domingo, 19 de junho de 2011


Dois Pesos e Oito Medidas.

J. Norinaldo.

Quem leu O Caçador de Pipas e Cidade do Sol do escritor afegão Khaled Hosseini, sucesso mundial que conta as histórias de dois meninos e uma menina daquele país, e nada conhecia da cultura daquele povo, em países como o Brasil onde a mulher tem total liberdade, inclusive para escolher o companheiro que a agride e as vezes mata por motivos banais, como ciúme, uso de drogas ou bebidas alcoólicas, ou simplesmente as vezes por puro machismo. Deve ter ficado deveras apavorado. No Caçador de Pipas, que conta a saga de dois meninos, nada é muito diferente de outros lugares, a história de uma amizade de um garoto bem nascido por outro pobre, porem rico em coragem.

Agora, em Cidade do Sol, a começar pela mãe da menina Marian, personagem pivô do romance, usada pelo patrão, grávida e abandonada, vivendo no meio do mato com sua filha bastarda, que amava a visitas do pai, rejeitada, tentou visitá-lo, ficando durante toda noite em frente a sua mansão, quando voltou para casa encontrou a mãe enforcada, pela tristeza de ter perdido a filha. Dada em casamento a um homem com idade de ser seu pai, passou a viver a vida da maioria das mulheres daquele país.

Ora! Quantos homens pelo mundo sonham em visitar a Holanda, país onde se vê propaganda na Internet que se pode livremente praticar sexo em público, ou em países como o Brasil, onde estamos cansados de ver nos jornais, pacotes turísticos incluindo prostitutas meninas? Visitar os Estados Unidos onde o grande se une a beleza e ao glamour? Nos filmes a propaganda corre solta. Agora, creio que poucos ou nenhuns, sonham fazer turismo em países como o Afeganistão.

Qualquer mudança brusca que corta privilégios, como do macho afegão, em que sua mulher ou mulheres, somente a ele mostram os cabelos, o corpo, o rosto, não tendo nenhum direito sobre sua individualidade ou personalidade, vivendo como verdadeiras fêmeas irracionais, se curvando ao sexo a hora que o macho quer, ou a qualquer sinal; esse tipo de mudança pode acarretar uma guerra sangrenta e sem fim, principalmente se a pressão é externa, de países que dão quase total liberdade a suas mulheres.

Enquanto em nosso país, criaram o Clube das mulheres, ou casas de Swing, conheço algumas, vejo pela Internet, mulheres punidas por terem colocado na mesma Internet, imagens delas dirigindo automóveis. Imaginem se de repente surgisse uma lei no Brasil por exemplo, de poder ser apedrejadas as mulheres que traem os maridos, com certeza teríamos que importar pedras, do Afeganistão talvez, e quem sabe faltassem cavernas para esconder terroristas. Por que está mais que provado, que por aqui, o homem fala mais e a mulher traem muito mais, só que fica calada, por que mesmo com tanta liberdade, o homem que garganteia que come todo mundo é garanhão, mas a mulher ainda é puta.

O povo afegão adora cinema, mas não o usa para fazer propaganda do seu país, nem convida subliminarmente ninguém a conhecê-lo, e quando este alguém resolve faze-lo, tem que provar numa entrevista, um num inquérito, que não vai se apaixonar por Nova York ou Las Vegas, querendo ficar por lá, mesmo tendo feito tudo para que isto acontecesse. Diferente de nós aqui aceitamos tudo, inclusive terroristas. Ou eu estou inventando?

Enquanto algumas culturas fecham suas entradas, outras lacram suas saídas. Complicado não?

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