quarta-feira, 10 de setembro de 2014



Biducha, O general que Temia A Guerra.


EU há muitos anos, escrevi comecei a escrever um romance que não terminei, mas vou procura-lo ou reescrevê-lo sobre um grande amigo da minha infância que agora tantos depois venho a saber o seu verdadeiro nome assim como sei que morreu sem saber o me. O romance intitulava-se “Biducha o General que temia a guerra” Biducha nunca foi General, sem sei se serviu o Exército, mas quando éramos meninos sonhávamos muito juntos, sentados no batente da sua casa ou em alguma esquina falávamos do futuro, um futuro muito diferente do que realmente aconteceu; eu entrei para as Forças Armadas como fuzileiro Naval e lá fiquei 31 anos, infelizmente não participei da guerra tão temida por Biducha, pois enquanto sonhávamos ir para Recife ou são Paulo criarmos uma grande empresa a conversa ia bem animada , quando de repente era interrompida por ele perguntado assustado: “E a guerra”? como se esta fosse uma coisa obrigatória da qual não pudéssemos fugir. Sai de Cachoeirinha em 1959, ia completar 13 anos e creio que Biducha  deveria ser da mesma idade, voltei a Cachoeirinha em 64, ainda vi meu amigo e depois já com 17 anos e ele que me lembre não falou nada sobre a guerra; em 1966 já visitei Cachoeirinha fardado de fuzileiro Naval e não vi mais meu amigo, que se por acaso me visse teria com certeza a lembrança do grande e triste conflito armado pelos homens e que ceifa vidas e destrói família em tantas partes do mundo.
Agora, com advento da Internet e principalmente as redes Sociais temos a felicidade, muitas vezes a tristeza de acordar cedo abrir o FACEBOOK e a primeira postagem que ver é o retrato de um amigo como me aconteceu hoje. Dois amigos que na verdade não conheço Edvanil Ferreira de Moraes que não conheço pessoalmente, mas que é meu amigo desde os tempos Orkutanos, e Claudio Omena, que conheço toda família, me manda essa relíquia uma foto de Biducha, “O General que Temia a Guerra” Estive novamente em Cachoeirinha faz uns 8 ou anos, mas minha querida e saudosa mãe já havia me avisado o falecimento do meu amigo, afinal encontrei bem poucos, daqueles com os quais brinquei e fizemos nossas traquinices por estas bandas, com Zé Guirra, Valdinho, Luiz de D. Dodo. João de Pedor Jovem.
Mais uma vez quero agradecer imensamente a esses amigos que mesmo Deus ainda não tendo permitido nosso encontro pessoal, tenham a bondade, a generosidade de se preocupar em encontrar algo assim e me enviar, Claro que se não tivesse digitando, veria manchas no papel, que são lágrimas de saudade, esta dor que parece não doer, mais dói muito mais que mil ferroadas de vespas. Que Deus esteja sempre com vocês e aqueles que lhes são caros, e que lhes de  felicidade e longevidade, para que continuem a serem bons como são, parece um gesto simples mas, não, pelo menos para mim.

Hoje sempre que ouço ou vejo nos jornais histórias e noticias de guerras aqui e ali, sempre tenho uma grande tristeza não só pela guerra em si, mas a lembrança daquele que não verei mais, não terei mais chance de abraçar, a não ser em sonho, mesmo que ele me pergunte pela guerra.

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