O Poder do Bulling.
J. Norinaldo.
Sabia lá eu o que era isto há 56
atrás, não conhecia o nome, mas senti seu poder por toda vida, isto é até hoje.
Certa vez em Cachoeirinha a vila em que morava e amava havia uma Escolinha
Encantada por nome de “Escola Típica Rural” ficava fora da vila, para mim muito
longe por causa é claro dos meus pequenos passos que deixavam na poeira do
caminho as pegadas as alpargatas compradas na feira. Como não havia divisão
entre ricos e pobres, naquela escola estudava todas as classes, ma minha era a
mais baixa com certeza. Um dia D. Joana Francisca da silva, D. Joaninha levou
uma sanfona e na hora do recreio, ou não teve aula nesse dia, ela fez uma
festinha, uma espécie de baile, havia entre a sala de aula e a casa de Bolô que
zelava pela escola, um espaço que usávamos para brincar e ali foi o tal baile
para mim inesquecível e marcante. Quem sabia danças bem ou mal saiu dançando,
eu fiquei lá no meu canto, quando de repente uma menina muito bonita, que ainda
mora em Cachoeirinha, se tiver lúcida e espero que esteja e venha a se lembrar
disso, pode vir a dar boas risadas, pois bem, ele chega e me tira para dançar.
Ora, eu nunca dançara e nem nunca prestara a atenção em ninguém dançando, a não
ser ficar olhando para Irene de Amaro Moita que já era uma mocinha e muito
bonita dançando com alguém que não gosto até hoje, por outros motivos. Bem a
menina abriu os braços, e saímos não dançando, eu pisando os pés dela do modo
mais desajeitado possível, ela foi até onde deu para aguentar e como não
poderia deixar de ser, me largou no meio do salão. Todos riram, crio que só D.
Joaninha não o fez. Isto deve ter acontecido por volta de 1955 1956, estamos em
20014 e nunca mais na vida eu dancei nem de brincadeira, minha mulher também
não dança, mas as vezes em festinhas na casa das imãs muitas vezes tentaram nos
ensinar, ou mesmo em lupanares no Brasil ou no exterior eu tentei tal aventura.
Sempre que era e sou obrigado a ir a um baile de casamento ou formatura, aquela
cena dos meninos e meninas rindo de mim aparece tão viva como se acontecesse
naquele momento. N a Última formatura que fui, tive que procura um local
escondido, pois não cosegui conter as lágrimas. Interessante que nuca tive ódio
de quem riu de mim, mas sim da minha covardia por não ter tentado e me tornado
um grande pé de Valsa. Para isto bastava vontade e um hesitante, como disse All
Pacino a Moça que convidou a dançar com ele um tango, que por sinal é composição de um brasileiro, Alfredo Lepera;
“Por Uma Cabeça” e ela lhe diz: mas meu
noivo chega num instante; no que ele responde: “Mas, pode-se viver uma vida num
instante”. Caso essa pessoa viesse a ler isto e se lembrasse, com certeza
viveria uma vida num instante. Tive uma namorada que era professora de dança de
salão, não sei dançar até hoje.
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