as notícias não ficam só por
aqui, e morando na fronteira com a Argentina vez por outra tenho que ir lá, e
ai escuto poucas e boas. Fazer o que? Dar parabéns aos Hermanos, e tentar
seguir seus exemplos. Que belo exemplo.
Parabéns Buenos Ayres, Parabéns
Argentina.
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