segunda-feira, 30 de maio de 2011


Mostro pensante de duas Patas.

J. Norinaldo.

Contaram-me uma história que jamais vou esquecer. Numa pequena cidade brasileira, um médico saia a noite com um pequeno balde branco, dentro seringas e veneno, alguns pedaços de carne; procurava por cães de rua, atraia-os com as iscas, e lhes aplicava o veneno. Matou muitos animais inocentes, por que simplesmente não suportava o odor que esses animais recendem em dias de chuva. Realmente é terrível, mas jamais justificaria tamanha crueldade, principalmente em alguém que jurou salvar vidas.

Contam que certa noite, de regresso da sua mórbida ronda e de mais alguns crimes cometidos contra a vida, este homem ao pegar seu nefasto balde branco, escorregou e uma das seringas fincou-se num dos seus pés; como médico, não se assustou, mesmo sabendo-a envenenada, tratou com curativo, mas que teimava em não cicatrizar.

Moral da história, esse médico veio a falecer por conta dessa ferida, e na rua onde morava, os vizinhos tiveram que procurar a justiça para que o mesmo fosse removido para outro local, pois a 30 metros ou mais ninguém agüentava o fedor de carniça, literalmente apodreceu em vida.

Agora, leio essa notícia que até parece ficção, ou cena de um pesadelo, nem a filme de terror pode-se atribuir tanta maldade. Talvez esse criminoso não seja identificado, talvez não seja procurado, afinal é apenas uma cadela, como aquela que aqui mesmo nesta minha telinha, apareceu adotando 30 pintinhos, ou outra alimentando dois filhotes de tigre, é talvez. Talvez a justiça do martelo não estenda seus tentáculos para tentar alcançá-lo. Mas, não existe somente essa justiça, se verdade é que uma folha morta não cai, sem que o Arquiteto do mundo tome conhecimento, esse monstro, que lamentável mente faz parte da minha espécie, afinal eu não tive o privilégio de escolher meus semelhantes, pagará por aqui mesmo o seu crime.

Chorando muito, enterrei mortos 4 dos meus grandes amigos em meu quintal, depois de ter certeza que já não viviam mais, plantamos rosas sobre os seus túmulos, e desde esse dia, evito ir aquele local, vez por outra sonho com eles e acordo chorando. Como gostaria que esse monstro lesse esse meu desabafo.

Como gostaria de nunca mais ter que escrever algo assim.

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