quinta-feira, 26 de maio de 2011



A Fome no Mundo.
J. Norinaldo.

Como a reportagem mostrando os vietnamitas comendo carne de rato, passará aos olhos do mundo apenas como mais uma excentricidade do que o que realmente representa, vale lembrar aqui que há pouco tempo vimos também o Haiti mostrando ao mundo o seu biscoito de terra, como símbolo da miséria, mas que nem o seu próprio povo admite, alegando que quem não passa fome também consome os tais biscoitos. A terra nos dá tudo o que precisamos para sobreviver, mas como isto não é do dia pra noite, já tem gente comendo a própria terra.
Ao assistir um vídeo sobre a reportagem da comilança de ratos, me parece que uma base de 25 milhões de roedores comidos por ano, chamou-me a atenção o seguinte: no final quem apresenta o vídeo diz: “Os cientistas, no entanto alertam para o perigo dessa prática, os ratos podem transmitir até 60 tipos de doenças, portanto advertem que não deve ser consumida a carne de ratos que vivem em cidades”. Afinal, quem contamina quem?
Algumas ratazanas gordas da nossa capital devem ter se sentido aliviadas. Ufa!
Meus poucos neurônios entraram em parafuso, pois pelo que entendi, nós contaminamos os ratos. To certo ou estou errado? Já que os ratos que vivem longe de nós podem ser comidos.
Dois pesos e duas medidas. Enquanto seres humanos são obrigados a comer terra e ratos, trabalhando feito louco para ganhar uma miséria, outros pagam uma fortuna por uma sopa feita de ninho de pássaros apenas para mostrarem que são diferentes, a diferença da Quinta Avenida em Manhattan e uma ruela da Mauritânia, só não diferem na hora do acerto final, da dívida da qual ninguém consegue fugir, não importando se o devedor comeu terra ou as mais raras e caras iguarias, a terra come todos com o mesmo apetite.

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