domingo, 3 de julho de 2011


Adeus Itamar Franco.

J. Norinaldo.

Morre o Senador e ex-presidente Itamar Franco, realmente um político que parte deixando bom exemplo; pelo menos que me lembre Itamar nunca freqüentou as primeiras páginas dos jornais, tendo como assunto a corrupção. Assim como a miséria aproxima as classes, a morte amolece o coração dos políticos, e as lavanderias de luxo já descobriram através de algum bruxo, o jeito de retirar de lapelas as lágrimas de crocodilos derramadas durante velórios de políticos.

O que é tão triste quanto a morte de alguém, que se não fez tudo que o Brasil merecia, pelo menos fez o que podia, é ler logo abaixo da noticia do seu passamento, que a Presidente Dilma manda afastar a cúpula do Ministério dos Transportes por suspeita de corrupção; e o pior é que suspeita por aqui, é bem diferente do caso estrondoso de Dominique Strauss-Kan, por lá, descoberta a verdade existem meios de reparação pelo menos de parte dos danos causados por tal suspeita.

Aqui, suspeita tem outros sentido, essa palavra significa rombo nos cofres públicos, o suspeito é afastado, descobre-se o montante do golpe ao qual o verdadeiro dono jamais terá acesso novamente, abre-se uma CPI, se gasta mais uma montanha de dinheiro público com ela, e ainda tem que se pensar em deixar algum para a Pizza no final.

Certa vez, morava em Mato Grosso do Sul, tive a rara oportunidade de conversar com um Senador, nessa época, se não me falha a memória, um projeto do Senador Antonio Carlos Magalhães estava causando polemica, pois investigaria a Justiça Brasileira, e foram designados os senadores que integrariam tal investigação.

Fiz uma pergunta a este senador, que em minha opinião é um dos mais sérios que conheço, a minha pergunta: Senador, existem 81 senadores no Congresso Nacional, desses foram escolhidos 11 para investigar a Justiça, desses 9 estão sendo processados por vários crimes. Esse é um retrato do Congresso brasileiro? A resposta mais convincente que recebi foi: Pôxa! Sinceramente não sabia que eram 9.

Certa vez, vinha em um coletivo no Rio de Janeiro, super lotado, e um rapaz que se esfregava numa moça muito bonita, de repente essa começou a gritar e a chorar, resultado: o rapaz foi linchado a socos e ponta pés, e jogado fora do coletivo. Um senhor de certa idade avançada que estava ao meu lado, me perguntou: O senhor sabe por que fizeram isto? Respondi sem pensar: Claro, a cara de pau desse sujeito, que não respeita uma moça sozinha. Nada disso amigo, respondeu ele; a maioria fez por inveja, queria estar no seu lugar.

Às vezes fico pensando o que faria como deputado ou senador. Vendo todo mundo se dar bem e numa boa, se realmente ficaria pensando em honestidade, ou se pelo menos pensaria se ela vale a pena. Não, jamais me meterei em política, por isto mesmo acredito que a minha pobreza é condizente com o tamanho da minha burrice.

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