A Minha, a Tua a Nossa Poesia.
J. Norinaldo
Eu conheci uma moça muito bonita
que se algum rapaz quisesse ficar em baixa com ela era só dizer que não sabia dirigir;
ela dividia o universo masculino em duas partes: Os que dirigiam e os que não;
por sinal ela dirige muito bem, certa vez antes de um exame prático para
motoristas ela pediu-me emprestado um Passat que eu tinha para ajudar um amigo
no exame de Baliza, e quando os instrutores foram almoçar, eu levei o carro até
o local e a vi fazer as manobras e realmente fiquei maravilhado. Dirigir eu até
dirijo, ainda bem que ela não me pediu nenhuma demonstração de baliza. Bem na
terceira vez seu amigo encostou o carro de maneira correta, repetiu isto mais
umas vinte para ter certeza, era a terceira vez que tentava, passou e deve
muito aquela bela mato-grossense. Estou contando isto, porque é claro que isto
era uma mania dela. Ninguém é obrigado a fazer tal tipo de coisa porque a
maioria faz, é lógico, eu pelo menos não sei pilotar uma moto, mas, uma amiga aqui no Face me mandou uma
mensagem mais ou menos assim: Olha, eu nunca gostei de poesias, mas lendo uma
sua aqui, fui gostando e fui indo até que cheguei ao fim; não se iluda, sempre
que vejo algo seu leio porque para mim mudou um pouco a mesmice, flores,
amores, beijos ardentes e cheio de estrelas, não se muda nem o modo de
escrever. E ai foi minha vez de descobri que também tinha certo complexo como a
bela morena pantaneira que todo homem tem que saber dirigir; no meu caso, que
toda mulher gostasse de poesias, não das minhas, de todas as poesias, de todos
os poetas. Não é bem assim! Hoje eu sei disto e o pior, o universo de quem
realmente gosta é bem pequeno. Dos homens que sabem dirigir é bem maior, pode
acreditar. A minha poesia me agrada, mas não é só ela, eu comecei gostando e
por fim amando a dos outros, principalmente a primeira com que tive contato: o
cordel nordestino, por isto por mais que pareça me afastar dele, jamais negarei
que sou cria sua. Mesmo que seja algo simples, cantado na feira, na calçada ou
na rua, tem tudo da Poesia, minha, da nossa ou da tua. Aprendi ou penso que aprendi
dirigir muito cedo, 13 ou 14 anos, como supracitado nem sei se aprendi ainda.
Dedico este texto aquela Bela Pantaneira que me disse se chamar Vera, dirigir como
poucos sei que dirigia, esqueci de perguntar se gostava ou não de Poesia.
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